segunda-feira, 26 de novembro de 2012




A  PLACA FICOU ÓTIMA!!!

 

A  APSIBRA DESEJA A TODOS UM

 FELIZ NATAL E UM ANO CHEIO DE PROSPERIDADE
COLEGAS,
ESTAMOS RETOMANDO NOSSAS ATIVIDADES COM O GRUPO DE ESTUDOS EM FEVEREIRO DE 2013.
DESEJO A TODOS UM BOM RECESSO!!!!!!!!!
BJS
LEIDE





    FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO da CRIANÇA, NA VISÃO DE FREUD

Freud percebeu que havia um transcurso das pulsões sexuais a contar do nascimento até a genitalização, como se aquelas fossem dotadas de uma viscosidade, levando-o a denominar este fenômeno como "viscosidade da libido", o que faz antever a existência de etapas ou fases neste desenvolvimento da psicossexualidade.

 Fase Oral:
Sabidamente, a criança ou qualquer outro animal, assim que vem à luz, por inescondível instinto, procura saciar a fome que o assola.
Contudo, no homem, o ato do bebê ir em busca do seio materno vai além da questão da sobrevivência, tendo aí a satisfação de um prazer de índole erótico, sem que isto signifique conteúdo genital.
De início o bebê e sua genitora, sob a perspectiva daquele, é um aglomerado único, onde o contato com o seio materno constitui na saciação de dois desejos: a alimentação e o prazer sexual. Onde a boca é a região que constitui a fonte da satisfação 
À medida que a criança já atinge a casa de um ano de idade, com ganho de rudimentares movimentos, para superar a sensação de ausência do objeto de seu desejo (seio da mãe) começa a utilizar artifícios para supor que controla o desaparecimento momentâneo de sua mãe.
Exatamente isso é que resultou na descoberta de Freud, que verificou, em seu neto, que estava no berço, que essa oralidade tinha grandeza superior ao encontro com o seio da mãe, mas representava um desejo de dominá-la perto de si. Tal verificação decorreu do jogo do carretel, que aquela criança empreendia
Eventual fixação do adulto nesta etapa infantil da oralidade é perceptível diante dos hábitos que se relacionam com a boca, tais como: fumar, falar demais, beber, comer em demasia,  etc. Logicamente que se pode sublimar algumas dessas atitudes, como, por exemplo, a utilização da fala para o campo da oratória e musicalidade.
Derradeiramente, a idade que esta fase se pronuncia, tem como termo inicial o nascimento e final por volta dos 2 anos, lembrando o dissenso entre os autores quanto a este viés etário.
Logicamente, que se os zeladores das crianças tiverem ciência desta fase contribuirão, em muito:
a) com a aquisição de brinquedos adequados;
b) com a compreensão da possibilidade de transformar aquele pequeno falante em alguém voltado à música, à declamação poética dentre outras salutares possibilidades. Jamais dirão frases como: "cale a boca menino, você fala demais...";
c) entenderão que a criança deverá alimentar-se dentro de um esquema que satisfaça a sua necessidade orgânica, não lhe empanturrando de víveres, como é do gosto, principalmente, das avós. Assim as pouparão de se tornarem porvindouras desequilibradas no campo gastronômico, glutonas e obesas;
d) não repreenderão o natural desejo da criança, nesta quadra, de levar tudo à boca. Tal recalque, produzido pelos cuidadores da mesma, poderá dar azo a que, no futuro, por um mecanismo de compensação, aquele ser torne-se um fumante, porque quando adulto, encontrará liberdade de levar à boca o cigarro, que, simbolicamente será a representação do objeto negado quando de sua meninice;
e) aquilatará, máxime se empregador, a função do aleitamento materno e da licença maternidade, dado que anteverá que nesta fase a mãe é o espelho da criança, ou seja, não será uma creche, mamadeira, babá que a substituirá. Essa proximidade do bebê com a mãe impingirá nele segurança necessária a romper com ansiedade e angústia que poderiam culminar, no futuro, em grave processo neurótico, e quiçá, se ausente da mãe, por não ter como melhor dar vazão ao instinto de morte (destruição = Tanatus), vir a tornar-se um indivíduo violento, já que privado de, no momento oportuno, expressar sua agressividade através das mordidas no seio materno e nos brinquedos.

– Fase Anal

Nesta etapa do desenvolvimento, que se dá em média entre 2 e 4 anos de idade  a criança passa a ter controle sobre os músculos estriados (esfíncteres). Tem prazer, igualmente erótico – que não se confunde com genitalidade – em manter as fezes no seu intestino e ao depois despejá-las para fora de si.
Poderá utilizar-se disso para desafiar seus cuidadores, seja evacuando em local supostamente impróprio ou mantendo o estrume quando, por exemplo, a mamãe queria que ele o alijasse.
Tem gênese, nesta fase, a idéia de poder, de controle. Surgindo, por associação, no período adulto, desde que ele o tenha fixado na analidade, a avareza, já que o dinheiro é tido popularmente como sujo, sem contar, também, que o enriquecimento remete a idéia de poder.
Natural, pois, que na fase em comento, as crianças adoram brincar com barro, massas de moldar, até mesmo com as próprias fezes, sendo esta última uma atividade que horroriza os pais que não conhecem a psicossexualidade. Repressões nesta fase, geram, em regra, constipações intestinais, onde presencia em adultos visível racionalização: "quando viajo não consigo fazer cocô".
As pulsões sexuais ligadas ao toque com substâncias que lembrem as fezes podem ser sublimadas, mormente nas atividades artísticas afetas à pintura e escultura 
Eis, uma vez mais a imprescindibilidade do conhecimento dessa fase pelos cuidadores da criança, evitando-se nefastas repressões e, até quem sabe, em vista dessa ignorância, deixar de estimular aquele pequeno ser a se tornar um portentoso artista.

 – Fase Fálica

O estágio fálico do ser humano está presente quando o órgão genital masculino (pênis) passa a ser a representação simbólica de virilidade para os meninos e, igualmente para as meninas, uma vez que estas acreditam que o dito órgão está incrustado nelas, especialmente no clitóris, e que virá um dia acrescer tal qual o dos garotos.
Nesta escala temporal, cerca dos 3 aos 6 anos  aparece o complexo de Édipo, onde o menino deseja sua mãe, querendo eliminar seu pai (rival), ainda que o veja como uma figura de autoridade, o que faz emergir uma nítida ambigüidade: desejo de matá-lo/desejo de se parecer com ele.
Na menina, por sua vez, o objeto indesejável é a mãe, visto que aquela quer fazer as vezes desta, ser a namorada de seu pai e, quando percebe que seu pênis não erupcionará nutre o desejo de lhe dar um filho como um substitutivo daquela representação.
Se se dissolver, com naturalidade este complexo edipiano na criança, a libido, em sua viscosidade, atingirá a bom termo a fase da genitalização. Lembrando-se, porém, que nenhuma criança escapa do complexo de Édipo  a resolução dele, positiva ou negativamente, é que marcará o ser vida afora.
Soa oportuno exemplificar uma ocorrência, dentre outras tantas, evidenciadora de um nó na resolutividade edipiana; aquele solteirão, que racionaliza (mecanismo de defesa) dizendo que não encontrou uma mulher que satisfaça suas exigências, e por isso continua morando na casa da mãe e, para piorar, quando é frustrado na vida, geralmente adoece para que isso sustente a necessidade íntima de ser levado ao médico pela figura materna.
Portanto, é recomendável aos cuidadores do rebento, em especial os pais e as mães, que evitem estimularem uma certa fantasia sexual de enamoramento com o filho do sexo oposto. Por exemplo: não incentivar os ciúmes do filho com a mãe e vice-versa; evitar dizeres relacionando a filha como a "namoradinha do papai", e o menino como "o homem da mamãe".
Agora, em se declinando o complexo edípico, as pulsões sexuais como que serenam, onde a criança abre um leque para a socialização, voltando-se às atividades escolares, esportivas, como se houvesse uma significativa perda da erotização, substituindo-a pelo que Freud chama de ternura, marcando o seu ingresso não noutra fase, mas sim no período de latência.
Nesse instante da vida do pequeno surge ocasião, mais que ideal, que se deflagrem uma pleíade de atividades socializantes para o mesmo, tais como: teatros, cinemas, jogos diversificados, lazeres familiares (pescarias, idas ao shopping, zoológico, parque, clubes, tudo isso em parceria com os cuidadores, ou seja, integradamente). Soa o momento do(a) filho(a) se sentir unido(a) com o genitor(a), que mesmo tendo um ritmo forte de trabalho haverá de planejar tempo livre para tais deleites, aproveitando-se da ternura que timbra a criança neste período de latência, tornando-a mais permeável a um diálogo construtivo.

 Fase Genital

O período da latência culminará, em seu fecho na fase da organização sexual completa, selada pela puberdade, por volta dos 11 a 12 anos de idade.
Aqui o sujeito busca objeto sexual fora de si, ou seja, almeja satisfazer suas pulsões sexuais com alguém do sexo oposto, a menos que ocorra o que Freud denomina inversão..
Ordinariamente todo objeto sexual busca um alvo sexual, que, para não ser caracterizado com perversão  deverá resultar no coito, daí a importância desta fase de genitalização respeitando as diferenças anatômicas.
Em arremate, por conta dessa emergência dos desejos sexuais genitalizados, não mais representados como pulsões parciais, é que faz com que o jovem, de um lado, sinta-se como dominante de seus desejos e, por outro, como um meio termo entre a condição de criança e a de púbere, culminando em alterações de humor, em vontade de transgredir a lei, etc. Apegando-se mais ao grupo do que à família, porque, nesta última não sente, em regra, o apoio e a auto afirmação necessários, conquanto entre os "amigos" ele se identifica em plenitude (um se torna igual ao outro) e, em regra, a linguagem e os gostos são semelhantes, dado o menor grau de interditalidade de condutas.
Por conta disso, é que os cuidadores desses entes, na fase genital haverão de conhecer as amizades dos mesmos, promovendo, dentro das possibilidades, confraternizações em sua casa para receber os amiguinhos da sua prole, para que no amanhã não descubra, com inominável dor, que seu petiz se tornou um drogado de modo amplo (maconha, cocaína, álcool, prostituição, etc).
Então, é normal que na fase da genitalização se dê mais importância ao grupo do que na família. No entanto, esse comportamento não desobriga que a constelação familiar esteja próxima dos interesses e desejos deste jovenzinho, isto é, lhe reservando sempre um espaço para um diálogo tranquilo e sem cobranças desmedidas, porém, demarcando-lhe limites.
: Percurso histórico sobre as diversas teorias e escolas psicanalíticas.

Referências:

Freud S. Obras Completas, Volume XVIII. Para Além do Princípio do Prazer. Editora Imago.
________. Obras Completas. Volume VII. Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade. Editora Imago.
_________. Obras Completas, Volume XIX. Dissolução do Complexo de Édipo. Editora Imago.
Nasio JD. Édipo, o complexo que nenhuma criança escapa. Capítulo 1. Rio de Janeiro, Ed. Jorge zahar.
Roudinesco E. Dicionário de Psicanálise. Verbete: Estádio. Rio de Janeiro. Ed. Jorge Zahar. 1998.
Safra G. Áudio- FASES PSICOSSEXUAIS DO DESENVOLVIMENTO da CRIANÇA, NA VISÃO DE FREUD





Mostrar às crianças a importância de respeitar o próximo, do afeto, da simplicidade, dos amigos, do cuidado com a natureza, da arte, de ser curioso e do amor são formas de ajudá-las a ser mais feliz e preparadas para a vida


19 maneiras de criar seu filho para o mundo



*Livre para brincar Comece desde bebê. Deixe-o se divertir sozinho também. Sem agenda, sem horários, sem referências. Ele vai aprender com os próprios erros, exercitar o autocontrole, treinar a fala e desenvolver argumentos.

*Aprenda a criticar Nunca diga a seu filho que o segundo lugar não é bom o bastante. Você não tem que desejar e exigir que ele seja o melhor de todos. Ele pode e vai errar. Pergunte ao seu filho: “O que você faria diferente na próxima vez?”. Elogie quando ele fizer do jeito certo.

*Ensine responsabilidade Não administre a vida do seu filho o tempo todo. Se ele esqueceu um caderno da escola em casa, por exemplo, não retorne. Ele precisa entender que tudo tem consequência.

* Observe-se Para seu filho, você é o espelho do mundo. Preste atenção se no seu dia a dia, em casa ou até mesmo na rua, não está estimulando algum tipo de preconceito com pessoas que são diferentes da sua família.

*De olho nos pequenos sinais Seu filho pode não estar praticando bullying, mas comentários ácidos ou observações preconceituosas podem surgir a qualquer momento. Esteja atento para que você possa conversar com ele na mesma hora.

*Incentive pequenas gentilezas Cumprimentar o porteiro do prédio ou da escola, sorrir para o caixa do supermercado e dar passagem no trânsito são exemplos fundamentais de respeito ao próximo.

*Experimentem Deixe que seu filho viva a experiência artística sem querer interpretar tudo para ele.

*Dê repertório ao seu filho. Ilustrações dos livros Literatura infantil é um instrumento incrível para isso. As boas obras mostram a arte de usar bem as palavras e como elas nos emocionam. Já as ilustrações dão referências estéticas.

* Compartilhe Tenha um diálogo aberto com o seu filho, traduzindo a realidade de maneira que possa entender de acordo com a idade dele. Se você chegou cansado do trabalho depois de um dia estressante e ele pede para brincar, conte que seu dia não foi fácil, mas que estará mais animado no dia seguinte

* Herança de família Estimule seu filho a cuidar das roupas e brinquedos e explique o quanto é legal herdar coisas de outras pessoas.

* Momentos únicos Chame a atenção do seu filho para um arco-íris depois da chuva. Invente jogos ou brincadeiras que são só de vocês: vale compartilhar músicas que vocês gostam, dançar no meio da cozinha ou promover contações de histórias no sofá da sala.

*Ação e reação Explique que as atitudes do seu filho têm um resultado. Se ele morder um colega, por exemplo, mostre que o outro sentiu dor e está chorando.

* Casa cheia Se tiver filho único, convide amigos da escola, vizinhos ou primos para eu passem um tempo juntos. Os neurônios funcionam como “espelhos” e as crianças aprendem por imitação.

*Seja inusitado para estimular a curiosidade do seu filho Sempre que puder, apresente um local diferente do que estão acostumados a frequentar. Pode ser um restaurante novo, um museu de arte moderna...

*Deixe-o cometer erros Se você antecipa a todas as escolhas do seu filho, e não permite que ele erre, a criança não vai aprender a lidar com a frustração. E não vivemos altos e baixos a vida toda?

*Estimule a coragem Se ele está com dificuldade em uma tarefa da escola, diga “estou orgulhoso, você está no caminho certo”, em vez de “não, não é assim, deixa que eu faço”.

*Fique junto Sua presença é fundamental para a criança se sentir amada. A troca da fralda, a hora do banho, da lição de casa, ir de mãos dadas até a padaria são momentos especiais para ela.
* Seja firme Na hora do limite, mantenha a sua palavra. As crianças sentem que os pais se importam ainda mais com elas quando há a persistência no cuidado.

*Surpreenda Mostre como o amor pode ser explícito de forma simples e não por isso é menos intenso. Deixe um bilhetinho dentro da lancheira da escola. Imagine a carinha dele na hora do recreio ao ler o que escreveu?
 ( revista crescer)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

sofrimento psíquico do professor





“Transtornos afastam docentes das salas de aula”. Excesso de trabalho, falta de condições e decepção com o desinteresse dos alunos impactam na saúde de professores, segundo especialistas. Apenas no Distrito Federal, cerca de 2% dos professores não atuam devido a doenças emocionais. (Correio Braziliense).

Nos últimos anos, houve bastante interesse por partes dos pesquisadores em desenvolver  estudos acerca da saúde mental e distúrbios comportamentais devido o grande volume de afastamentos do trabalho que tem como origem o estresse e outras doenças psíquicas. Percebo, no mundo globalizado, um aumento excessivo de pessoas com transtornos emocionais e mentais, especialmente em alguns ambientes de trabalho.

Desde a proposta de Freud de fazer da Psicologia uma ciência natural, a contribuição da Psicanálise se dá com o estudo do comportamento em função da história individual, em termos de acontecer humano. Com Freud, um fato psicológico adquiriu movimento, integrou-se em um processo porque se relacionou com os outros fatos psicológicos da mesma pessoa, no plano atual e histórico. O que temos em Freud é a valorização da natureza ativa dos processos inconscientes, sua qualidade dinâmica, influenciando e modelando o pensamento e a ação conscientes (PEDROZA e ALMEIDA, 1994).

Ser professor não é apenas ser um mediador entre o aluno e o conhecimento já construído socialmente. Ser professor é mais do que isso, é estar envolvido na trama das relações no âmbito escolar. O sofrimento psíquico será abordado enquanto sintoma que aponta para um desconforto subjetivo e singular e não como uma doença orgânica. O professor é um sujeito também que enfrenta dificuldades, que se submete a riscos, que se encontra dividido entre seus medos e seus desejos, sua história de vida e é vítima de seus contrastes. 

Como gestora por quase 15 anos da rede Pública do Distrito Federal, tenho testemunhado o quanto o professor é pressionado pela sociedade em dar conta das práticas pedagógicas, o quanto ele sofre por não realizar o que  idealiza, causando frustração, medo, ansiedade na sua profissão,  principalmente, por se encontrarem inseridos em uma sociedade que se transforma muito rapidamente e que exige constantes mudanças e adaptações. Percebo, também, que esse sofrimento se manifesta no âmbito subjetivo e social no ambiente escolar, sob a forma recorrente de depressão, estresse e abandono da sala de aula, por se perceberem incapazes de responder as demandas contraditórias presente no cotidiano escolar. Nesse contexto, eles se sentem insatisfeitos por não conseguirem dar conta das exigências que lhe são impostas no campo profissional por mais que se esforcem, não consegue alcançar o nível de excelência exigido pela sociedade e não quer abrir mão de ideais de ser um bom professor, portanto, acaba adoecendo. Por outro lado, percebo  que a escola também, não tem nenhum tipo de planejamento no cotidiano escolar do qual fazem parte e nem ações compartilhadas para a execução de estratégias pedagógicas que possam melhorar as condições do exercício pedagógico, que é o trabalho do professor. Muitas vezes, o estresse dos professores acontece devido a uma série de demandas do próprio ambiente de trabalho e também  das externas.


Souza (2002) aponta que todos os que são professores sofrem a demolição tanto profissional quanto pessoal da experiência devastadora de ser confrontado com o desinteresse dos alunos, o que, de certa forma, os destitui do lugar de mestre. Os alunos que se recusam a aprender denotam tanto o próprio fracasso quanto o do professor.

                        Dejours (1987), as situações de medo e tédio são responsáveis pela emergência do sofrimento, que se reflete em sintomas como a ansiedade e a insatisfação.  O autor relaciona a esses sintomas à incoerência entre o conteúdo da tarefa e as aspirações dos trabalhadores, a desestruturação das relações psicoafetivas com os pares, a despersonalização com o produto e sentimentos de frustração e adormecimento intelectual. As mudanças ocorridas no mundo do trabalho são  responsáveis pela sobrecarga e, associada à exigência pelo, o que torna o sofrimento inevitável.

            Dejours (1994), faz uma análise  das relações entre trabalho, prazer e sofrimento com base na organização do trabalho. Para o autor, existe um paradoxo psíquico do trabalho; este é, para uns, fonte de equilíbrio; para outros, causa fadiga e sofrimento. Assim, o trabalho é equilibrado quando traz consigo a possibilidade da diminuição da carga psíquica e é extenuante quando não possibilita essa diminuição.

        
            Kupfer (2001) alerta que “ o mal - estar funda a civilização, as idéias de progresso e avanço civilizatórios são incompatíveis com a condição humana cuja  base são nossas piores disposições, cujo objeto de desejo está para sempre perdido  e cujo fim é a morte. Somos constituídos por uma falta que nos funda, mas nos condena a insatisfação estrutural e à infelicidade”(p.14)

Outra boa discussão!!



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Matéria retirada do site Mente & Cérebro no dia 03/09/2012 às 16:29 http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/e_hora_de_procurar_ajuda_.html Grande parte das pessoas enfrenta, em algum momento da vida, transtornos de saúde mental que podem ser tratados; é o caso da depressão e do estresse, mas a falta de informação e o preconceito ainda fazem com que adultos e crianças sofram sozinhos em vez de procurar um profissional qualificado por Robert Epstein Vinte e três milhões. Este é o número de brasileiros que necessitam de acompanhamento na área da saúde mental. Desse total, pelo menos 5 milhões sofrem com transtornos graves e persistentes, segundo estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS). Nesse universo encontram-se crianças e adultos que sofrem de patologias como depressão, transtornos de ansiedade, distúrbios de atenção e hiperatividade e dependência de álcool e drogas. Aproximadamente 80% das pessoas que sofrem com esses transtornos não recebem nenhum tipo de tratamento. Mas a situação não é prerrogativa do Brasil. Ainda de acordo com a OMS, um em cada quatro americanos passa por um transtorno psiquiátrico diagnosticável em algum momento da vida. Exageros à parte, no decorrer de nossa existência muitas vezes nos perguntamos se somos mentalmente saudáveis e se não estaria na hora de buscar ajuda profissional. A preocupação faz sentido: de fato, quase metade da população do planeta apresenta algum tipo de transtorno durante a vida. Infelizmente, porém, em cerca de dois terços dos casos os problemas comportamentais e emocionais jamais são diagnosticados e acompanhados, embora muitos deles possam ser tratados de maneira eficaz. Mais de 80% das pessoas com depressão grave, por exemplo, são capazes de se beneficiar significativamente da combinação de medicação e terapia. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: ajuda, psicanálise, psicoterapia Categories: Artigos Psicanálise e Feminismo 29 de agosto de 2012 Posted by admin Máteria retirada do Portal da Revista Cult, no dia 29/08/2012 às 14:20 http://revistacult.uol.com.br/home/2010/03/psicanalise-e-feminismo/ Relegado ao papel de enigma na teoria freudiana, o feminino constitui-se como potência crítica às estruturas hegemônicas nos estudos mais recentes Por: Márcia Arán O debate sobre psicanálise e feminismo atravessou o século 20 e ganha novos matizes na aurora do século 21. Ora se configurando como campos completamente antagônicos, devido ao teor misógino das principais teses psicanalíticas sobre a sexualidade feminina, ora se aproximando devido ao número significativo não apenas de pacientes mulheres, mas também de mulheres analistas, o debate entre psicanálise e feminismo persiste como uma mola propulsora de teorizações sobre subjetividade e cultura. A abordagem psicanalítica da feminilidade deixa transparecer o enorme esforço da modernidade para recalcar o feminino e a experiência sensível em nome da civilização masculina e da razão. Para ilustrar esse debate, escolhemos duas passagens que fazem parte dessa história: o encontro de Freud com as mulheres histéricas, especialmente Bertha Pappenheim (Anna O.), no final do século 19, e o debate das feministas com a teoria de Jacques Lacan, especialmente Lucy Irigaray, em meados dos anos 1970. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: debate, feminismo, Freud, Lacan, mulher, século 20, século XIX, século XX Categories: Artigos Uma questão de potência 20 de agosto de 2012 Posted by admin Matéria retirada do site Mente & Cérebro no dia 20/08/2012 http://www2.uol.com.br/vivermente/noticias/uma_questao_de__potencia.html Academy of sitted man, Gericault 1791-1824, Theodore, France As vivências sexuais pré-genitais na infância, acrescidas das experiências socioculturais, constituem a base da identidade sexual masculina e ajudam a compor o imaginário em torno do pênis por Cristina Romualdo Símbolo de poder, domínio e virilidade, o pênis sempre ocupou posição de relevância na cultura de praticamente todas as civilizações, sendo inegável o fascínio que exerce sobre a humanidade desde os tempos mais remotos. As diversas representações sobre o órgão sexual masculino formaram um imaginário tão poderoso que ultrapassou o senso comum e tornou-se objeto de estudo da ciência. Elemento fundamental na construção da identidade masculina, a forma como o pênis é visto no contexto sociofamiliar e a percepção que o homem tem do valor atribuído a sua posse determinam o desenvolvimento de sua estrutura psicossexual. Para o jornalista americano David M. Friedman, o pênis é o órgão definidor do sexo masculino, pois constitui a mais evidente diferença física entre homens e mulheres. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: homem, pênis, sexo, sexualidade Categories: Artigos A cura pela palavra 13 de agosto de 2012 Posted by admin Matéria retirada do site Mente & Cérebro no dia 13/08/2012 – Edição: 225 – outubro 2011 http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/acurapelapalavra.html O psicanalista Christian Dunker, colaborador de Mente e Cérebro, fala sobre seu novo livro, Estrutura e constituição da clínica psicanalítica, em entrevista à editora Karnac Books, que lançou a obra na Inglaterra 1. O que levou o senhor a escrever este livro? No Brasil, os cursos de psicologia nas universidades incluem experiência prática e a necessidade de lidar com pacientes em contextos inspirados pela clínica psicanalítica. Como professor do instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), eu tenho de lidar com estudantes que são obrigados a atender pacientes pela primeira vez. Frequentemente, como bons alunos, eles procuram saber sobre a história da prática que vão começar. A única resposta que tinha para dar dizia respeito à história da própria psicanálise, não à história das habilidades específicas que você deve ter para enfrentar as questões de tratamento, cura e terapia como uma experiência clínica. Dessa forma, o livro resulta de uma “demanda prática”, a que eu pretendi responder de forma organizada e crítica, não simplesmente em termos de um repertório de saberes ou disposições de ação, mas como práticas inseridas em uma lógica histórica, mesmo que não linear. 2. Resumidamente, de que fala o livro? Situo a psicanálise como uma prática por meio de uma espécie de arqueologia de contextos e experiências sociais que dão origem ao tratamento psicanalítico, desde a função terapêutica das narrativas e epopeias, no universo greco-romano e judaico-cristão, até o século 21. Em cada capítulo, examino uma “prática” analisada como um “processo histórico”, às voltas com sua inscrição em contradições sociais cujas características representam uma problemática específica, tais como: xamanismo, mitologia, retórica e terapias de compromisso narrativo, a medicina da alma (Platão, Empédocles, Hipócrates), a encenação das tragédias gregas, o cuidado de si helênico e a arte da escrita como uma cura da alma (no trabalho, por exemplo, de Montaigne). Mesmo em nossa modernidade, autores como Descartes, Kant e Hegel são examinados em relação à prática que inspiram (método, a meditação, a regulamentação da alma, a experiência da loucura, hipnotismo e auto-historicização). A importância de trabalhar com essas referências é que elas permitem tornar visível como fazemos coisas diferentes quando praticamos a psicanálise, o que ajuda a explicar sua diversidade bem como parte de suas tensões éticas, políticas, epistêmicas e metodológicas. 3. De onde veio a ideia de escrever este livro? Tudo começou como uma espécie de desafio proposto por Erica Burman e Ian Parker, professores da Manchester Metropolitan University, onde eu estava fazendo meu pós-doutorado em 2000: “Seria possível escrever uma espécie de história das práticas que constituem a psicanálise”, da mesma forma que Hegel esceveu a Fenomenologia do espírito, mas que seja conectada às relações de poder e às estruturas de práticas sociais? No início minha ideia foi escrever uma espécie de romance filosófico da psicanálise. Quando fui escrever minha livre-docência, em 2006, lembrei-me desse devaneio e resolvi colocá-lo em prática. Originalmente o trabalho tinha menos da metade de seu tamanho de hoje. Na verdade, era um esboço baseado em uma espécie de síntese de minha produção teórica até aquele momento, como se espera de uma tese de livre-docência. Depois disso me envolvi com a extensa e problemática experiência linguística intelectual de traduzir um livro para o inglês, que foi publicado pela Karnac Boooks em 2010. Lacan já é difícil em francês, imagine depois de um estágio na língua portuguesa e uma deriva para inglês? Não fosse meu amigo Terrence Hil, jamais teria conseguido. Há termos cruciais que simplesmente não têm equivalente estável em inglês. Isso envolve noções simples e centrais para o livro, como saber, sujeito e cura. Enquanto traduzia o livro para o inglês, seus problemas começavam a ficar mais claros, o que me levou a uma nova versão, recentemente publicada pela Editora Annablume. 4. Quais foram as suas motivações e sentimentos ao escrevê-lo? Foi um projeto estranho, mas muito divertido, porque há muitas concepções filosóficas envolvidas na psicanálise, particularmente na psicanálise lacaniana. Por isso é tão interessante organizar todo o material cronologicamente e alterar a perspectiva a partir de conceitos e ideias práticas e estratégias empíricas, para lidar com o sofrimento humano, com o mal-estar e com as expressões sintomáticas. Tive de deixar de lado inúmeras fontes e comentadores. Em troca pude, em cada capítulo, trazer uma espécie de pequeno conto que ilumina o problema, ao modo de uma figura. Sempre achei que a clínica é uma espécie de crítica social feita por outros meios. Nossa formação uspiana enfatiza muito esta dupla exigência: clínica e crítica. Mas as histórias que tínhamos para articular as duas perspectivas eram, em sua maioria, relatos hagiográficos, autocomplacentes e ideológicos. 5. Você acha que seu livro poderia mudar alguns aspectos da psicanálise? Sim, eu realmente acho que a psicanálise muitas vezes se esquece de suas origens na medicina, na política, na retórica, no hipnotismo, nos tratamentos morais e assim por diante. Diz-se que isso ficou para trás, atitude que acho bastante suspeita para uma teoria que considera que o que ficou para trás acaba sempre voltando pela frente, e levando-nos a tropeçar. Todas as táticas utilizadas para lidar com o sofrimento por meio das palavras tiveram de ser suprimidas a fim de estabelecer a psicanálise como um tratamento novo e um método autônomo. Como consequência, não podemos distinguir a psicanálise da psicoterapia e de outras técnicas sugestivas, já que ela passou a depender mais de estratégias conceituais, disciplinares e discursivas. Temos de confrontar essa tendência em considerar nossa prática como algo imune às relações de poder ou como uma simples extensão do tratamento médico. 6. Como acha que seu livro vai ajudar os profissionais e outras pessoas? Há muito discurso psicoterapêutico na política, na religião, na educação e em outras atividades moralizantes. A ideia de que a autoridade para tratar e curar requer faculdades incompreensíveis e habilidades ocultas é muitas vezes empregada para silenciar a crítica e apoiar a atitude obediente em diferentes tratamentos de “saúde” (médicos, nutricionais, psicológicos, de reeducação etc.). Em contraste, a perspectiva psicanalítica de que a clínica é um tipo de risco que o paciente é convidado a assumir, para embarcar na aventura de descobrir coisas sobre si mesmo e sobre a sociedade em que vive, é realmente muito simples e poderosa. O princípio de que a psicanálise, em particular, envolve necessariamente uma espécie de relação de poder é importante: a análise não é a produção de um consenso 7. Quer dizer que leigos podem ler o livro? Há capítulos dedicados a modelos formais de tratamento na psicanálise. Estes devem ser evitados pelos leigos. Ao lado desses capítulos há narrativas acessíveis – na verdade, a maioria –, alinhadas a uma espécie de romance histórico. É um livro que pode ser lido por qualquer pessoa com interesse em filosofia ou em história da medicina e da psicanálise. Aliás, esta é uma das pretensões do trabalho: mostrar como nós compartilhamos nosso fazer com muitos outros que se ocuparam antes de nós, e o farão depois de nós, com o sofrimento humano. A clínica é uma experiência, no sentido mais forte da palavra. Temos ainda um respeito reverencial pela força disciplinar com relação ao diagnóstico, à semiologia, à etiologia e tudo o mais que se apossou do controle e intervenção legítima sobre o corpo e suas afecções. Esquecemos que mesmo na disciplina mais rígida da epidemiologia e no controle social de práticas higiênicas e profiláticas estão em jogo uma política e uma ética. Nossa atitude básica é de achar que isso tudo é um domínio técnico para especialistas e que o máximo que podemos fazer é nos colocar passivamente diante de tais autoridades constituídas. 8. Você recebeu algum apoio para concluir seu livro? Sim, tenho tido certo apoio da Universidade de São Paulo, no Brasil, e especialmente “apoio intelectual maciço” de meus amigos da Manchester Metropolitan University, cujas ideias estamos estudando agora no Brasil. Na verdade sempre digo que este é um trabalho que exprime um esforço coletivo. Não teria sido possível sem as dezenas de colegas, amigos e alunos que, sabendo do emprendimento, me alertavam dos riscos e produziam material, dificilmente acessível de outra forma. Nossos alunos do Laboratório de Teoria Social, Filosofia e Psicanálise da USP, bem como Vladimir Safatle e Nelson da Silva Jr. participaram do projeto desde o início. Meus alunos de graduação e do seminário aberto que ofereço na USP há muitos anos, o pessoal do Fórum do Campo Lacaniano, escola de psicanálise à qual pertenço, alimentaram muito esta aventura. Mas o apoio decisivo foi o que recebi de José Roberto e Eva, na Editora Annablume, que apostaram nessa ideia amalucada de publicar um livro com 655 9. Poderia nos falar um pouco mais de seu trabalho, de sua vocação e experiência profissional? Eu nasci em 1966. Eu pratico psicanálise no Brasil e ensino na Universidade de São Paulo, no Instituto de Psicologia. Fiz o meu doutorado sobre a incidência do tempo e da linguagem na psicose da criança. Em seguida, estudei filosofia e as ciências da linguagem. Lecionei em inúmeras faculdades de psicologia, publiquei livros e artigos sobre a teoria lacaniana do sujeito e da interpretação, bem como sobre a teoria social e sobre a crítica da cultura. Hoje estou envolvido em duas grandes linhas de investigação: (1) patologia social: críticas da razão diagnóstica (sobre a disseminação do diagnóstico na nossa cultura e da patologização da vida cotidiana) e (2) marcas corporais e afecções da pele (sobre discursos e práticas em torno da modificação do corpo). Eu escrevo regularmente para a revista Mente Cérebro e para o siteCarta Maior. Read full article |Leave a comment Tags: Christian Dunker, clínica psicanalítica, psicanalista Categories: Artigos A fase do “Por Quê” 7 de agosto de 2012 Posted by admin Texto retirado do site Portal Ciência&Vida da Revista Psique no dia 07/08/2012 http://psiquecienciaevida.uol.com.br/ESPS/Edicoes/74/a-fase-do-por-que-na-humanidade-selvagem-tudo-249999-1.asp Por Carlos São Paulo Na humanidade selvagem, tudo que hoje é simbólico era experimentado como literal. em Marcelo, Marmelo, Martelo, Ruth Rocha retrata esse estágio de consciência na doce infância Imagem: Shutterstock Meus filhos, na primeira infância, adoravam me ouvir contando histórias de Ruth Rocha. A mais cotada era Marcelo, marmelo, martelo. Depois, com os meus netos, percebi neles igual entusiasmo. O livro começava com os questionamentos do garoto Marcelo. Ele queria entender o motivo de a chuva cair, o mar não derramar, e o cachorro ter quatro patas. Tal situação me remeteu à “infância” da própria humanidade, quando os homens explicavam o mundo em que habitavam. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: criança, curiosidade, por quê Categories: Artigos O que é Histeria? 30 de julho de 2012 Posted by admin Texto retirado do site Mundo Estranho no dia 30/07/2012 às 16:46 http://mundoestranho.abril.com.br/materia/o-que-e-histeria Diferentemente do que muita gente pensa, não se trata de nenhuma reação emocional exagerada e, sim, de um distúrbio mental específico, que se manifesta fisicamente. Muito freqüente entre as mulheres do século XIX, apresenta sintomas como paralisia e anestesia, confusão mental, múltipla personalidade e apatia em relação ao mundo exterior – ou, ao contrário, aqueles ataques nervosos que os leigos associam à palavra histeria. O nome vem do grego hystéra, que significa útero. “Acreditava-se, na antigüidade, que a energia vital desse órgão se deslocava para outras regiões do corpo, causando os ataques. Já na Idade Média, eles eram considerados manifestação de bruxaria e não foram poucas as mulheres queimadas vivas por causa disso. A psiquiatria do século XIX, por sua vez, acreditava que a raiz devia estar em uma lesão orgânica, enquanto outros falavam em fingimento”, diz a psicanalista Maria Teresa Lemos, da Escola de Psicanálise de Campinas. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: Freud, histeria, Mundo Estranho, o que é? Categories: Artigos Traumas da Perda 23 de julho de 2012 Posted by admin Matéria retirada do Site Mente & Cérebro no dia 23/07/2012 às 15:15 – http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/traumas_da_perda.html No Brasil, em média, duas em cada dez crianças morrem ainda na barriga da mãe, em decorrência de aborto espontâneo. Mães e pais que passam por essa situação sofrem durante longo tempo, pois embora não tenham tomado seus bebês nos braços, desenvolvem com eles uma relação íntima de afeto. ©DIANA ONG/SUPERSTOCK/GETTY IMAGES por Anette Kersting “Estou na cozinha e de repente começo a sangrar. No entanto, hoje ao meio-dia ainda estava tudo bem no ultrassom. Tudo acontece muito rápido: meu marido chama a ambulância e vejo a poça de sangue embaixo de mim; tenho um pressentimento terrível. Acho que meu filho não vive mais. Fico desesperada. Quando os enfermeiros me deitam na maca, fico calma – tudo parece irreal. No hospital, todos que me atendem parecem agitados. Um médico me examina com um instrumento de metal gelado. A ultrassonografia confirma o que eu já sabia, mas insistia em não acreditar: meu bebê está morto. É preciso fazer logo uma curetagem. O médico diz que eu ainda poderei ter muitos filhos. Mas meu bebê está morto. Ele não pode ser substituído por nada nem por ninguém. Nunca.” (Depoimento de paciente do Hospital da Universidade de Münster que sofreu um aborto.) A morte do filho antes do nascimento joga a maioria das mães e pais em uma profunda crise. Se os médicos supunham há 30 anos que o melhor para os casais seria esquecer o evento o mais rápido possível, hoje – graças à psicologia e à psicanálise – se sabe que as reações à perda de um filho antes do nascimento só se diferenciam fracamente das que ocorrem em outros casos de luto. No entanto, sua magnitude raras vezes é percebida por aqueles que rodeiam as pessoas que passam por essa situação e, não raro, os homens encontram ainda menos espaço para viver sua tristeza. Dependendo do estudo, entre 10% e 30% das crianças morrem ainda antes de nascer. No fundo, isso pode ocorrer em qualquer período de uma gravidez. Até a 16a semana, os médicos falam em aborto precoce, depois; em aborto tardio. Mais da metade de todos os abortos espontâneos ocorre, no entanto, antes do terceiro mês de gravidez. E somente os bebês com peso corporal de 500 gramas que morrem antes ou durante o parto são considerados “crianças nascidas mortas”. Embriões menores não têm registro civil nem direito a enterro. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: aborto, mãe e filho, perda, relacionamento Categories: Artigos Tristeza, Solidão e Carência Podem Levar à Compulsão por Comida 17 de julho de 2012 Posted by admin Artigo retido da site Uol, no dia 17/07/2012 às 17:28 http://mulher.uol.com.br/comportamento/noticias/redacao/2012/07/11/tristeza-solidao-e-carencia-podem-levar-a-compulsao-por-comida.htm Se os ataques de gula são associados a sentimentos negativos e frequentes, fique alerta Thinkstock Cléo Francisco Eventualmente, todo mundo se acaba de comer em uma churrascaria, na ceia de Natal, em um almoço de domingo com a família. Comer além do necessário e ficar com aquela sensação de estômago estufado acontece. Porém, se devorar alimentos em maior quantidade do que o normal for frequente e vier associado a sentimentos de culpa, atenção. “Pode ser baixa autoestima e dificuldade de lidar com questões difíceis, como frustrações, críticas e mágoas”, afirma a psiquiatra e terapeuta de família Liliane Kijner Kern, do Programa de Atenção a Transtornos Alimentares da Unifesp. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: ansiedade, comer Categories: Artigos Facebook, o Novo Espelho de Narciso 11 de julho de 2012 Posted by admin Matéria retirada do site Mente & Cérebro no dia 11/07/2012 às 14:33 http://www2.uol.com.br/vivermente/artigos/facebook_o_novo_espelho_de_narciso.html As mulheres estão se tornando maioria nas redes interativas; a vaidade e a necessidade de afirmação da identidade podem explicar o interesse feminino por esse recurso tecnológico © phil mccarten/reuters/latinstock por Isabelle Anchieta As mulheres gastam mais do que o dobro do tempo dos homens no Facebook: três horas por dia, enquanto eles gastam uma hora, em média. Entrar na rede social é a primeira ação diária de muitas delas, antes mesmo de irem ao banheiro ou escovarem os dentes. Uma atividade cumprida como um ritual todos os dias – e noites. Em um estudo, 21% admitiram que se levantam durante a noite para verificar se receberam mensagens. Dependência? Cerca de 40% delas já se declaram, sim, dependentes da rede. Elas são a maioria não só no Facebook (onde representam 57% dos usuários); também têm mais contas do que os homens em 84% dos 19 principais sites de relacionamentos. (mais…) Read full article |Leave a comment Tags: Facebook, feminino, narciso, vício Categories: Artigos Surras podem aumentar as chances de transtornos mentais 2 de julho de 2012 Posted by admin Texto retirado do site Uol, no dia 02/07/2012 http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/afp/2012/07/02/surras-podem-aumentar-as-chances-de-transtornos-mentais-diz-estudo.htm AFP, em Washington O estudo publicado em um periódico americano afirmou que as crianças que apanhavam tinham probabilidade entre 2% e 7% maior de sofrer de doenças mentais mais tarde Pessoas que levaram surras na infância têm maiores chances de sofrerem de doenças mentais quando adultas, incluindo distúrbios de humor e ansiedade, além de problemas com o uso abusivo de álcool e drogas, revelaram cientistas nesta segunda-feira (2). O estudo, liderado por pesquisadores canadenses, é o primeiro a examinar a relação entre problemas psicológicos e danos físicos, sem considerar agressões mais graves ou abuso sexual, para medir com mais eficácia os efeitos da punição física isoladamente. Aqueles que apanhavam quando crianças tinham uma probabilidade entre 2% e 7% maior de sofrer de doenças mentais mais tarde, indicou a pesquisa na publicação americana Pediatrics, baseada em uma investigação com mais de 600 adultos dos Estados Unidos. A taxa parece pequena, especialmente porque cerca de metade da população americana afirma ter apanhado na infância, No entanto, ela mostra que os castigos físicos podem trazer consequências futuras, dizem os especialistas. “O estudo é importante porque sugere uma reflexão sobre a paternidade”, afirma Victor Fornari, diretor da divisão de psiquiatria da criança e do adolescente do Sistema Único de Saúde Judaica de North Shore-Long Island, em Nova York. A taxa “não é dramaticamente maior, mas é maior, o que sugere que o castigo físico é um fator de risco para o desenvolvimento de distúrbios mentais na idade adulta”, disse Fornari, que não esteve envolvido no estudo. Pesquisas anteriores já mostraram que crianças abusadas fisicamente tinham mais distúrbios mentais quando adultos, e têm mais chances de apresentar um comportamento agressivo que crianças que não apanharam. Entretanto, esses estudos geralmente lidavam com abusos mais graves. A pesquisa atual exclui abuso sexual e qualquer abuso físico que deixe hematomas, cicatrizes ou ferimentos. Em vez disso, ele foca em outros castigos físicos, como empurrões, agarrões, tapas ou palmadas. Dois a 5% dos entrevistados sofriam de depressão, ansiedade, transtorno bipolar, anorexia ou bulimia, o que pode ser atribuído aos castigos na infância. Já 4% a 7% tinham problemas mais sérios, incluindo transtornos de personalidade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) e dificuldades de raciocínio. Os pesquisadores destacaram que o estudo não pode garantir que os castigos físicos tenham sido a causa das doenças em alguns adultos, e sim que há uma ligação entre as lembranças relacionadas a essas punições e uma maior incidência de problemas mentais. Os participantes foram perguntados: “Quando criança, com que frequência você era empurrado, agarrado, estapeado ou levava palmadas dos seus pais ou de outro adulto que vivia na sua casa?” Os que responderam “às vezes” ou mais foram incluídos na análise. Novas pesquisas poderão se aprofundar mais no assunto. Enquanto isso, o estudo serve para lembrar que existem outras opções para disciplinar as crianças, como o reforço positivo e a proibição de algum lazer, o que é mais aconselhado pelos pediatras. “O fato é que metade da população (americana) apanhou no passado. Há maneiras melhores de os pais disciplinarem as crianças”, disse Fornari. Read full article |Leave a comment Tags: No tags Categories: Artigos « Older Entries
Que tal fazermos uma boa discussão deste artigo? Psicanálise e feminismo TAGS: dossiê Relegado ao papel de enigma na teoria freudiana, o feminino constitui-se como potência crítica às estruturas hegemônicas nos estudos mais recentes Márcia Arán O debate sobre psicanálise e feminismo atravessou o século 20 e ganha novos matizes na aurora do século 21. Ora se configurando como campos completamente antagônicos, devido ao teor misógino das principais teses psicanalíticas sobre a sexualidade feminina, ora se aproximando devido ao número significativo não apenas de pacientes mulheres, mas também de mulheres analistas, o debate entre psicanálise e feminismo persiste como uma mola propulsora de teorizações sobre subjetividade e cultura. A abordagem psicanalítica da feminilidade deixa transparecer o enorme esforço da modernidade para recalcar o feminino e a experiência sensível em nome da civilização masculina e da razão. Para ilustrar esse debate, escolhemos duas passagens que fazem parte dessa história: o encontro de Freud com as mulheres histéricas, especialmente Bertha Pappenheim (Anna O.), no final do século 19, e o debate das feministas com a teoria de Jacques Lacan, especialmente Lucy Irigaray, em meados dos anos 1970. No final do século 19, Freud passa a receber pacientes histéricas que até então eram atendidas em hospitais psiquiátricos como “degeneradas”. A concepção dominante sobre a histeria provinha da confluência de duas teses clássicas: a primeira associava o padecimento histérico ao útero e à sexualidade e a segunda relacionava a histeria com as doenças neurológicas. Segundo Silvia Nunes, a mulher histérica era descrita como “perigosa e sedutora”, devido à suposta combinação de uma “fraqueza moral” com uma “sexualidade excessiva”. Foi preciso que Freud ouvisse essas mulheres para constatar que seu padecimento, longe de designar uma degenerescência, revelava antes o sofrimento íntimo do século 19. Vários historiadores localizam o surgimento da psicanálise no célebre encontro entre Freud e Anna O. Ela teria sido a primeira a recusar a hipnose e propor a “cura pela palavra”. Pode-se dizer que essa paciente contribuiu para a formação da psicanálise quase tanto quanto o seu primeiro terapeuta, Breuer. Por isso, anos mais tarde, o próprio Breuer alegaria que o tratamento de Bertha Pappenheim continha “a célula germinativa do conjunto da psicanálise”, cultivada por Freud. Assim, principalmente Anna O., mas também Emmy von N., Lucy R. Katharina, Elizabeth von R., que compõem os Estudos sobre a histeria, revelam o primeiro esboço de uma teoria psicanalítica sobre o inconsciente. A descrição feita por Freud pode ser considerada uma cartografia da insatisfação cotidiana de quem não se conformava com as amarras das obrigações familiares e com a monotonia da vida entre quatro paredes. Porém, de acordo com Regina Neri, se a cena inaugural da psicanálise está associada à potência do feminino, ao revelar a crise do projeto civilizatório calcado na razão e na dominação masculina, Freud imediatamente iria recuar diante dessa empreitada e se dedicar a pensar como moldar essa sexua-lidade disruptiva. A partir da elaboração do Complexo de Édipo, duas teses sobre a sexualidade feminina irão predominar. A primeira diz respeito à maneira pela qual a menina torna-se uma mulher, ou seja, uma trajetória que pressupõe não apenas a mudança da zona erógena do clitóris para a vagina, mas também o afastamento da mãe em nome do desejo pelo pai, a qual irá resultar na teoria sobre a inveja do pênis. A segunda refere-se à potencialidade narcísica das mulheres, que sustentará a noção de mulher fálica, perigo iminente de uma sexualidade excessiva que deverá ser domesticada pelo masculino. Essas premissas vão sustentar uma das afirmações mais polêmicas de Freud: a de que “as mulheres se opõem à civilização”. Com isso, a civilização deve ser um assunto de homens, exigindo certa economia subjetiva da qual as mulheres não seriam capazes. Como se a mesma trajetória que a civilização realizara em direção ao progresso fosse a de um indivíduo que se pretende homem. Assim, o processo de subjetivação na psicanálise passou a ser pensado como o afastamento da mãe em nome do pai. Uma das primeiras analistas a contestar a primazia do falo foi Karen Horney, para quem homens e mulheres teriam psicologias diferentes oriundas de influências culturais também distintas. Josine Müller e Melanie Klein, a partir de suas experiências clínicas, também alegaram que desde o início a vagina teria um papel importante no desenvolvimento da sexualidade feminina, procurando dar uma positividade à feminilidade. Nesse momento, outras analistas também tomaram a palavra para fortalecer os postulados freudianos, especialmente Hélène Deutsch, Jeanne Lampl de Grott e Marie Bonaparte. Seja como for, o que prevaleceu foi o modelo masculino, em que a sexualidade feminina era compreendida a partir da falta do pênis-falo. Assim, a mulher só pôde ser concebida como um sujeito marcado pela inferioridade ou relegada ao lugar do enigma e da não existência. Crise do masculino Décadas mais tarde, Lacan realizará o que se convencionou chamar de retorno a Freud e irá se deparar não somente com a crise do masculino, mas com uma incontestável diminuição do poder do pai nas sociedades modernas. Diante da constatação de que “o pai fora humilhado”, principalmente devido ao “protesto viril das mulheres” e a “feminização dos homens”, o autor conceberá a função paterna como a responsável pela manutenção da ordem simbólica. Essa proposição teve eco na comunidade psicanalítica e inclusive pretendeu que a própria ideia de cultura estivesse necessariamente ligada ao pai. Porém, se as críticas ao simbólico lacaniano e a sua ligação com o projeto familialista dos anos 1940 já são bastante conhecidas e aceitas, as teses lacanianas sobre as fórmulas de sexuação continuam a ser evocadas no debate atual sobre o feminino. Costuma-se dizer que Lacan avança ao postular, para além do impasse da teoria da inveja do pênis, a existência de um gozo a mais. Os princípios básicos dessa tese encontram-se no Seminário XX, no qual o autor parte de uma dissimetria entre os sexos pela descrição das posições sexuadas masculina (a ordem do Um, do significante ou do sujeito do inconsciente) e feminina (o Outro, que se expressa como ausência ou excesso). A partir daí ele demonstra como cada um desses campos se relaciona com o quantificador universal, ou seja, o falo. Resumidamente, Lacan interpreta o mito freudiano de “Totem e Tabu”, afirmando que um homem se define pela sua sujeição à lógica da castração. Isto se torna possível justamente porque, no inconsciente, “ao menos um”, o pai da horda, não seria castrado, já que gozava de todas as mulheres. No que se refere às mulheres, Lacan afirma que elas não seriam totalmente marcadas pela castração, já que não existiria um mito do lado feminino, ou seja, uma exceção, que as fizesse existir como significante. Dessa maneira, a mulher seria “não-toda” inscrita no simbólico e não existiria significante do sexo feminino na cultura. Porém, a lógica do “não-todo” conjugada com a afirmação de que “a mulher não existe” se mantém atrelada a uma concepção masculina de desejo. Assim, é porque os homens têm necessidade de colocar o feminino no lugar de enigma que são levados a afirmar que as mulheres se acham numa posição de excesso em relação ao simbólico. É com essa teoria que Lucy Irigaray, feminista, filósofa e psicanalista, vai dialogar de forma crítica em meados dos anos 1970. A autora empreende uma leitura atenta dos principais textos da filosofia e da psicanálise para mostrar como na lógica binária do Um e do Outro, descrita acima, o que fica de fora como uma exclusão constitutiva é justamente o feminino. Nesse sentido, não bastaria positivar o significante feminino: é necessário desconstruir a lógica falocêntrica para que surja outra economia subjetiva. Assim, repudiado nesse sistema normativo, o feminino se constituirá como uma potência crítica a essa lógica hegemônica. Irigaray parte do corpo das mulheres e da experiência feminina para demonstrar no livro O sexo que não é Um o sentido plural, múltiplo e difuso do prazer feminino e suas diversas possibilidades de simbolização. Esse novo pensamento sobre a diferença abriu caminho para várias psicanalistas realizarem uma crítica ao modelo da diferença sexual na psicanálise, por meio do esboço de formas de subjetivação que ocorrem no deslizamento entre o feminino e o singular, integrando parte do debate vivo dos estudos de gênero no contemporâneo.

Psicanálise e feminismo

Olá colegas!! Leiam este artigo.Que tal uma boa discussão? Psicanálise e feminismo TAGS: dossiê Relegado ao papel de enigma na teoria freudiana, o feminino constitui-se como potência crítica às estruturas hegemônicas nos estudos mais recentes Márcia Arán O debate sobre psicanálise e feminismo atravessou o século 20 e ganha novos matizes na aurora do século 21. Ora se configurando como campos completamente antagônicos, devido ao teor misógino das principais teses psicanalíticas sobre a sexualidade feminina, ora se aproximando devido ao número significativo não apenas de pacientes mulheres, mas também de mulheres analistas, o debate entre psicanálise e feminismo persiste como uma mola propulsora de teorizações sobre subjetividade e cultura. A abordagem psicanalítica da feminilidade deixa transparecer o enorme esforço da modernidade para recalcar o feminino e a experiência sensível em nome da civilização masculina e da razão. Para ilustrar esse debate, escolhemos duas passagens que fazem parte dessa história: o encontro de Freud com as mulheres histéricas, especialmente Bertha Pappenheim (Anna O.), no final do século 19, e o debate das feministas com a teoria de Jacques Lacan, especialmente Lucy Irigaray, em meados dos anos 1970. No final do século 19, Freud passa a receber pacientes histéricas que até então eram atendidas em hospitais psiquiátricos como “degeneradas”. A concepção dominante sobre a histeria provinha da confluência de duas teses clássicas: a primeira associava o padecimento histérico ao útero e à sexualidade e a segunda relacionava a histeria com as doenças neurológicas. Segundo Silvia Nunes, a mulher histérica era descrita como “perigosa e sedutora”, devido à suposta combinação de uma “fraqueza moral” com uma “sexualidade excessiva”. Foi preciso que Freud ouvisse essas mulheres para constatar que seu padecimento, longe de designar uma degenerescência, revelava antes o sofrimento íntimo do século 19. Vários historiadores localizam o surgimento da psicanálise no célebre encontro entre Freud e Anna O. Ela teria sido a primeira a recusar a hipnose e propor a “cura pela palavra”. Pode-se dizer que essa paciente contribuiu para a formação da psicanálise quase tanto quanto o seu primeiro terapeuta, Breuer. Por isso, anos mais tarde, o próprio Breuer alegaria que o tratamento de Bertha Pappenheim continha “a célula germinativa do conjunto da psicanálise”, cultivada por Freud. Assim, principalmente Anna O., mas também Emmy von N., Lucy R. Katharina, Elizabeth von R., que compõem os Estudos sobre a histeria, revelam o primeiro esboço de uma teoria psicanalítica sobre o inconsciente. A descrição feita por Freud pode ser considerada uma cartografia da insatisfação cotidiana de quem não se conformava com as amarras das obrigações familiares e com a monotonia da vida entre quatro paredes. Porém, de acordo com Regina Neri, se a cena inaugural da psicanálise está associada à potência do feminino, ao revelar a crise do projeto civilizatório calcado na razão e na dominação masculina, Freud imediatamente iria recuar diante dessa empreitada e se dedicar a pensar como moldar essa sexua-lidade disruptiva. A partir da elaboração do Complexo de Édipo, duas teses sobre a sexualidade feminina irão predominar. A primeira diz respeito à maneira pela qual a menina torna-se uma mulher, ou seja, uma trajetória que pressupõe não apenas a mudança da zona erógena do clitóris para a vagina, mas também o afastamento da mãe em nome do desejo pelo pai, a qual irá resultar na teoria sobre a inveja do pênis. A segunda refere-se à potencialidade narcísica das mulheres, que sustentará a noção de mulher fálica, perigo iminente de uma sexualidade excessiva que deverá ser domesticada pelo masculino. Essas premissas vão sustentar uma das afirmações mais polêmicas de Freud: a de que “as mulheres se opõem à civilização”. Com isso, a civilização deve ser um assunto de homens, exigindo certa economia subjetiva da qual as mulheres não seriam capazes. Como se a mesma trajetória que a civilização realizara em direção ao progresso fosse a de um indivíduo que se pretende homem. Assim, o processo de subjetivação na psicanálise passou a ser pensado como o afastamento da mãe em nome do pai. Uma das primeiras analistas a contestar a primazia do falo foi Karen Horney, para quem homens e mulheres teriam psicologias diferentes oriundas de influências culturais também distintas. Josine Müller e Melanie Klein, a partir de suas experiências clínicas, também alegaram que desde o início a vagina teria um papel importante no desenvolvimento da sexualidade feminina, procurando dar uma positividade à feminilidade. Nesse momento, outras analistas também tomaram a palavra para fortalecer os postulados freudianos, especialmente Hélène Deutsch, Jeanne Lampl de Grott e Marie Bonaparte. Seja como for, o que prevaleceu foi o modelo masculino, em que a sexualidade feminina era compreendida a partir da falta do pênis-falo. Assim, a mulher só pôde ser concebida como um sujeito marcado pela inferioridade ou relegada ao lugar do enigma e da não existência. Crise do masculino Décadas mais tarde, Lacan realizará o que se convencionou chamar de retorno a Freud e irá se deparar não somente com a crise do masculino, mas com uma incontestável diminuição do poder do pai nas sociedades modernas. Diante da constatação de que “o pai fora humilhado”, principalmente devido ao “protesto viril das mulheres” e a “feminização dos homens”, o autor conceberá a função paterna como a responsável pela manutenção da ordem simbólica. Essa proposição teve eco na comunidade psicanalítica e inclusive pretendeu que a própria ideia de cultura estivesse necessariamente ligada ao pai. Porém, se as críticas ao simbólico lacaniano e a sua ligação com o projeto familialista dos anos 1940 já são bastante conhecidas e aceitas, as teses lacanianas sobre as fórmulas de sexuação continuam a ser evocadas no debate atual sobre o feminino. Costuma-se dizer que Lacan avança ao postular, para além do impasse da teoria da inveja do pênis, a existência de um gozo a mais. Os princípios básicos dessa tese encontram-se no Seminário XX, no qual o autor parte de uma dissimetria entre os sexos pela descrição das posições sexuadas masculina (a ordem do Um, do significante ou do sujeito do inconsciente) e feminina (o Outro, que se expressa como ausência ou excesso). A partir daí ele demonstra como cada um desses campos se relaciona com o quantificador universal, ou seja, o falo. Resumidamente, Lacan interpreta o mito freudiano de “Totem e Tabu”, afirmando que um homem se define pela sua sujeição à lógica da castração. Isto se torna possível justamente porque, no inconsciente, “ao menos um”, o pai da horda, não seria castrado, já que gozava de todas as mulheres. No que se refere às mulheres, Lacan afirma que elas não seriam totalmente marcadas pela castração, já que não existiria um mito do lado feminino, ou seja, uma exceção, que as fizesse existir como significante. Dessa maneira, a mulher seria “não-toda” inscrita no simbólico e não existiria significante do sexo feminino na cultura. Porém, a lógica do “não-todo” conjugada com a afirmação de que “a mulher não existe” se mantém atrelada a uma concepção masculina de desejo. Assim, é porque os homens têm necessidade de colocar o feminino no lugar de enigma que são levados a afirmar que as mulheres se acham numa posição de excesso em relação ao simbólico. É com essa teoria que Lucy Irigaray, feminista, filósofa e psicanalista, vai dialogar de forma crítica em meados dos anos 1970. A autora empreende uma leitura atenta dos principais textos da filosofia e da psicanálise para mostrar como na lógica binária do Um e do Outro, descrita acima, o que fica de fora como uma exclusão constitutiva é justamente o feminino. Nesse sentido, não bastaria positivar o significante feminino: é necessário desconstruir a lógica falocêntrica para que surja outra economia subjetiva. Assim, repudiado nesse sistema normativo, o feminino se constituirá como uma potência crítica a essa lógica hegemônica. Irigaray parte do corpo das mulheres e da experiência feminina para demonstrar no livro O sexo que não é Um o sentido plural, múltiplo e difuso do prazer feminino e suas diversas possibilidades de simbolização. Esse novo pensamento sobre a diferença abriu caminho para várias psicanalistas realizarem uma crítica ao modelo da diferença sexual na psicanálise, por meio do esboço de formas de subjetivação que ocorrem no deslizamento entre o feminino e o singular, integrando parte do debate vivo dos estudos de gênero no contemporâneo.

segunda-feira, 21 de maio de 2012

segunda-feira, 23 de abril de 2012

quinta-feira, 1 de março de 2012


A política do politicamento correto

http://www.apsicanalise.com/blogapsicanalise.html

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Perguntas. Sobre Psicanálise e sua formação profissional!

Concluir o Curso de Psicanálise permite clinicar?
Sim. O curso permite que você tenha um consultório e exerça livremente a profissão de psicanalista.

O Curso tem registro no MEC?
Não. Nem tão pouco os demais cursos de formação em Psicanálise existentes no País. Inexistem, também, cursos de Psicanálise no âmbito universitário e sim Especialização Lato Sensu. Concluído, o psicanalista recebe um Certificado expedido pela Sociedade.

Quem é o Psicanalista junto á clientela e ao Ministério do Trabalho?
É um profissional que pratica a Psicanálise em consultórios, clínicas e até hospitais, empregando metodologia exclusiva ao bom exercício da profissão, quais sejam, as técnicas e meios eficazes da psicanálise no tratamento das psiconeuroses. Para atingir plenamente seus objetivos, o psicanalista deve ser uma pessoa com sólida formação humanitária, visto que a profissão requer uma acentuada cumplicidade entre analista e seu paciente. Os psicanalistas têm sua profissão classificada na CBO (Classificação Brasileira de Ocupações) no Ministério do Trabalho - Portaria nº 397/TEM de 09/10/2002, sob o nº 2515.50, podendo exercer sua profissão em todo o Território Nacional.

Por que o Curso é aberto às várias profissões?
É aberto porque nenhuma Lei especificou o contrário. Vale dizer, que desde o princípio era uma profissão aberta a quem se interessasse e que atraiu não só médicos - como Jung e Adler - mas também advogados, filósofos, literatos, educadores e teólogos, sociólogos e pedagogos. Por isso restringir a Psicanálise a essa ou àquela profissão é absolutamente contrário à ciência, ilegal e inconstitucional, pois “todos são iguais perante a Lei”.

O que regulamenta a profissão de Psicanalista?
No Brasil e no Mundo a psicanálise é exercida livremente e não é uma profissão regulamentada. Sendo assim, é uma profissão livre, reconhecida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (CBO - código 2515.50), amparada pelo Decreto nº 2.208 de 17/04/1997, que estabelece Diretrizes e Bases da Educação Nacional e pela Constituição Federal nos artigos 5º incisos II e XIII. Repisando: pode ser exercida em todo o País.

O que faz o psicanalista?
Há uma grande necessidade de psicanalistas para orientar as pessoas na solução de seus problemas existenciais, tais como: fobias, ansiedades, depressões, obsessões, impulsos auto e heteroagressivos, angústias e crises de toda ordem. O profissional de Psicanálise ajudará a sociedade a ficar mais humana e a vida a ter mais sentido!

Quem poderá fazer o curso?
Médicos, Professores, Engenheiros, Odontólogos, Advogados, Assistentes Sociais, Pedagogos, Teólogos, Enfermeiros, Pastores, Padres, Psicólogos, Contadores, etc. Este curso é dirigido a todos os interessados em adquirir conhecimentos mais profundos em Psicanálise. Aos que querem aprender a dinâmica de seus problemas emocionais e afetivos de acordo com as teorias psicanalíticas, e aos que desejam dedicar-se à Psicanálise como Terapeutas e Clinicar.

O Curso de Psicanálise oferece titulação acadêmica?
Não. Nem tão pouco os demais cursos de formação em Psicanálise existentes no País. Inexistem, também, cursos de Psicanálise no âmbito universitário e sim Especialização Lato Sensu. Concluído, o psicanalista recebe um Certificado expedido pela Sociedade e pode atuar como psicanalista em todo país. No entanto, há sociedades que não emitem sequer uma comprovação de conclusão de curso. A SBPI cumpre à risca essa necessidade.

O certificado de conclusão do curso de Psicanálise é reconhecido em todo o território nacional?
O certificado é válido para que você atue como psicanalista em todo território nacional sem problemas legais.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

A DEPRESSÃO – DOENÇA DO SÉCULO

Depressão é uma realidade deste novo século. A estatística é cada vez maior quando representa o número de pessoas atingidas pela depressão e estima-se o aumento futuro deste número visto a falta de conhecimento de muitos sobre a doença e seus sintomas, o que acarreta o desenvolvimento da mesma sem os cuidados preventivos. Geralmente por trás da depressão está muita frustração, muitos desejos não realizados. A mentira e a ilusão do querer e ser muito, próprios de nossa sociedade e de nossos dias, deixa no fundo da alma, um buraco vazio, onde se agigantam e agitam os fantasmas da ansiedade e da depressão. Os transtornos depressivos na sua grande maioria referem-se a “depressão maior”, ela pode ser leve, moderada ou grave com sintomas psicóticos ou não, e com sintomas físicos ou somente com sintomas mentais. "A depressão tende a ser uma doença predominantemente de mulheres - a proporção de mulheres para homens é 2:1. Estudos como esse indicam que a depressão tem características diferentes entre homens e mulheres, diz o Dr.Tuan Anh Nguyen, do Maricopa Integrated Health System (Arizona, Estados Unidos). É o transtorno mental mais comum em todas as comunidades no mundo. Pacientes com este tipo de depressão apresentam pelo menos cinco dos sintomas listados a seguir, por um período não inferior a duas semanas:
# Desânimo na maioria dos dias e na maior parte do dia (em adolescentes e crianças há um predomínio da irritabilidade).
• Falta de prazer nas atividades diárias.
• Perda do apetite e/ou diminuição do peso.
• Distúrbios do sono – desde insônia até sono excessivo – quase todo dia.
• Sensação de agitação ou languidez intensa
• Sentimento de culpa constante
• Idéias recorrentes de suicídio ou morte
• Baixo desempenho no trabalho
• Sensível prejuízo de manter atenção e concentração
• Constantes queixas, essencialmente de natureza hipocondríaca
• Visão pessimista do futuro

Outros fatores que contribuem para desencadear a depressão são: o stress, o perfeccionismo, o medo do fracasso ou do sucesso, desequilíbrios hormonais, falta de uma relação plena de confiança e cumplicidade, morte da mãe antes da adolescência, esgotamento, subnutrição, o álcool, problemas sexuais... Enfim, todos nós, estamos sujeitos a essa doença com nossas variações de humor. A depressão pode afetar qualquer ser humano, dependendo da complexa interação entre vulnerabilidades biológicas, condições ambientais, e condições sociais.
A depressão não tratada pode levar o óbito. Portanto, a pessoa deprimida, deve procurar ajuda psiquiátrica e concomitante, ajuda de um psicoterapêutica.
A clínica psicanalítica com pacientes deprimidos é rica e desafiadora segundo a Psicanalista Gicileide F. de Oliveira
Caros colegas do grupo de estudo da Apsibra,
Estamos retomando nosssos estudos.Estou vendo o melhor horário.
Abraço
Primeira e Segunda Tópica de Freud
e os Três registros de Lacan: Real -Simbólico-Imaginário

Quando Freud propõe a teoria topográfica, fica muito claro que ele vai tomar como axial a explicação do conflito intrapsíquico que é, muito especificamente, um conflito entre desejos sexuais e forças inibidoras, sendo que, tal conflito, vai desencadear a resistência característica em todo o processo analítico. Sua teoria mostrou ser uma descoberta importantíssima, pois apresenta a mente humana dividida em sistemas que ele demarcou.
Inconsciente – uma grandiosa fonte dotada de energia inconsciente; absolutamente livre, já que, caoticamente, age em cada ser humano, ora se apresentando como um feixe de representações que se mantêm à margem da consciência, ora como um invasor tumultuando a mente, despeja os seus derivados na consciência . Ele se caracteriza por serem os seus elementos inacessíveis à consciência; funcionar de acordo com as regras do processo primário; serem os seus resíduos mnésicos não-verbais; operar nos termos do princípio do prazer; estar relacionado com a ida instintual; caracterizar-se por um caráter infantil; ser atemporal.
Pré-consciente – compreende os elementos acessíveis à consciência. Refere-se a conteúdos que não se encontram presentes no campo atual da consciência, o que, então, o torna descritivamente inconsciente, Para que um elemento do sistema Inconsciente se torne consciente, é indispensável que, primeiro se torne pré-consciente, realizado pela associação a resíduos verbais correspondentes. Dessa forma, os elementos do Pcs, particularmente os resíduos mnésicos pertencentes a este sistema, são verbais por natureza.
Consciente – a percepção consciente é limitada a sensações provindas do mundo exterior; e sentimentos (afetos, emoções, pensamentos, lembranças, angústias etc) contidos no sistema Pcs. Para que um elemento do sistema Ics se torne consciente, é absolutamente indispensável que venha a receber catexia.
Freud percebe que na teoria Topográfica não havia correspondência entre certos fatos encontráveis no conflito psíquico. Então, cria a Teoria Estrutural com a finalidade de alcançar a dita correspondência, pela divisão da mente, de acordo com a experiência comprobatória de uma associação das funções psíquicas entre si, quando de situações de conflitos, ou seja, quando as muitas expressões do Ego, ante os conflitos, se apresentam desconexões, ou mesmo em nítida oposição.
Isto posto, a teoria Estrutural divide a mente em três grupos de funções que foram denominados de Id; Ego; e Superego, uma divisão que é feita de tal forma, que os principais tipos de conflitos mentais com os quais estejamos familiarizados, podem ser descritos como ocorrendo entre o Id de um lado, e o Ego e o superego do outro, ou entre o Ego e o Superego.
Id – é uma estrutura, é formado pelos representantes mentais dos impulsos instintuais e é, também, uma poderosa fonte de energia mental para todo ao aparelho psíquico Compõe-no também, os desejos, que exigem gratificação, o que resulta em impelir o Ego às ações, tendo-se, então aí, as suas duas características essenciais: ser formado pela energia e pelos representantes mentais dos impulsos. O id é regido pelo princípio do prazer.
Ego – é aquela parte da psiquê que se relaciona com o meio ambiente, funciona como mediador, integrador, harmonizador entre as pulsões do Id, as exigências, ameaça do Superego e as demandas da realidade exterior, com funções essenciais, na maior parte consciente para relacionarem-se com o mundo exterior tais como: percepção, pensamento, memória, atenção, antecipação, discriminação, juízo crítico, ação motora, e também, funções mais complexas, na maior parte inconsciente como: produção de angústias, mecanismos de defesa, fenômenos de identificação, formação de símbolos e como sede de representações que determinam a imagem que o sujeito tem de si mesmo, que estruturam o seu sentimento de identidade e de auto-estima.
Superego – define-se como um grupo de funções psíquicas ligado às aspirações ideais e às exigências e proibições morais. Sendo uma das divisões da mente, tem a sua origem na identificação com as figuras parentais, particularmente com os aspectos éticos e morais de ambos.
Assim sendo, como bem observou Freud, a acessibilidade à consciência não é um bom critério para basear a construção de sistemas psicológicos, então, a partir dessas considerações, ele propôs substituir a Teoria Topográfica que o critério é, meramente, o da acessibilidade à consciência, pela Teoria Estrutural que tem como critério, outro princípio: o do conflito de funções entre os instintos, a moralidade, a realidade e o Ego.
Na teoria lacaniana, o aparelho psíquico é uma estrutura única composta pelo Real e pelos registros do Imaginário e do simbólico, que se configuram em torno do furo inicial do objeto a. A tripartição estrutural real-simbólica-imaginário (SIR) estabelecida por Lacan desde a conferência pronunciada em julho de 1953 na fundação da Sociedade Francesa de Psicanálise “O Simbólico, o imaginário e o real” – foi objeto de contínua investigação até o fim de seu seminário. Essa tripartição, embora não compareça nomeadamente na obra de Freud, dela retira todo o seu alcance, de tal modo que, como afirmou Moustapha Safouan num artigo de imprensa publicado quando da morte de Lacan, em 1981, sem ela dificilmente se poderia entender a essência das teses freudianas sobre o psiquismo. Pode-se dizer que os três registros psíquicos dessa tripartição concernem três grandes segmentos da descoberta freudiana, como se as mais diferentes regiões da vasta obra de Freud pudessem confluir, todas elas, para cada um desses registros nomeados por Lacan. O próprio Lacan afirma, no seminário sobre Os escritos técnicos de Freud, que RSI são “categorias elementares sem as quais não podemos distinguir nada na nossa experiência”. Chegou a dizer também que “Freud não tinha do imaginário, do simbólico e do real a noção que ele tinha, mas mesmo assim, tinha uma suspeita deles... e que na verdade, pode extrair os três registros do discurso de Freud com paciência e tempo, começando pelo imaginário, depois mastigou a história do simbólico tendo como referência a lingüística e percebeu o famoso real, sob a própria forma do nó borromeano.
Na conferencia de 1953, SIR são apresentados como três registros muito distintos e essenciais da realidade humana. O Simbólico tem a ver com o saber em jogo na própria experiência psicanalítica, ele é responsável pelas “transformações tão profundas para o sujeito”. A partir da constatação de que a análise retira sua eficácia do fato de que “se desenvolve integralmente em palavras” O registro do Simbólico tem, na linguagem, sua expressão mais concreta, regendo o sujeito do inconsciente. Ela é a causa e o efeito da cultura, onde a lei da palavra interdita o incesto e nos torna completamente diferentes dos animais. Nos trabalhos de Freud, a importância do simbólico pode ser encontrada nos textos que ilustram o funcionamento do inconsciente, onde a casuística prova a maneira como é estruturado. Quanto ao Imaginário, surge para descrever apenas os ciclos instituais dos animais, nos quais se pode ver ocorrer certo número de deslocamentos, que significam um esboço de comportamento simbólico. O Real é apresentado desde já como “aquela parte dos sujeitos que nos escapa na análise” como aquilo que constitui o limite de nossa experiência, é sempre aludido pela negativa: seria aquilo que, carecendo de sentido, não pode ser simbolizado, nem integrado imaginariamente. Aquém ou além de qualquer limite, seria incontrolável e fora de cogitação. O real é o que retorna sempre ao mesmo lugar.
Muitos anos depois Lacan mostra que os três registros Real-Simbólico-Imaginário não podem ser isolados, uma vez que se apresentam unidos de modo indissociável na topologia do nó Borromeano em que os elos, estão amarrados uns aos outros de forma tal que, se cortamos apenas um deles, todos os outros se desligam simultaneamente.
Vale ressaltar que houve alteração na ordem das letras de SIR a RSI. Na primeira a primazia do Simbólico e na segunda a do Real. Da tríade dos registros ocorrida entre a primeira conferência em que Lacan pronunciava sobre ela em 1953, “o Símbolo, o imaginário e o real”, nesse período esteve aderido à idéia de destacar os elementos que constituem a estrutura do significante e sua lógica particular. O seminário de 1974-75, RSI, por si só já diz alguma coisa dos avanços produzidos por Lacan a esse respeito que recaiu nitidamente sobre o real enquanto o registro que rege e ordena a estrutura: a partir do real, presentifica-se o simbólico; a partir do simbólico, presentifica-se o imaginário. Mas a partir do imaginário também se presentifica o real.
Contudo, a alteração da ordem das letras trouxe certamente uma maior precisão à concepção lacaniana da estrutura. Vejamos: RSI: R - tudo começa a partir do real, ele constitui a base da estrutura do sujeito falante, S - o simbólico tem seu lugar efetivamente a partir do real. I– o efeito da introdução do simbólico é a possibilidade de constituição de imaginário, originalmente faltoso para o sujeito falante.
Essa tripartição para Lacan, não havia divórcio entre o prolongado trabalho com os nós e a prática psicanalítica. Cada uma das três categorias é autônoma e diferente das outras, embora todas elas estejam amarradas de forma interdependente.



Estudo com base na bibliografia de Lacan e Freud
Tema para discussão no grupo de estudo

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Psicol. educ. no.30 São Paulo jun. 2010

Psicanálise e educação: análise das práticas pedagógicas e formação do professor


Psychoanalysis and education: analysis of pedagogical practices and teacher training

Psicoanálisis y educación: análisis de prácticas pedagógicas y formación del profesor


Regina Lucia Sucupira Pedroza
Universidade de Brasília. E-mail: rpedroza@unb.br


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RESUMO
A relação entre psicanálise e educação vem possibilitando, desde que Freud demonstrou seu interesse pela pedagogia, melhor compreensão dos educadores sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente. A premissa fundamental da psicanálise é a diferenciação do psíquico em consciente e inconsciente. Este trabalho objetiva apresentar possibilidades de atuações clínicas na formação do professor a partir da análise das práticas pedagógicas, visando oferecer condições aos professores para o enfrentamento de problemas do cotidiano escolar. Os grupos clínicos de análise das práticas docentes abordam a questão do cuidado e do terapêutico estabelecendo o grupo e a prática profissional como objetos de trabalho psicanalítico. Eles ocorrem no estabelecimento de ensino ou no contexto de formação continuada ou pessoal.
Palavras-chave: Psicanálise; Educação; análise das práticas docentes.
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ABSTRACT
The relation between psychoanalysis and education has existed since Freud demonstrated his concern for pedagogy. This allowed educators to have a better understanding of child and adolescent development. The fundamental psychoanalytical premise is the differentiation of the conscious and the unconscious. The goal of this work is to present possibilities for clinical practice on teacher training based on an analysis of pedagogical practices, in such a way as to allow teachers to face every day school issues. The clinical groups which analyze teaching practices address issues of care and therapeutics, establishing the group and the professional practice as psychoanalytic objects. They take place in the education establishment or in the context of continued education or personal development.
Keywords: Psychoanalysis; Education; analysis of pedagogical practices.
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RESUMEN
La relación entre el psicoanálisis y la educación viene, desde que Freud demostró interés por la pedagogía, posibilitando una mejor comprensión de los educadores sobre el desarrollo de los niños y de los adolescentes. La premisa fundamental del psicoanálisis es la diferenciación del psíquico en consciente e inconsciente. Este trabajo tiene como objetivo presentar posibilidades de actividades clínicas en la formación del profesor a partir del análisis de prácticas pedagógicas destinadas a ofrecer condiciones a los profesores para el afrontamiento de problemas del cotidiano de la escuela. Los grupos clínicos de análisis de las practicas docentes abordan la cuestión del cuidado y del terapéutico estableciendo el grupo y la práctica profesional como objetos de trabajo psicoanalítico. Ellos ocurren en el establecimiento de la enseñanza o en el contexto de la formación continuada o personal.
Palabras clave: Psicoanálisis; Educación; análisis de las prácticas pedagógicas.
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A relação entre psicanálise e educação vem de longa data, desde que Freud demonstrou seu interesse pela pedagogia na intenção de possibilitar uma melhor compreensão por parte dos educadores sobre o desenvolvimento da criança e do adolescente (FREUD, 1913). Os professores exercem grande influência sobre a criança por estarem investidos da relação afetiva primitivamente dirigida ao pai. Os sentimentos de admiração e de respeito são transferidos do pai para o professor, assim como a "ambivalência afetiva" que reside na antítese amor-ódio.
A transferência, primeiramente tratada na relação médico-paciente, foi vista por Freud como se dando também nas mais diversas relações estabelecidas pelo indivíduo na sua vida. Freud (1912a) fala de "clichês" ou "séries" psíquicas formadas pelo indivíduo a partir de vivências infantis e que determinam a modalidade especial de sua vida erótica. Dessa maneira, podemos dizer que o professor é objeto de transferência e está ligado a "protótipos", principalmente à imagem do pai, mas que podem também estabelecer-se conforme a imagem da mãe, do irmão, etc., ou seja, as pessoas estimadas ou respeitadas.
Freud, no artigo intitulado Prefácio à "juventude desorientada", de Aichhorn, de 1925, reconhece que as aplicações da psicanálise na teoria e prática da educação infantil despertaram grande interesse, trazendo importantes colaboradores para sua teoria. Em substituição ao estudo da neurose, com o qual a psicanálise iniciou seus estudos, a criança tornou-se o principal objeto de investigação para vários psicanalistas. Ainda que a contribuição pessoal de Freud tenha sido escassa no campo da pedagogia, ele considera o grande valor social do trabalho de seus colegas pedagogos (FREUD, 1925).
Mesmo sem nos ter deixado escrito algum sobre a educação, podemos dizer que, em toda a obra de Freud, há uma preocupação constante com as questões desse campo, no sentido de que a psicanálise, nascendo de uma prática clínica, constrói um corpo teórico fundamentando uma nova concepção de mundo e de homem, como ser histórico, social e cultural, e tenta compreender como se dá a inserção desse homem na cultura. Em diferentes artigos Totem e tabu (1912b), O futuro de uma ilusão (1927) e O mal-estar na civilização (1929), Freud expõe sua visão evolutiva tanto do indivíduo como da cultura, considerando o desenvolvimento do homem numa interação com o meio social.
O problema da educação sempre esteve presente no pensamento de Freud, sendo o texto de 1927, O futuro de uma ilusão, considerado como testamento pedagógico. A pressão que a sociedade exerce sobre o indivíduo desde sua infância, a partir da educação, faz com que a criança se conforme a uma realidade, que, é, de regra, a de dissimular sua investigação e seu conhecimento de tudo o que possa se relacionar à sexualidade. A finalidade da educação é a instauração do princípio de realidade, ou seja, é permitir ao indivíduo, submetido ao princípio do prazer, a passagem de pura satisfação das pulsões para um universo simbólico, que faz referência a uma lei, a lei da castração. A entrada no universo simbólico se dá pela linguagem. É pela mediação da palavra, à qual, desde sempre a criança encontra-se submetida, que é possível a simbolização das relações afetivas (ARMANDO, 1974).
É essa condição de ser submetido à linguagem que diferencia o homem dos outros animais, caracterizando-o em sua especificidade ao mesmo tempo em que permite a constituição de sua subjetividade. A psicanálise, ao colocar a linguagem como marca do humano, possibilita uma aproximação com as questões da educação, principalmente no que diz respeito à importância que o professor deve atribuir àquilo que a criança diz, bem como ao que é dito a ela.
Outra importante contribuição da psicanálise para a educação é encontrada em autores que foram influenciados também pela releitura lacaniana da obra de Freud. Mannoni (1973) observa que, na relação professor-aluno, é criada uma barreira entre o um professor "que sabe tudo" e um aluno "que não sabe nada", que garante e contém um conjunto de proteções e resistências. A pedagogia funciona como um drama que repete muitas vezes situações da família. Na escola, o desejo de saber do aluno se confronta com o desejo do professor, que está ligado a um ideal pedagógico colocado por ele mesmo, desde o início, e que se interdita ao mesmo tempo em que se mostra ao aluno. O professor espera do aluno um saber que lhe falta, e o aluno, por sua vez, se defende com medo de se ver frustrado no produto do seu trabalho. O aluno se encontra numa relação de poder, sujeito a um desejo inconsciente do professor, que pode chegar a ser bloqueador.
Para Mauco (1979), o educador age sobre a criança muito mais no nível do inconsciente do que do consciente. Ele não age apenas pelo que diz ou pelo que faz, mas sim pelo que é. As relações afetivas acontecem de formas variadas. Cada um procura satisfazer seus desejos inconscientes. Porém, a criança, por ser mais fraca psiquicamente, com um eu que deve se construir à imagem dos adultos em sua volta, é particularmente atingida pelos desejos inconscientes de seus educadores.
Sendo assim, podemos afirmar que não basta à criança possuir uma inteligência e uma saúde física satisfatórias para se desenvolver e se afirmar na aprendizagem escolar. É necessário também que tenha uma educação afetiva que lhe permita desenvolver uma sensibilidade relacional com os outros, podendo se servir de suas capacidades físicas e intelectuais. A escola é um meio de grande importância para o desenvolvimento das relações afetivas da criança com os adultos, assim como também com as outras crianças da mesma idade. É também na escola que a criança deve aprender a se relacionar com o outro em diálogo permanente, se constituindo em trocas com todos aqueles a sua volta (PEDROZA, 1993).
A criança, ao chegar à escola, traz consigo uma experiência relacional vivida com a família, com um inconsciente com todas as suas frustrações e recalcamentos de seu drama interior, com seus desejos, sua história, se exprimindo pela sua simbolização. A pedagogia, portanto, poderia procurar se articular com essa expressão simbólica do aluno a partir das múltiplas situações oferecidas pelo grupo escolar e suas diferentes formas de atividade, oferecendo à criança oportunidade de verbalizar suas tensões. É dessa maneira que a psicanálise pode ajudar o educador, permitindo a possibilidade de uma compreensão em profundidade do sujeito, no que ele tem de mais pessoal e de mais íntimo. Para tal, é necessário que a escola não mantenha os alunos numa relação de submissão passiva à autoridade do professor. Este deve lembrar que as dificuldades encontradas pelo aluno, na escola, podem ser de origem afetiva. A relação professor-aluno depende, em grande medida, da maturidade afetiva do professor. Se esta lhe permite resolver suas próprias dificuldades, ele poderá ajudar a criança a viver e a resolver as suas.
Mauco (1979) ainda acrescenta que, ao reagir afetivamente - "eles me põem doida" - o adulto perde sua superioridade e a autoridade de sua função educativa, que exige, ao mesmo tempo, "muito apego para compreender a criança, e muito desapego para não reagir subjetivamente" (p. 167). É numa relação de diálogo e de escuta que a educação será uma relação de respeito à pessoa da criança. Respeito e compreensão ao seu comportamento e às etapas de seu desenvolvimento psíquico e afetivo.
Para Bigeault e Terrier (1978), a contribuição da psicanálise para a educação é um fato, como também o é para outros campos, como a arte e a publicidade, por exemplo. Segundo esses autores, a psicanálise deu uma nova visão para os seguidores de Rousseau, os do movimento da Escola Nova, passando pela psicologia social. No entanto, ao mesmo tempo em que essas duas posições parecem se aproximar, há entre elas um grande abismo. O que falta nessas pedagogias modernas é considerar questões de grande importância para a psicanálise, tais como a frustração, a agressividade, o conflito e o Édipo, como constituintes da estruturação da personalidade. Por outro lado, elas se aproximam, principalmente, ao acentuar a importância da energia no interior do sujeito e sua relação com o mundo exterior.
A premissa fundamental da psicanálise é a diferenciação do psíquico em consciente e inconsciente. E sua grande utilidade é, sem dúvida alguma, a tentativa de trazer o inconsciente até o consciente levando as repressões e preenchendo as lacunas mnêmicas. Pois, como Freud (1915) nos disse, seu objetivo era de traduzir em teoria os resultados da observação, sem nenhuma obrigação de sua parte de alcançar, numa primeira tentativa, uma teoria completa que se recomende por sua simplicidade. Para a psicanálise toda e qualquer ligação do sujeito com o mundo significa investimento afetivo. Dessa maneira, são de grande importância para a educação os resultados das investigações psicanalíticas, que reivindicam para os processos afetivos a primazia na vida psíquica.
A revista de pedagogia psicanalítica, Zeitschrift für Psychoanlytische Pädagogik, que circulou entre 1926 e 1937, reuniu vários textos de célebres psicanalistas como A. Freud, S. Ferenczi, A. Balint e de outros terapeutas infantis e de adultos, de educadores e de professores. Estes se mostraram entusiasmados em relação às descobertas da psicanálise e buscaram se apoiar nos seus ensinamentos modificando seus olhares sobre eles mesmos e sobre suas práticas a partir de uma formação clínica ou de uma análise pessoal.
Nessa época, surge a formação do tipo clínico criada por M. Balint com os "grupos de análise da personalidade profissional" que eram destinados inicialmente aos trabalhadores sociais e aos médicos e que passaram depois a outras profissões, como a dos professores. Dessa forma, a psicanálise deixa de ser apenas direcionada a um tratamento com o objetivo da cura individual e passa a atuar em outros contextos, ocupando-se da elaboração psíquica.
Este trabalho tem como objetivo apresentar possibilidades de atuações clínicas na formação do professor a partir da escuta clínica de orientação psicanalítica das práticas pedagógicas, visando oferecer condições aos professores no campo da educação para o enfrentamento de problemas e situações do seu dia a dia na escola. Pois, pensar a formação do professor é também pensar a formação da pessoa do professor. Significa compreender os processos a partir dos quais esses profissionais passam a se constituir como sujeitos sociais da construção de uma proposta de educação. Ser professor não é apenas ser um mediador entre o aluno e o conhecimento já construído socialmente. Ser professor é ser agente do processo de construção do conhecimento que leva à formação de sua personalidade e a dos alunos envolvidos nessa relação. Tal formação exige um compromisso constante de pensar as práticas educativas para que sejam formativas dos sujeitos. O grande desafio na formação do professor é, pois, entendê-lo para poder prepará-lo para assumir sua condição de sujeito de saber que deve atuar em sala de aula.
O interesse pela temática da formação do professor no que concerne sua formação pessoal, neste trabalho, é o de desenvolver recursos de personalidade que permitam o enfrentamento das dificuldades encontradas na escola, sobretudo no que diz respeito ao conhecimento de si mesmo, de sua história pessoal, de suas lembranças de quando era criança e de seus afetos. Muitos são os trabalhos nesta área a salientar que o ato de ensinar não é apenas um simples gesto técnico com o qual o professor poderia ter um controle perfeito de tudo aquilo acontece em sala de aula (CIFALI, 2007).
O lugar da sala de aula constitui um encontro de vários sujeitos com múltiplas ocasiões de transferência. A relação entre o sujeito do inconsciente e o sujeito social deve ser tratada a partir de diferentes abordagens complementares (Psicologia, Psicanálise, Antropologia) que permitam a elaboração de uma real articulação entre um pensamento crítico e a ação profissional. É preciso, portanto, construir espaços de escuta que possibilitem o desvelamento do inconsciente dos sujeitos envolvidos na relação professor-aluno. A escuta clínica pode permitir a tomada de consciência e o deslocamento psíquico na subjetividade profissional que tem efeitos de diminuição de angústia. Por isso, acreditamos ser necessário desenvolver subsídios para uma formação do professor que lhe permita criar uma prática pedagógica que atenda suas necessidades e as dos alunos como sujeitos em desenvolvimento.

Formação do professor
O tema da formação do professor tem ocupado lugar de destaque nas pesquisas desenvolvidas na área de educação. As discussões a respeito desse tema versam sobre a tentativa de buscar soluções para os problemas que assolam a escolaridade básica brasileira. Muitas vezes, procura-se encontrar um fator que seja a causa dessa situação, achando-se que, solucionando o mesmo, o problema estará sanado. A visão tem sido de que há um mal e que, uma vez diagnosticado, há a possibilidade de uma solução (PEDROZA, 2003).
Não se trata de identificar, ou mesmo isolar uma causa. Os problemas encontrados na educação decorrem de vários fatores inter-relacionados numa complexidade que vai além dos detectados pela academia. Muitas vezes o professor tem sido apontado como o responsável pelas mazelas do fracasso escolar e muito tem sido proposto para alterar essa situação. No entanto, acreditamos que a qualidade da educação depende necessariamente da qualidade do professor.
A formação docente, além de estar ligada aos aspectos científicos e epistemológicos, também é um problema político, à medida que os professores são formados para atuar em uma escola que por sua vez exerce determinadas funções na sociedade. Também se torna um problema filosófico, uma vez que toda educação e toda formação de educadores remetem a um determinado conceito de ser humano e das suas relações com o mundo (ESTRELA, 2002).
As pesquisas na área de formação de professores têm se voltado para a promoção de mudança na prática pedagógica a partir da indagação sobre a natureza do trabalho docente (BOLÍVAR, 2002; ALMEIDA, 2006; AGUIAR e ALMEIDA, 2008). Enfatizam-se idéias e práticas de uma formação reflexiva do professor visando uma compreensão do significado de sua atividade pedagógica. Há uma preocupação em construir novas relações de trabalho na escola, em aprofundar o estudo teórico-metodológico e criar uma unidade entre teoria e prática, valorizando-se mais as experiências do professor e do trabalho coletivo.
Os trabalhos também indicam o interesse da formação de um profissional comprometido e responsável no que diz respeito ao acadêmico e ao pessoal. Um profissional capaz de dar conta de sua realidade com a finalidade de transformá-la, a partir de processos avaliativos de sua ação. Tal formação implica uma mudança de atitude diante da realidade e uma maneira diferente de perceber e atuar no mundo. É preciso levar em consideração as relações sociais que pressionam e perpassam o cotidiano escolar e se concretizam na prática pedagógica, influenciando na forma como os professores atuam na escola. A prática pedagógica é permeada por jogos de poder que muitas vezes fazem da sala de aula um espaço de cumprimento de ordens, de disciplina, e deixa de ser o espaço de produção de conhecimentos e de formação de sujeitos (NÓVOA, 1999; IMBERT, 2003; PRIOSTE, 2006).
Uma coletânea de artigos assinados por influentes pensadores na questão da formação que destacam o professor como profissional reflexivo foi reunida por Nóvoa (1992) em seu livro Os professores e a sua formação. Segundo esse autor, a formação de professores tem ignorado o desenvolvimento pessoal, confundindo "formar" e "formar-se". A lógica da atividade educativa nem sempre coincide com as dinâmicas próprias da formação que deixa de ter como eixo de referência o desenvolvimento profissional dos professores, tanto da perspectiva individual como da coletiva.
A formação do professor foi sempre influenciada pela abordagem da ciência positivista que tem se mostrado simplista e limitada para a prática social e para a ação do profissional que é chamado a enfrentar problemas de grande complexidade e incertezas no cenário escolar. A dimensão técnica da ação pedagógica reduziu a profissão docente a um conjunto de competências e de capacidades (PEDROZA, 2003).
Os professores têm enfrentado grandes dificuldades no sistema educacional principalmente quando se deparam com o surgimento de novos programas e currículos. As novas exigências requerem tempo para uma adaptação e acentuam as pressões institucionais, políticas e pedagógicas (CURI, 2007).
A partir dos anos 80, de acordo com Nóvoa (1995), a literatura pedagógica foi invadida por estudos sobre a vida dos professores, as carreiras e os percursos profissionais, as biografias e autobiografias docentes e o desenvolvimento pessoal dos professores. Esses estudos recolocam os professores no centro dos debates educativos e das problemáticas da pesquisa. Eles ajudam na compreensão da situação em que se encontram os docentes e, desse modo, podem propor ações de formação condizentes com suas necessidades. A utilização das abordagens biográficas dá voz aos próprios professores através de suas "histórias de vida". É importante que se escute a pessoa a quem se destina a formação.
A importância da prática reflexiva e de outros estudos na escola está ligada à necessidade da criação de um espaço onde o professor possa ser ouvido. Um espaço onde encontre um apoio para realizar essa reflexão. Não somos conscientes de todos os nossos atos e precisamos de um outro que nos faça ver nossas ações. A reflexão que propomos não é a mesma que cada pessoa realiza de modo espontâneo sobre sua prática. A proposta é de uma análise metódica para tomada de consciência de conteúdos do inconsciente que se interpõem na prática pedagógica.
A partir de grupos de discussão é possível realizar uma análise dos nossos atos e, coletivamente, pensar estratégias de soluções para os problemas que envolvem a prática pedagógica. Nesse sentido, faz-se necessário uma escuta clínica para assegurar aos professores uma ajuda, pois que não é fácil admitir nossas falhas, nossas angústias e medo de perder o respeito dos outros ao nos depararmos com a realidade de um desempenho "ruim". É preciso conduzir um procedimento clínico que seja capaz de desenvolver uma análise de práticas evitando receios de magoar colegas ou formas grosseiras. O professor deve estar seguro da sua prática e de si mesmo, como educador e adulto, para que, ao se sentir ameaçado não ameace, e possa ocupar o lugar de autoridade, de detentor do conhecimento e, nesta condição, ser reconhecido pelo aluno (PEDROZA, 1993; ALMEIDA, 2003; CIFALI, 2001).

A Psicanálise e a formação do professor
Desde a proposta de Freud de fazer da Psicologia uma ciência natural, a contribuição da Psicanálise se dá com o estudo do comportamento em função da história individual, em termos de acontecer humano. Com Freud, um fato psicológico adquiriu movimento, integrou-se em um processo porque se relacionou com os outros fatos psicológicos da mesma pessoa, no plano atual e histórico. O que temos em Freud é a valorização da natureza ativa dos processos inconscientes, sua qualidade dinâmica, influenciando e modelando o pensamento e a ação conscientes (PEDROZA e ALMEIDA, 1994).
Encontra-se no texto de Freud, de 1913, Múltiplo interesse da Psicanálise, a apresentação da pedagogia como uma das ciências não psicológicas de interesse da Psicanálise. Essa contribuição está principalmente na descoberta dos desejos, dos produtos mentais e dos processos evolutivos da infância e fundamentalmente na importância dada à sexualidade em suas manifestações somáticas e anímicas. Com a Psicanálise, o sujeito retoma seu próprio discurso, torna-se autor de sua palavra e do seu desejo no confronto com a realidade. O sujeito é visto como um ser histórico, social e cultural, dotado de inconsciente e desejos que influenciam e modelam o pensamento e a ação conscientes. Sendo assim, em contraposição a outras propostas de formação de professor que se constituem praticamente em técnicas de intervenção da realidade, fornecendo um instrumental teórico e prático, visando principalmente à adaptação ao contexto da escola, surge a Psicanálise, através do seu conceito de inconsciente, como um saber transgressor ao ideal das ciências experimentais.
A tentativa de Anna Freud (1958) de aplicação da psicanálise à pedagogia é na contribuição de uma visão crítica das normas pedagógicas existentes, por ser a doutrina da pulsão. Ela amplia o conhecimento que o pedagogo tem do homem, aguçando seu entendimento sobre as relações complexas entre a criança e os adultos que a educam. A tarefa de uma professora baseada nos fatos revelados pela análise consistiria em achar um equilíbrio entre os extremos do consentimento das satisfações do indivíduo e a proibição da manifestação da pulsão. O que ela defendia era uma análise pedagógica.
A importância da escola para a criança faz com que todo seu cotidiano gire em função da mesma. Nesse sentido, é preciso destacar seu papel e o do professor para com a criança. A criança ao entrar na escola, transfere para a figura do professor o respeito e a veneração antes dirigidos ao pai, de maneira a tratá-lo como se fosse seu pai (FREUD, 1914). A transferência acontece de forma natural na relação educador-educando, assim como nas outras relações humanas.
É a partir da noção de transferência que podemos identificar o pensamento dinâmico em Freud (1912a), quando ele discute a possibilidade de evolução e mudança nos quadros clínicos. A transferência funciona como motor do tratamento permitindo, por meio da fala, a reorganização do modo de funcionamento psíquico. Num sentido mais amplo, o tratamento implica a concepção de uma direção de mudança de personalidade.
O educador baseado em idéias psicanalíticas tem que renunciar à atividade excessivamente programada, obsessivamente controlada. Ele pode, a partir da Psicanálise, obter uma ética, um modo de ver e de entender sua prática educativa. O que for ensinado será confrontado com a subjetividade de cada um, o que permitirá o pensamento renovador, a criação e a geração de novos conhecimentos (KUPFER, 1989; 2001; LEGNANI & ALMEIDA, 2002; PECHBERTY, 2003).
Tradicionalmente, a formação do professor passa por disciplinas curriculares que consideram a aprendizagem como um processo puramente consciente e como produto da inteligência, desenvolvendo apenas os componentes cognitivos do indivíduo, negligenciando ou negando os afetivos e desconsiderando os processos inconscientes. É preciso enfatizar a necessidade de uma formação que parta da própria experiência pedagógica, buscando-se uma análise dos conflitos em sala de aula. As relações entre professor e alunos envolvem aspectos do inconsciente que interferem no processo ensino-aprendizagem (CROISY, 2006; NETTER, 2006; BLANCHARD-LAVILLE & NADOT, 2000).
A contribuição da Psicanálise, cujas origens como teoria encontram-se na prática clínica, certamente não é a de uma aplicabilidade direta às situações educativas. No entanto, sua contribuição está na possibilidade de trazer ao consciente, a partir da análise das práticas educativas, conteúdos do inconsciente do professor de forma a elucidar o porquê de algumas ações em sala de aula. Portanto, a importância da Psicanálise na formação dos educadores não está no sentido de lhes proporcionar mais uma técnica pedagógica, desenvolvida a partir de uma teoria desvinculada da prática, mas, sim, de remeter-lhes a um constante questionamento sobre sua prática pedagógica e sua relação com o educando.
Se concebermos a aprendizagem acontecendo numa relação com o outro, é necessário cultivar nessa relação o respeito mútuo, o reconhecimento das necessidades, buscando a expressão dos desejos e encontrando prazer no processo ensino-aprendizagem. Não nos cabe, simplesmente, dizer ao professor como deve fazer sua prática. É necessário propiciar-lhe as condições para que ele desenvolva uma sensibilidade que lhe permita assumir, diante das situações educativas, todas as suas contradições, buscando a construção do novo. O professor não deve se anular como sujeito desejante ou impedir que o aluno deseje. O reconhecimento mútuo é que permitirá, ao professor, ensinar verdadeiramente e, ao aluno, desejar aprender e construir o saber.

Grupos clínicos de análise de práticas pedagógicas
Os grupos clínicos de análise das práticas docentes abordam a questão do cuidado e do terapêutico estabelecendo o grupo e a prática profissional como objetos de um trabalho psicanalítico possível. Segundo descrição feita por Pechberty (2007), os grupos têm lugar no estabelecimento de ensino, ou fora, no contexto de formação continuada ou pessoal. A abordagem clínica de orientação psicanalítica leva em consideração prioritariamente os processos psíquicos, na sua maioria inconscientes, nas situações profissionais estudadas além dos conceitos de transferência e realidade psíquica (BLANCHARD-LAVILLE, 2005).
Os grupos de análise apresentados neste trabalho se caracterizam pela influência dos grupos criados por M. Balint, psicanalista médico que nos anos 1950, em Londres, aplicou no campo do trabalho social um dispositivo de formação de médicos generalistas (BALINT, 1996). O grupo clínico Balint é o exemplo mais característico de orientação psicanalítica sobre as práticas de educadores. Constitui-se em um dispositivo clínico que reúne profissionais de uma mesma categoria, com um coordenador, analisado ou analista que conduzirá a reflexão no grupo. Nesse quadro clínico preciso, cada participante apresenta um relato sobre um momento de sua prática pedagógica conflitante ao qual o grupo vai reagir. Esse relato pode dizer respeito à relação com um aluno, com a classe ou com a instituição e deve seguir o propósito metodológico da associação livre.
As situações trazidas remetem-se ao íntimo de cada um. Os desvios psíquicos que emergem abrem para falas e sentidos inesperados e afetos passados e presentes. Cada um se reconhece de modo diferente a partir do que emergiu do inconsciente graças ao "espelho" do grupo. O relato profissional e a palavra pessoal tornam-se significantes de outra realidade psíquica que se repete e age na experiência da classe, das atitudes e decisões tomadas no cotidiano. Ao falar sobre sua prática pedagógica esta se torna concreta diferenciando-se daquela que a pessoa desejaria ter e que por diferentes razões desconhece porque não faz.
O papel do coordenador do grupo é de identificar no discurso dos participantes os significantes específicos utilizados, os lapsos, as associações pessoais de cada um, nos limites de sua própria escuta, com a esperança de abrir ao outro possibilidades de novos sentidos. Ele não ensina e nem dá opiniões porque não há uma verdade a ser alcançada. Os participantes do grupo são vistos como seres autônomos que farão suas próprias análises com a ajuda do coordenador e o conjunto do grupo. A atitude do coordenador é deliberadamente e sistematicamente empática e calorosa por levar em consideração a dimensão de culpabilidade e de perseguição dentro da instituição escolar. As palavras do discurso são entendidas no nível dos efeitos que elas produzem e não a partir do sentido propriamente do que veiculam.

Considerações finais
A análise das práticas educativas de base psicanalítica ajuda a reflexão e permite ao professor que ele faça suas escolhas de atuação em sala de aula. Apesar de partir de um posicionamento teórico, a análise feita no grupo não impõe a aplicação de uma determinada teoria na prática do professor. Ela apenas possibilita a reflexão e a conscientização do porquê de uma determinada prática, que corresponderia a uma teoria ou a um fazer imposto por um imaginário. Da mesma forma, o coordenador também se apóia em saberes teóricos, saberes de referência que guiam o processo de análise, assim como o domínio de sua concepção de sujeito, da realidade psicológica e institucional.
No entanto, o que está realmente em jogo, e é a própria finalidade da análise das práticas, é o saber fazer e não o saber teórico de cada um do grupo. O grupo passa a ser um lugar de transformação da queixa uma vez que o professor pode falar sem medo de julgamentos e conta com a compreensão que a psicanálise oferece. O objetivo do grupo Balint não é solucionar de imediato os problemas dos professores, mas fazer com que possam discernir o que é concreto na relação educativa daquilo que lhe faz sofrer psiquicamente. No entanto, o autor ressalta que esses grupos não tratam da história singular de cada um, mas da sua posição profissional e as ressonâncias pessoais em jogo nos grupos.
O trabalho é terapêutico no sentido do acompanhamento clínico e na noção de terapia profissional visando à tomada de consciência e de deslocamento psíquico na subjetividade profissional que tem efeitos de diminuição da angústia. Segundo Pecheberty (2007), na relação professor-aluno, o conflito psíquico está presente em cada um e incide sobre o desvio entre o ideal e a realidade, e recobre experiências diferentes de dissociação ou de ligação entre o si-docente de hoje e o si-aluno inconsciente sempre ativo. Os grupos clínicos elaboram os traços do aluno imaginário que cada um foi e, eventualmente, fragmentos da história familiar que fazem laço com a situação profissional presente.
A Psicanálise por ser uma teoria que privilegia a escuta da palavra e da relação do sujeito com o saber tem em comum com a educação a preocupação da pessoa na sua singularidade, uma vez que provoca investimentos e emoções que permitem análises. A Psicanálise nos inspira antes de tudo um método de trabalho que exige que se faça um permanente retorno a si mesmo. Torna-se mais fácil ao professor de compreender sua prática pedagógica quando ele pode ser escutado por alguém de fora da situação pedagógica. No grupo de análise é possível uma modificação mesmo que limitada, mas extremamente importante da personalidade do professor que permite entender a relação com seus alunos em sala de aula (BALINT, 1996).

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