segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Mitos, Verdades e Tabus sobre a Psicanálise

Quais São as diferenças entre a psicanálise e as psicoterapias?
Até a pouco tempo, essa crença era bastante divulgada, principalmente por parte dos próprios psicanalistas. Na atualidade, essa afirmativa pode ser considerada como sendo um mito. Pela importancia desta questão se justifica fazer uma distinção entre psicanálise, psicoterapia e terapia analítica. Inicialmente, cabe fazer uma matáfora:assim como existem os extremos da claridade do dia e da escuridão da noite, também existem os estados intermediários como são a aurora e o crespúsculo. De forma análoga, pode-se dizer, esquematicamente, que a psicoterapia tem uma finalidade mais restrita, como resolver crises vitais e acidentais; remover sintomas agudos de quadros de transtornos mentais, como angústia, fobia, paranóia, etc., propriciar melhor adaptação na família, sociedade e trabalho; dar apoio com vistas a um melhor enfrentamento de situações difíceis. Habitualmente, as psicoterapias (tanto individual como grupal) são realizadas em uma média de duas sessões semanais, mas nada impede que possa ser uma sessão semanal, quinzenal ou até mesmo mensal. O tempo de duração de uma psicoterapia pode ser breve( por exemplo, a "focal", visa à resolução de um foco específico de sofrimento) ou longa, que perdura enquanto estiverem, de fato, se processando melhoras na qualidade de vida.
Já um tratamento psicanalítico visa a um maior aprofundamento,isto é, vai além dos inequívocos beneficios terapeuticos acima mencionados, sendo que o maior objetivo de uma análise é conseguir mudanças da estrutura inerior do psiquismo.Objetiva, portanto, realizar verdadeiras e permanentes mudanças caracterológicas, de sorte a melhorar a qualidade de vida para uma pessoa que, por exemplo, seja exageradamente obsessiva, ou histérica, fóbica, depressiva, paranóide, psicossomatizadora,etc. Isso,na hipótese de que essa caracterologia, embora sem sintomas manifestos, de alguma forma possa estar prejudicando a si próprio e/ ou aos demais, com sensíveis prejuízos e inibições nas capacidades afetivas, intelectivas, comunicativas, criativas e de lazer. Um tratamento psicanalítico habitualmente é processado com quatro (ou três) sessões semanais, comumente(mas não obrigatoriamente) com o paciente deitado no divã, e tem uma duração de vários anos, dependendo do paciente.
O termo terapia analítica( ou psicoterapia de orientação psicanalítica) designa aquele tratamento em que há certa superação de psicoterapia e pasicanálise e cujo denominador comum consiste na utilização do "método análitico" que, fundamentalmente, consiste em um conjunto de conhecimentos teóricos e procedimentos técnicos que possibilitam um acesso ao incosciente do paciente.
Voltando a metáfora do dia e noite, vale repisar que os autores e professores estabeleciam um enorme abismo entre psicoterapia e psicanálise. Na atualidade, entretante, as zonas de aurora e crepúsculo servem de analogia para o significado de que passou a existir uma redução de diferenças, e uma superposição de semelhanças entre ambas está se expandindo de forma significantiva.David E. Zimerman

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Palestra

A Sociedade de Psicanálise de Brasília (SPB) e o Centro Universitário de Brasília (UniCEUB) têm o prazer de convidá-los para a palestra “Transgeracionalidade, Resiliência e Vínculo”, com Ana Rosa Chait Trachtenberg, analista didata e analista de criança da Sociedade Brasileira de Psicanálise de Porto Alegre (SBPdePA).


O evento será realizado no dia 23 de setembro (sexta-feira), às 20h, no UniCEUB, Bloco 3, Auditório 3 - SEPN 707/907 – Asa Norte, aberto ao público, com entrada franca.

As inscrições para a palestra devem ser feitas antecipadamente no portal do UniCEUB, clicando aqui:(http://www.uniceub.br/Congresso/con001_alterar.aspx?ID=61c6bfb1).


Diretoria Científica
Sociedade de Psicanálise de Brasília






Realização: Sociedade de Psicanálise de Brasília (SPB)

Apoio: Instituto CEUB de Pesquisa e Desenvolvimento (ICPD/UniCEUB)


Informações: Secretaria da SPB - Telefone 61 3248-2309

Citação de Freud

" Somente alguem que possa sondar as mentes das crianças será capaz de educá-las, e nós adultas, não podemos entender as crianças porque não mais entendemos a nossa própria infâcia."
(FREUD, 1913b:224)

sábado, 27 de agosto de 2011

O professor está doente


Sabe aquele professor apático, cansado e irritado?
Ele nem sempre foi assim. Ele já foi alguém animado e comprometido com a sua profissão. Ele já foi um profissional responsável e perseverante. Ele já foi idealista e sonhador.
O que terá acontecido no seu percurso que o tornou um profissional tão “apagado”?

O professor está doente. Excesso de burocracia (fichas avaliativas mensais, bimestrais e formulários para comunicações com coordenadores, para conselhos de classe, etc.), excesso de trabalho profissional em casa (preparação e correção de tarefas diferenciadas avaliativas, trabalhos escolares, provas, testes, planejamentos, projetos, etc.), indisciplina em sala de aula (conversas paralelas, uso de aparelhos MP3/4/5, uso do telefone celular para enviar torpedo e jogos, gritos, etc.), salário baixo (e que não contempla o trabalho extra-classe, especialmente aquele realizado aos finais de semana e nos feriados), violências verbais (broncas na sala dos professores durante o seu descanso), violências morais (comparações entre diferentes níveis de ensino e até entre os próprios professores feitas por coordenadores), exigências de resultados positivos nos boletins pelos pais de alunos e pressão da direção, perseguição de coordenadores e supervisores bisbilhotando as salas de aula, pegando, às escondidas, os cadernos e livros dos alunos para fiscalizar o cumprimento do conteúdo, bombardeio de informações e contra-informações por parte de coordenadores de diversas áreas que precisam "mostrar serviço", a indisciplina e apatia dos alunos e, principalmente, a falta de reconhecimento de sua atividade são algumas das causas de estresse, ansiedade e depressão que vêm acometendo os docentes brasileiros das escolas privadas e públicas.


"Muitos pais acreditam em tudo o que as crianças dizem e vêm procurar os orientadores para tirar satisfação. Isso é ruim porque, ao menor sinal de deslize, os alunos fazem o que querem. Por isso temos de ser duros. Sem respeito com os professores, é impossível qualquer aprendizagem e a escola perde o sentido."
(Neide Maria Negrini, 49 anos, professora de português na Escola Pueri Domus, em São Paulo )

A indisciplina nas salas de aula assumiu tais proporções que muitos professores estão com medo dos alunos. Não se trata da violência que, nos bairros pobres, ultrapassa os muros escolares e ameaça fisicamente os educadores, mas sim de um fenômeno de subversão do senso de hierarquia que ocorre em grandes redes de ensino privadas e também está presente em colégios tradicionais. Uma explicação parcial para essa mudança de comportamento é a seguinte: os alunos ignoram a autoridade do professor porque o vêem como uma espécie de empregado ou prestador de serviços, pago por seus pais. Uma das queixas mais comuns dos professores diz respeito ao sentimento de impotência diante de alunos indisciplinados. Certas escolas agem como se a lógica do comércio – aquela que diz que o freguês sempre tem razão – também valesse dentro da classe. "Os professores estão sofrendo de fobia escolar, antes um distúrbio psicológico exclusivo das crianças", diz o psicanalista Raymundo de Lima, professor do departamento de fundamentos da educação da Universidade Estadual de Maringá, no Paraná. (Veja, Edição 1904 . 11 de maio de 2005)



Profissionais de saúde e de educação dão cada vez mais atenção a fatores que afetam a saúde psicológica do professor. Ainda que pouco seja feito em termos de políticas públicas e educacionais para prevenção, acompanhamento e tratamento de casos genericamente classificados como de estresse, pesquisas começam a identificar a origem do mal e a apontar caminhos para mudanças.



Partindo da hipótese de que as condições de trabalho - excesso de tarefas e ruídos, pressão por requalificação profissional, falta de apoio institucional e de docentes em número necessário, entre outras - geram um sobreesforço na realização de suas tarefas, o estudo conclui que os resultados aferidos nas diversas cidades são convergentes e que os professores estão mais sujeitos que outros grupos a terem transtornos psíquicos de intensidade variada.



Um dos problemas mais comuns na atividade de educador é a síndrome de burnout. Suas causas estão na ocupação profissional, principalmente entre trabalhadores que lidam diretamente com pessoas e demandas variadas. É comum entre médicos, enfermeiros, policiais e, é claro, professores.

Vista como epidemia no meio educacional, essa síndrome não é exclusividade brasileira. Estudos na década de 1980 já apontavam altíssima incidência do problema entre os docentes norte-americanos.

A síndrome do esgotamento profissional,conhecida como síndrome de burnout,foi batizada nos anos 70.

O nome vem da expressão em inglês to burn out, ou seja, queimar completamente, consumir-se.

Entretanto, por estar sendo estudada há relativamente pouco tempo, ainda é difícil avaliar o desenvolvimento do burnout nas diferentes atuações profissionais. De qualquer maneira, as mudanças sociais das últimas décadas - que, para ficarmos no caso brasileiro, alteraram a cultura e os interesses do alunado, aumentaram a violência nos centros urbanos e diversificaram e intensificaram o acesso à informação - entraram na escola e tornaram-se fatores motivadores de estresse entre os professores.



Celso dos Santos Filho é médico residente do setor de psiquiatria do Hospital do Servidor, em São Paulo. Ele diz que atende a um número considerável de professores que buscam ajuda psiquiátrica com os mais diversos transtornos. "Há uma desvalorização gradual do papel do professor. Ele se sente cada vez menos valorizado, o que afeta a prática profissional e a auto-estima", conta. Tais perturbações deságuam em "dificuldade para ir ao trabalho, insônia, choro fácil". O médico nota que as reclamações mais comuns desse sentimento de depreciação da atividade apontam para a falta de autoridade sobre os alunos e para a ausência de apoio institucional (da escola) e das famílias dos alunos.



O professor que desenvolve fobia escolar sente um pavor profundo da escola e da sala de aula, acompanhado de alterações físicas como palpitações e tremores. Os ambulatórios psiquiátricos dos hospitais brasileiros já registraram o aumento dos casos de professores com distúrbios de ansiedade, entre eles a fobia escolar. "O número de professoras que têm procurado atendimento por estar estressadas, deprimidas ou sofrendo de crise do pânico aumentou cerca de 20% nos últimos três anos", diz Joel Rennó Júnior, coordenador do Projeto de Atenção à Saúde Mental da Mulher do Hospital das Clínicas de São Paulo. Até meados dos anos 90, esse tipo de distúrbio psicológico era um quase monopólio daqueles professores que trabalham em escolas públicas. Hoje, afeta igual quantidade de educadores de colégios particulares. (Veja, Edição 1904 . 11 de maio de 2005)



Existem dados que balizam a fala do psiquiatra: a Unesco fez, em 2002, uma grande pesquisa sobre o perfil do professor brasileiro. Em uma das questões sobre a percepção que tinham do próprio trabalho, 54,8% afirmaram ser um problema manter a disciplina em sala de aula; 51,9% mencionaram as características sociais dos alunos; e 44,8%, a relação com os pais. Outros pontos críticos estão relacionados com o volume de trabalho e a falta de tempo para preparar aulas e corrigir avaliações. De todo modo, as questões que envolvem relações humanas, que são a essência da educação, demonstram ser obstáculos difíceis para os professores.



O professor acaba submetido a múltiplas pressões. É seu dever ensinar, impor disciplina aos alunos e, ao mesmo tempo, evitar que a escola perca "clientes". "Os esforços para passar a matéria equivalem a uma parcela mínima do desgaste físico e mental do professor", diz Marcos Hideaki Ono, de São Paulo, professor de física durante dez anos. O restante da energia é aplicado para controlar a classe, motivar os alunos e, às vezes, ensinar aos adolescentes princípios morais e éticos básicos. Ono, de 37 anos, conta que não suportava mais a agressividade dos alunos e, recentemente, abandonou o ensino para seguir carreira acadêmica em física. "Nos intervalos das aulas, era comum ver colegas tremendo de raiva ou chorando na sala de convivência dos professores", diz Ono. Uma de suas colegas pediu demissão depois que os alunos começaram a atirar-lhe moedas, insinuando que ela, por ser negra, era indigente. (Veja, Edição 1904 . 11 de maio de 2005)



"A gente deixa de fazer o trabalho para ficar chamando a atenção de aluno para tirar o pé da cadeira e para fazer silêncio. Isso os pais deveriam ensinar", revolta-se uma professora da rede pública paulista. "Nas reuniões, os pais dos alunos que não têm problemas aparecem; os que têm, raramente vão." A psicóloga e professora da PUC-Campinas, Marilda Lipp, concorda com a professora: "As crianças estão mal-educadas. Mas ao mesmo tempo em que os pais desvalorizam os professores, passam a eles a responsabilidade de educar os filhos".



Sempre fez parte do desafio do magistério administrar adolescentes com hormônios em ebulição e com o desejo natural da idade de desafiar as regras. A diferença é que, hoje, em muitos casos, a relação comercial entre a escola e os pais se sobrepõe à autoridade do professor. "Ouvi em muitas reuniões com coordenadores o lembrete de que os pais e os alunos devem ser tratados como clientes e, como tais, têm sempre razão", diz Iole Gritti de Barros, de 54 anos, professora aposentada. Durante 33 anos ela ministrou aulas de história para alunos da 5ª série em colégios particulares de São Paulo. Em algumas escolas, o temor de desagradar aos pais e perder os alunos acaba se sobrepondo à necessidade de impor ordem na sala de aula. A postura leniente com a disciplina explica-se, em parte, pelo número crescente de carteiras vazias. Em cinco anos foram abertas 2.000 novas instituições particulares de ensino fundamental e médio, enquanto a quantidade de alunos permaneceu inalterada. (Veja, Edição 1904 . 11 de maio de 2005)



De acordo com uma pesquisa orientada pelo psicólogo e professor da UERJ, Francisco Nunes Sobrinho, um fator determinante do burnout é a idade do professor. Pelos resultados, educadores mais jovens fazem uso exagerado de "controle aversivo". "Eles, por exemplo, gritam mais com o aluno para tentar controlar a disciplina. Se o professor ameaça demais, ele também pode criar um clima de estresse", explica.



Os pais entregaram a educação dos filhos aos colégios, mas alguns acham exageradas as exigências escolares ou as punições impostas aos indisciplinados. Também se vêem no direito de deixar o filho na escola com atraso ou buscá-lo mais cedo, a pretexto de viajar ou ir ao dentista – como se o horário de estudo não tivesse importância. Sem poder impor regras aos alunos, os professores acabam ficando impossibilitados de fazer aquilo que os pais esperam deles. A escola é um lugar onde as crianças aprendem a convivência em sociedade, com todas as suas regras. Ao perceberem que os pais estão sempre do seu lado, os estudantes ficam com a impressão de que tudo é permitido. "Um aluno chegou a me dizer que não iria fazer o que eu estava pedindo porque, como o pai dele pagava a escola, ele se comportava como queria lá dentro", diz a pernambucana Sandra Helena de Andrade, professora de português em duas escolas privadas do Recife.. (Veja, Edição 1904 . 11 de maio de 2005)



A deterioração da atividade docente não acontece apenas no ensino público, o privado também sofre de mal semelhante. "A relação entre professor e aluno se transformou em relação professor-cliente", condena Rita Fraga, diretora do Sindicato dos Professores de São Paulo (Sinpro-SP). Apesar de trabalhar com profissionais da rede particular do Estado, ou seja, que supostamente figuram entre os mais bem remunerados do país e com uma boa infra-estrutura de ensino disponível, o sindicato nota um aumento do estresse no seu público. Rita avalia que muitos professores são pressionados pelos interesses mercadológicos da escola e, assim, muitas vezes não têm suporte da instituição em situações de enfrentamento com os alunos. "Com medo de perder o emprego, ele se sujeita a esse tipo de situação."



"Hoje, a punição é cada vez mais rara, tanto na escola como em casa."

Os pais têm larga parcela de culpa no que diz respeito à indisciplina dentro da classe. É uma situação cada vez mais comum: eles trabalham muito e têm menos tempo para dedicar à educação das crianças. Sentindo-se culpados pela omissão, evitam dizer não aos filhos e esperam que a escola assuma a função que deveria ser deles: a de passar para a criança os valores éticos e de comportamento básicos, diz a pedagoga carioca Tania Zagury, autora do livro Escola sem Conflito: Parceria com os Pais. (Veja, Edição 1904 . 11 de maio de 2005)



Medo de perder o emprego gera submissão de docentes, alerta Rita Fraga, do Sinpro-SP

A psiquiatra do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Alexandrina Meleiro, demonstra que esse problema de instituições privadas existe nos casos que atende, principalmente de professores do ensino superior: "Em algumas (instituições), os alunos fazem um motim contra o professor e a escola prefere demitir o profissional a ficar do lado dele", relata.



Entretanto, ela identifica que a maior quantidade de casos está no ensino fundamental. "São professores com problemas somáticos - depressão, ansiedade, às vezes síndrome do pânico - e, em alguns casos, se houve um assalto na escola, por exemplo, depressão pós-trauma", diagnostica. De acordo com Alexandrina, "entre 30% e 40% acabam desistindo da profissão, o que caracteriza que o problema é decorrente da ocupação".



O tratamento, segundo a psiquiatra, varia muito. "Dependendo do grau de desgaste, a pessoa pode passar somente por psicoterapia, ser medicada temporariamente com ansiolítico ou antidepressivo e, às vezes, tem de ser deslocada para uma função burocrática ou passar a trabalhar com outros tipos de alunos."



Não é comum, porém algumas instituições de ensino têm investido na "prata da casa" e orientando os profissionais mais afetados com os "males da profissão" a realizarem exames médicos, terapias e até concedem licenças médicas visando recuperá-los. Muitas escolas mantêm convênios com terapeutas psicólogos, fonoaudiólogos, academias de ginástica e até promovem momentos de desconcentração, espiritualidade, caminhadas e ginástica coletiva. Porém não são todas que se preocupam com o professor!







É o primeiro dia de aula do professor substituto que irá continuar o trabalho do titular de Geografia, licenciado por problemas de saúde. Passado o alvoroço inicial, a turma faz silêncio para ouvir o nome do novo professor e estudar seus gestos, suas estratégias. É uma turma pouco afeita ao estudo, com poucas exceções. Quando caminhava para seus afazeres para a sala de aula, pareceu-lhe que os corredores daquela grande escola não eram nada animadores para o recém-chegado substituto. Alunos fazendo piadinhas, professores conversando entre si e sem dirigir a palavra ao novato substituto, coordenadores apressados e nervosos, etc. Quando adentrou a sala de aula todos os alunos estavam em pé, circulando despreocupadamente, falando alto, rindo e sem qualquer tipo de compromisso com o trabalho que está apenas começando. Querem falar de outros assuntos, mais próprios e interessantes em sua opinião para pessoas que, como eles, estão em idade para freqüentar o Ensino Médio. Geografia não lhes parece parte integrante dos conhecimentos que necessitam para sobreviver na selva que percebem em seus cotidianos. Romeu, o professor substituto, mal consegue se apresentar, pois é interrompido de minuto em minuto por perguntas sem conexão com o conteúdo e piadas dos alunos. É apenas mais uma entre várias formas de interromper o trabalho que está sendo desenvolvido.

Mal o professor chegou à sala e já apareceram duas garotas pedindo para ir ao banheiro. Notava-se que queriam apenas retardar as explicações e sair para, talvez, usar o aparelho celular. Numa outra aula, quando as primeiras páginas do livro estavam sendo abertas no capítulo sobre formas de relevo e vulcanismo, surgem dois alunos, atrasados, que trazem consigo justificativas que lhes permitem permanecer na aula. Nenhum dos dois tem os materiais apropriados e ainda desrespeitam o professor fazendo gestos grotescos e obscenos pelas costas. Durante as explicações do conteúdo para a prova, já agendada pelo antigo professor, os atrasadinhos demonstram claramente que não tem qualquer interesse pelo que está sendo ensinado e, caso tirarem nota abaixo da média na prova, terão a "segunda chamada" ou a prova de recuperação. Para desestabilizar ainda mais as aulas de Geografia, os jovens desinteressados passam a assistir a aula tendo a seu lado outras pessoas que, como eles, não estão dispostos a estudar e que, da mesma forma como os primeiros, querem ameaçar e boicotar os esforços do Romeu.

Candidato em potencial para uma licença de saúde? Geralmente os profissionais da educação acumulam aulas em outras escolas, fica sobrecarregados de trabalho, em sala de aula e em casa, tudo isso para reforçar o orçamento minguado decorrente da baixa remuneração da classe.

A agitação, típica de uma sala de aula do ensino médio, reforçada pela pressão por resultados e pelas inevitáveis comparações com o professor titular, acarretará um profundo esgotamento do professor substituto levando-o, num futuro não muito distante, a capitular e recorrer à auxílio médico e medicações psiquiátricas.

E aqueles alunos desinteressados? Fizeram provas de recuperação, trabalhos e exames finais, e até foram para o conselho de classe e passaram de ano, felizes e realizados! Vestibular??? Não tem problema... o papai paga a mensalidade daquela faculdade particular!


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quinta-feira, 25 de agosto de 2011

curso de Psicanálise




Promoção - os três primeiros módulos da formação pela metade do preço!

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quarta-feira, 29 de junho de 2011

Curso de Psicanálise

Olá! Estou enviando o endereço para aqueles que queiram fazer o curso de Psicanálise a distância

Novo curso EAD de psicanálise - Transformações e invariâncias: contribuições de Wilfred Bion.

imageBion foi (e é) o “infant terrible” da psicanálise. Inquieto, destemido, impetuoso. Suas principais contribuições como a teoria do continente contido, a “reverie” como função da mãe e do analista, sobre o pensar na esquizofrenia, a parte psicótica da personalidade, os vínculos L, H, K e a teoria das transformações, são um exemplo de sua genialidade e contribuições para a psicanálise.

Mas Bion vai além trazendo um inconsciente como atravessamento, descentralizando o que Freud deixou como eixo central – a libido. Ao propor uma psicanálise pelo pensar e pensamentos, suas construções, transformações e invariâncias, desenvolve uma proposta analítica que amplia as possibilidades da clínica, sempre nos rastros de Freud e Klein.

Sua linguagem é desafiadora, filosófica, matemática, hermética, mística, inquieta, e por isso mesmo pouco explorada na clínica. Paradoxalmente os estudos sobre sua obra são sempre marcados por qualidade, como os de Matte-Blanco, James S. Grotstein, Antonio Rezende, Ignácio Gerber, Arnaldo Chuster entre outros.

A Escola Paulista de Psicanálise consegue trazer para seus alunos o único curso EAD sobre o pensamento bioniano no Brasil. Esse curso é a conseqüência da trajetória clínica e de pesquisa até então delineada nos cursos anteriores, e que permite ampliar o alcance das perspectivas clínicas e didáticas.

Carga horária: 120 horas. Investimento R$ 399,00 em até 12X pelo PagSeguro. Visite nossa página e inicie seu curso hoje mesmo!


Ementa completa:

Nesse curso serão as seguintes obras / temas:

. Introdução a uma teoria sobre o pensar - O gêmeo imaginário / Parte Psicótica da Personalidade / Ataques ao elo de ligação / Uma teoria sobre o pensar

. Aprendendo com a experiência – uma (im)possibilidade inconsciente – teoria das funções / Fato selecionado / Modelos e abstrações / Vínculos L, H.K / Continente e contido.

. Elementos de Psicanálise – Sentido, mito e paixão / A dor da interpretação / A grade / Reversão de Perspectiva / PS <-> D

. Transformações – Invariantes e valência / Conjunção Constante / Sobre pontos e linhas / Realidade última / Verdade última / Coisa em si / Tipos de transformações

. Atenção e interpretação – Memórias e desejos / Verdades e compulsões / Epílogo


Carga Horária - 120 horas/aula em regime EAD.

Público Alvo - Psicanalistas, psicólogos, psicopedagogos e demais interessados.

Investimento - R$ 399,00 em até 12X pelo PagSeguro.

Dúvidas - faleconosco@apsicanalise.com


Diretoria
Escola Paulista de Psicanálise

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Bullying

Bullying é um termo do inglês ainda sem tradução para o português, mas que significa o comportamento agressivo entre estudantes.

São atos de agressão física ou verbal, que ocorre de modo repetitivo, sem motivação evidente e executada por um ou vários estudantes contra outro, em uma relação desigual de poder, normalmente dentro do ambiente escolar, ocorrendo principalmente dentro de sala de aula e no recreio escolar.

O bullying está relacionado com comportamentos agressivos e hostis de alunos que se julgam superiores aos outros colegas, acreditam na impunidade de seus atos dentro da escola e muitas vezes são pertencentes a famílias desestruturadas, convivendo com pais opressores, agressivos e violentos.

Transtornos comportamentais como os transtornos disruptivos (transtorno desafiador opositivo e transtorno de conduta), transtorno de déficit de atenção e hiperatividade e transtorno bipolar do humor são comumente associados a esses autores de bullying.

Os alvos de bullying normalmente são jovens tímidos, quietos, inseguros, possuem poucas amizades, são facilmente intimidados e incapazes de reagir aos atos de agressividade.

Freqüentemente são fisicamente fracos e menores que os agressores, mais jovens e desta forma apresentam dificuldade em se defender das agressões. Alunos novos na escola, vindos de outras localidades e de diferentes religiões são comumente vítimas de bullying.

Muitas vezes estes jovens apresentam transtornos comportamentais associados como fobia social, distimia, ou transtornos invasivos do desenvolvimento.

Normalmente a identificação precoce do bullying nas escolas e o trabalho de informação e conscientização entre professores e alunos são suficientes no manejo do problema.

Entretanto, quadros graves de bullying podem estar diretamente ligados a transtornos comportamentais graves e nesses casos a avaliação neuropsiquiátrica está indicada e esses transtornos comportamentais podem ser identificados e tratados.

A identificação precoce do comportamento bullying nas escolas possibilita uma intervenção terapêutica a fim de se evitar prejuízos acadêmicos e no relacionamento social dos alunos envolvidos.

Gustavo Teixeira

Fonte: www.comportamentoinfantil.com
Bullying
O PAPEL DO PEDAGOGO EM RELAÇÃO AO BULLYING NO INTERIOR DA ESCOLA

Historicamente o papel do pedagogo foi sendo construído, compreende-se que sua função nem sempre foi organizada da forma como ela se constitui hoje. A cada período da história o pedagogo foi assumindo funções que a escola foi dando a ele. Em alguns momentos esse profissional foi mais valorizado e em outros menos, de acordo com a demanda da sociedade a escola vai se ajustando e seus atores vãos se adequando as necessidades cotidianas.

Na sociedade contemporânea o pedagogo é visto como o articulador da pratica pedagógica, e tido como elemento fundamental para implementar as ações educativas no vários níveis do ensino. Sua presença numa escola da um tom de qualidade àquela instituição de ensino. O pedagogo está diretamente envolvido com a dinâmica da escola, todos os acontecimentos podem estar sob sua orientação e supervisão, principalmente os de natureza pedagógica. A parte pedagógica demarca o espaço de atuação entre o pedagogo e o diretor da escola. A movimentação do pedagogo permite que ele tenha acesso a questões de ordem disciplinar podendo assim intervir nesses processos quando necessário. Esse fato o coloca diretamente ligado aos acontecimentos como as intimidações entre alunos, o que permite a esta pesquisa observar e investigar criticamente os aspectos vividos no dia-a-dia e como ele vai utilizar seus conhecimentos para propor medidas que possam amenizar esta questão. Este trabalho tenta no limite tomar como referencia uma escola para expressar a realidade e explicar a causa e o porquê destes fatos acontecerem repetidamente nos estabelecimento de ensino. A metodologia utilizada é o estudo bibliográfico em textos, bem como a observação da atuação do pedagogo numa determinada escola, a qual tomamos para estudo e investigação. Observa-se que o medo, a violência e as agressões estão aterrorizando os alunos, contraditoriamente isto acontece num espaço pensado para educar e proporcionar aos cidadãos o gozo de seu direto a educação.

Todo este cenário de questões preocupantes tem por objetivo evidenciar o que o Bullying, um nome novo para um ato antigo e muito conhecido pelos estudantes.

O termo bullying surgiu na Noruega, na década de 80, e é originário da palavra inglesa bully, que quer dizer ameaçar, intimidar, amedrontar, tiranizar, oprimir, maltratar. O primeiro a relacionar a palavra ao fenômeno foi Dan Olweus, professor da Universidade da Noruega. Ao pesquisar as tendências suicidas entre adolescentes, Olweus descobriu que a maioria desses jovens tinha sofrido algum tipo de ameaça e que, portanto, bullying era um mal a combater. O termo tem sido conceituado como contendo todas as formas de atitudes agressivas, intencionais e repetidas, que ocorrem sem motivação evidente. Essas ações são adotadas por um ou mais estudante contra outros, o fato geralmente causa dor e angústia, e sempre são executadas dentro de uma relação desigual de poder.

A pesquisa trata muito mais do Bullying como uma forma de violência e agressão. Entretanto além desse termo existem inúmeras formas de violência como coloca Bourdieu e Passeron quando tratam de um tipo “violência simbólica”, no meados da década de 1970. Sobre essa questão podemos observar que o pensamento desses teóricos críticos em relação aos processos de reprodução propala que a escola não resolve os problemas sociais, mas os reforça à medida que reproduz internamente as relações de poder. Podemos fazer uma analogia quando Bourdieu evidencia que a escola esta para reproduzir e não intervir como deveria nas questões sociais, como exemplo disto, pode-se citar o problema da indisciplina. Nesse sentido é que se pode utilizar do pensamento desses teóricos a medida que a escola reproduz a relação de violência contida na sociedade. Vejamos como esses teóricos tratam da questão da violência simbólica [...] toda ação pedagógica é uma forma de violência simbólica, pois reproduz a cultura dominante, suas significações e convenções, impondo um modelo de socialização que favorece a reprodução da estrutura das relações de poder. (Bourdieu e Passeron, 1975, p. 20). Não se trata de concordar ao não, mas sim de evidenciar que esses teóricos se referem à imposição da cultura da classe dominante propalada pelo homem burguês. Já o pedagogo que tem sua atuação fundada numa proposta crítica de formação de homem, procura romper com este modelo ao qual Bourdieu e Passeron fazem à crítica. Os pedagogos tentam quebrar com essa influência que a escola sofre quando mesma tenta reproduzir as relações de violência oriundas da sociedade. Neste caso os pedagogos estão a serviço da transformação, mesmo que de forma incipientes os professores e comunidade escolar tentam fazer deste espaço o lócus da luta contra o que é sendo comum.

E senso comum na sociedade hoje é a naturalização das relações de poder e violência, assim a comunidade que esta envolvida diretamente com os alunos deve estar atenta às formas de violência contidas nas relações interpessoais.

O bullying pode se manifestar de muitas formas: agredir, assédio, aterrorizar, bater, chutar, colocar apelidos, discriminar, dominar, encarnar, excluir, causar sofrimento, ferir, humilhar, intimidar, isolar, ofender, perseguir, roubar e outros.

O bullying pode parecer uma brincadeira de amigos pela suavidade com que é conduzido pelos agressores. O que o diferencia das brincadeiras próprias do desenvolvimento é a crueldade com que são exercidas, as vítimas, em geral, são entre iguais como crianças e jovens que apresentam algumas diferenças em relação ao grupo ao qual estão inseridas. Os resultados do desequilíbrio emocional que passam a viver os tornam inseguros com relação à auto-estima. E como de costume são reprimidos e assim se tornam impedidos de pedir qualquer tipo de ajuda, interiorizando o mal que lhes é causado. O problema, em grande parte dos casos, arrasta-se pelo resto da vida, causando sérios problemas no trabalho, vida afetiva e social.

O bullying é mais prevalente entre alunos com idades entre 11 e 13 anos, sendo menos freqüente na educação infantil e ensino médio. Entre os agressores, observa-se um predomínio do sexo masculino, enquanto que, no papel de vítima, não há diferenças entre gêneros. O fato de os meninos envolverem-se em atos de bullying mais comumente não indica necessariamente que sejam mais agressivos, mas sim que têm maior possibilidade de adotar esse tipo de comportamento.

Já a dificuldade em identificar-se o bullying entre as meninas pode estar relacionada ao uso de formas mais sutis.

Considerando-se que a maioria dos atos de bullying ocorre fora da visão dos adultos, que grande parte das vítimas não reage ou fala sobre a agressão sofrida, pode-se entender por que professores e pais têm pouca percepção do bullying, subestimam a sua prevalência e atuam de forma insuficiente para a redução e interrupção dessas situações. As pesquisas demonstraram que 51,8% dos autores de bullying admitiram não terem sido advertidos. A aparente aceitação dos adultos e a conseqüente sensação de impunidade favorecem a perpetuação do comportamento agressivo. Sendo seus alvos pessoas ou grupos que são prejudicados ou que sofrem as conseqüências dos comportamentos de outros e que não dispõem de recursos, status ou habilidade para reagir ou fazer cessar os atos danosos contra si. Esses elementos são geralmente pouco sociáveis, possuem um forte sentimento de insegurança que os impede de solicitar ajuda. São pessoas sem esperança quanto às possibilidades de se adequarem ao grupo. Quando esses fastos acontecem em uma sala de aula, atrapalha o desenvolver de uma classe inteira. As manifestações de agressão provocam um ambiente desagradável e afetando o desempenho do professor e consequentemente o rendimento geral da turma.

Os papéis representados pelas crianças e adolescentes diante do bullying são:

Alvos: só sofrem bullying

Alvos/autores: ora sofrem, ora praticam bullying

Autores: só praticam bullying

Testemunhas: não sofrem nem praticam bullying, mas convivem em um ambiente onde isso ocorre

O bullying é um problema que está generalizado, sendo encontrado em toda e qualquer escola, seja ela pública, privada, rural, urbana, primária ou secundária. Na sociedade outros termos vão se modificando, mas o sentido delas é o mesmo, este é o caso do CYBERBULLYING, este termo novo aponta que existe também um tipo de agressão pelos meios de comunicação mais modernos como internet. Nesses casos as pessoas fotografam outras em momentos íntimos, ocasiões desagradáveis e usam desse recurso com crueldade quando utilizam essas imagens, vídeos na rede da internet, caracterizando assim uma nova forma de bullying.

Este fato tem sido observado com uma freqüência cada vez maior, segundo o canadense o Bill Belsey, trata-se do uso da tecnologia da informação e comunicação (e-mails, telefones celulares, mensagens, fotos digitais, sites pessoais difamatórios,) como recurso para a adoção de comportamentos deliberados, repetidos e hostis, de um indivíduo ou grupo, que pretende causar danos a outro.

Percebe-se que essa situação de disciplina/indisciplina persiste e vem se agravando há quase duas décadas como afirmam os estudos. A escola não esta conseguindo se sustentar como deveria, pois ela esta completamente fora de sua forma natural, ela perdeu seu rumo e seu eixo e isso é visivelmente percebido pelos professores e alunos. Esse fato vem causando desconforto principalmente nos docentes que se sentem impotentes frente aos alunos que não os respeitam e não os vêem como uma autoridade dentro de sala. Pode-se afirmar que as escolas muito embora se interessem por discutir o Bullying, não admitem a ocorrência explícita do fato entre seus alunos, parecem desconhecerem o problema, ou se negam a enfrentá-lo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS

O pedagogo esta em meio a um problema do qual ele precisa se apoiar nos conhecimentos da psicologia para tentar amenizar a questão, entretanto esse profissional não faz parte do quadro de professores. Tem-se em conta que este problema de violência é oriundo da sociedade e a escola deve assumir sua função de educar, mas com o apoio e envolvimento dos pais, crendo que a educação das crianças deve iniciar em casa. A sociedade deve assumir o papel que lhe cabe, cobrando das lideranças políticas públicas sociais que contemplem maior investimento nos setores que atendam os jovens adolescentes que não possuem um horizonte interessante para vislumbrar. Percebe-se que um dos fatores que contribuem com o aumento dos casos de violência em forma de Bulliyng são os maus exemplos dados pela mídia. Os estudantes estão expostos á violência no ambiente escolar, nos lares e na comunidade. Algumas medidas sociais poderiam reduzir os fatores de risco e prevenir o comportamento agressivo entre crianças e adolescentes. Ë necessário que seja respeitado e proporcionado às crianças os seus direitos humanos, de segurança nos lares, que eles sejam livres da violência dos pais, que sejam amadas e tenham proteção, enfim um cotidiano estável. As crianças precisam aprender que a violência não faz e não pode fazer parte de seu cotidiano, ela não é obrigada a conviver com esse tipo de manifestação. Cabe a escola pensar na importância da articulação dos professores e pais que algumas vezes nem percebem que seus alunos ou filhos são alvos de algum tipo de bullying.

Conscientizando-os da maneira correta de intervir, com clareza, concisão e como sempre alertando de quão grave são esses tipos de agressões e de como podem ser evitadas. Fica a sugestão do estudo da Assembléia Geral das Nações Unidas em 2006, como uma referencia interessante para ser discutida com pais e professores no espaço escolar. Este relatório da Assembléia apresenta discussões pertinentes sobre a violência contra criança e adolescente.

IVANOSKI, Nicolle
KASTELIC, Eloá Soares Dutra
TONTINI, Lidiane

Fonte: www.foz.unioeste.br

sábado, 16 de abril de 2011

Psicanálise e Educação

Sigmund Freud: Psicanálise e Educação
Introdução

Sigmund Freud contribuiu com a ciência do século XIX, com a psicanálise. Ou seja, área de conhecimento que abrangia o estudo do inconsciente humano, a fim de entender as doenças mentais e futuramente até o próprio homem. Nessa perspectiva, a contribuição de Freud foi de fundamental importância para o campo científico, haja vista que, agora a mente humana se tornou alvo de estudos e principalmente, graças às conclusões freudianas, o entendimento do funcionamento biológico dos seres humanos ficou mais completo, devido a não separação entre o corpo e a mente. Fato esse que não acontecia nas ciências biológicas nesse período.
Pois bem, a teoria psicanalítica, não ficou somente presa ao âmbito da medicina e das ciências biológicas, pelo contrário, Freud buscou desde a fundamentação de sua teoria, relacionar o pensamento filosófico ao pensamento neurológico, ampliando as suas fontes de conhecimento em grandes campos do saber.
Porem, para se entender o Dr. Sigmund Freud, temos que primeiramente buscar na sua história e analisar todo o caminho percorrido por ele, até se tornar o pai da psicanálise. Um caminho longo é verdade, mas, não tão longo como os próprios caminhos que a teoria freudiana percorreu e ainda percorre por todos os cantos do mundo, em conferências, seminários, debates, palestras, pesquisas; enfim, dentro e fora das academias o pensamento freudiano se encontra vivo, justamente porque foi somente ele que teve a coragem de levar pra dentro dos círculos intelectuais de uma Europa mergulhada na Era Vitoriana, a questão da sexualidade em todos os seus sentidos e principalmente cogitar a influencia que os instintos sexuais atuam em nossos problemas, angústias, sonhos e comportamentos.
Até na própria educação e moralidade a teoria psicanalista buscou formular interpretações, problematizando assim o excesso de poder e de repressão que o processo educacional atua nos indivíduos, levantando a hipótese de que várias histerias que acontecem em nossa civilização estão ligadas aos tempos em que a criança está desenvolvendo um processo de aprendizagem e de interação social. Freud não escreveu muito sobre a influência da psicanálise na educação e até chegou a afirmar que educar é uma tarefa impossível devido à subjetividade inconsciente de cada pessoa.


Freud: Psicanálise e Educação

Sigmund Freud, nasceu em 1856 em Frieberg, território pertencente à Áustria, e que atualmente está anexado a Tchecoslováquia. Filho de família judaica, Freud aos 4 anos muda-se para Viena e lá vai passar a maior parte de sua vida, somente aos 82 anos que ele vai morar em Londres e lá que aos 82 anos morre.
A vida colegial foi um marco fundamental para a vida de Freud, ora, desde novo que devido ao seu alto grau de inteligência, as expectativas depositadas no futuro desse garoto foi muito grande, não só pelos seus familiares, como também pelo próprio Freud, onde ele mesmo reconhecia a sua sapiência e consagrava os seus estudos como uma forma de não cair em uma mediocridade intelectual no futuro, justamente por isso que ele dedicava-se aos estudos antes, durante e depois do tempo em que ia escola.
A educação foi fundamental para a vida do jovem Sigmund Freud, além de seu gosto pelos estudos, ele também tinha em sua mente que somente por esse caminho que uma pessoa pertencente a uma família de recursos econômicos pequenos poderia ascender socialmente e culturalmente, a fim de freqüentar os grandes círculos sociais vienenses.
Ao se formar em medicina, se especializou em doenças mentais, onde atuou como neurologista estando em um campo onde a clientela sofria as chamadas doenças nervosas – psicoses, neuroses, esquizofrenia, e histerias. Nessa época os tratamentos estavam centrados em eletroterapia, massagens, hidroterapia ou até mesmo a hipnose. Diga-se de passagem, que é válido destacar essa ultima forma de tratamento, uma vez que, foi a que Freud mais adotou, antes da criação da psicanálise.
Dr. Freud se destacou muito dos demais profissionais de sua área, devido à notória preocupação em além de descrever e classificar os sintomas que estava os seus pacientes, buscava também as causas reais de tais enfermidades. Atuando assim como um arqueólogo da mente em suas consultas, sempre anotando e estudando essas doenças.
Com isso, ele destacou os seguintes pontos iniciais nesses estudos sistemáticos sobre a mente humana:

*
Existe uma relação entre o trauma (fato desencadeante) e os sintomas, embora o paciente na maioria das vezes não se lembre desses traumas na maioria das vezes (por isso que ele usou muito da hipnose em seus tratamentos).
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O fator desencadeante teria sido reprimido pela pessoa e afastado da consciência, devido à natureza insuportável do trauma.
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A vida sexual geralmente está presente em tais traumas, devido a impossibilidade de se descarregar idéias de conteúdo sexual pelo diálogo constante, uma vez que há uma repressão social muito grande a respeito de certos assuntos.
*
O ego expulsa alguns assuntos insuportáveis para fora da consciência, a fim de proteger o aparelho psíquico de perturbações perigosas à integridade.

Nesse contexto, é valido destacar algum espaço sobre a questão da moralidade transmitida pela educação (na época em que Freud foi contemporâneo, ele presenciou uma Europa totalmente inseria na era Vitoriana), pela noção de pecado e de vergonha reprimia por demais a sexualidade, logo, Freud achava que alguns distúrbios da sexualidade resultavam dessa atuação rígida da moral.
É importante dizer que, Freud não pregava a idéia de uma barbárie da moral, mas ele problematizava a questão do excesso de moralidade e os seus efeitos psicológicos humanos, nesse contexto, ele aceitava a idéia que, na própria busca de prazer que está inerente a qualquer ser humano está também o próprio desprazer, ou seja, o ser humano já possui um recalque natural em suas estruturas mentais que busca um controle natural sobre o comportamento humano, ou seja, esse recalque por si só, já mantém o homem como um indivíduo cultural, assim o homem além de preservar os seus instintos sexuais naturais ele também irá preservar os seus instintos culturais (comunicação, coletividade, crença etc.). Logo podemos afirmar que a teoria freudiana problematizava não a moralidade, mas o excesso do recalque provocado pela própria moral, que iria somar ao desprazer natural do homem, tornando a sociedade humana totalmente impregnada de valores éticos e morais, suprimindo assim os instintos naturais.
Pois bem, quando Freud desenvolveu a Psicanálise, ou seja, uma teoria do funcionamento da mente humana e um método exploratório de sua estrutura, destinado a tratar os comportamentos compulsivos e muitas doenças de natureza psicológica supostamente sem motivação orgânica.
Nessa ocasião interessou-se pelo caso de uma paciente, relatado por Josef Breuer, um especialista em doenças nervosas a quem devotou grande respeito. A paciente de Breuer, Bertha Pappenheim, - na ficha médica "Fraulein Anna 0." -, de 21 anos, era depressiva e hipocondríaca (um quadro na época denominado "histeria"); ela se acreditava paralítica em algumas ocasiões, ou não conseguia beber água mesmo estando com sede, e se sentia incapaz de falar seu próprio idioma, o alemão, recorrendo ao francês ou inglês para se comunicar. Breuer submeteu-a a hipnose e ela relatou casos de sua infância, e essa recordação fazia que se sentisse bem após o transe hipnótico. O médico, Joseph Breuer aceitou partilhar com Freud o seu método terapêutico que designou "catarsis" e que consistia em levar o paciente a recordar, pela hipnose ou por conversação, o trauma psicológico sofrido, uma descarga emocional que conduzia à cura.

Além do caso da senhora Fraulein Anna O. vale ressaltar também mais dois casos que Freud teve grande interesse, o primeiro foi o caso de Lucy R. e o outro foi o da senhora Elizabeth Von R.

Lucy R. é uma governanta que trabalhava na casa de um empresário vienense, e que sofria de alucinações olfativas acompanhadas de depressão. O cheiro alucinado era o de um charuto. Através de um trabalho de investigação, que Freud comparava com o de um arqueólogo, ela foi desenterrando “camadas” – episódios traumáticos auxiliares, até chegar ao momento traumático real. Tratava-se de uma cena ocorrida durante o jantar da família, quando foi severamente repreendida por seu patrão, ocasião em que ele fumava um charuto. Tal episódio constituiu-se em algo traumático porque a governanta apaixonara-se pelo patrão e se acreditava correspondida, fato que a cena desmentira.

Elisabeth Von R. queixava-se de dores nas pernas e de dificuldades para andar. As causas de suas dores histéricas são encontradas em uma situação de conflito: tomava conta do pai enfermo, e, uma noite, saíra para uma reunião onde provavelmente encontraria a pessoa por quem estava profundamente interessada. Isso efetivamente se deu, mas ao voltar para casa o estado do pai tinha-se agravado profundamente. O contraste entre a alegria de ter estado com a pessoa desejada e a piora do pai constituiu uma situação de incompatibilidade, um conflito.

Kupfer, M.C, p. 35-36 (3ª edição).

Devido a tais experiências, Freud consegue concluir que muito dos traumas de seus pacientes foram ligados a repressão da idéia erótica devido a ligação que em determinado momento, algum fato relacionado com a sexualidade entrara em conflito com outra situação traumática, ou seja, a emoção ligada aquela idéia erótica se transformou em uma ferramenta para a intensificação de uma dor física ou alguma alucinação que se achava simultaneamente presente. Essa situação ficou definida para Freud como um mecanismo de defesa, ou seja, processos subconscientes que permitem a mente encontrar uma solução para conflitos não resolvidos ao nível da consciência.
Freud, entre os anos de 1892 e 1895, gradualmente desistiu da hipnose, que substituiu pelo divã, não mais utilizado para hipnotizar, mas para que o paciente, em uma posição confortável, fizesse um esforço para lembrar os traumas que estariam na origem de seus problemas. Com o paciente relaxado, Freud conduzia uma livre associação de idéias, através da qual terminava por encontrar lembranças "recalcadas" pelo paciente, e que eram a causa de seus distúrbios. Formulou então o principio de que os sintomas histéricos têm origem na energia dos processos mentais os quais, impedidos de influenciar a consciência, são desviadas para a inervação do corpo e convertidos nesses sintomas. Devido à natureza das experiências traumáticas recordadas pelos pacientes, ficou convencido de que o sexo tinha parte dominante na etiologia das neuroses. Logo passou a considerar o desejo sexual como motivação praticamente única do comportamento humano, quer direta, quer indiretamente.
No entanto, as afirmações de Freud escandalizavam cada vez mais o meio médico vienense. O principal motivo do escândalo era o modo desenvolto como Freud divulgava seu pensamento ainda mal acabado sobre o problema sexual das crianças, que ele afirmava serem sujeitas a desejo sexual e que o objeto desse desejo freqüentemente eram os próprios pais. Além do complexo de Édipo, em que o filho deseja sexualmente a mãe, Freud admitiu também o Complexo de Eletra, como a inveja que a menina tem do pênis do menino, e chamou a criança de um "perverso polimorfo".
Freud efetivamente argumentou que o comportamento humano obedece ao instinto sexual e ao instinto de conservação e que os motivos sexuais, se não são claros, estão sublimados em um motivo aparente. Sua teoria esta bastante conforme ao pensamento metafísico de Schopenhauer de que uma Vontade universal, soberana e cega, deseja a sobrevivência da espécie e se traduz no sexo, e também a sobrevivência individual, e se traduz no instinto de conservação.
Assim. Além da sexualidade em si, ser o alvo de estudo do Dr. Freud, é válido destacar que nesse bojo estava um local de singular destaque para a sexualidade infantil. Ou seja, a sexualidade em si, não surgia na época da puberdade de uma pessoa, mas ela já esta presente na vida infantil, como uma preparação à sexualidade adulta, alguns atos que as crianças protagonizam como a observação das partes genitais (tanto próprias, como as de seus amigos), a manipulação de suas partes sexuais, o exibicionismo, a sucção do dedo polegar, a própria defecação, são pequenos gestos que no futuro será denominado pela genitalidade, seja com fins orgásticos, seja com fins de procriação.
Foi dentro do quadro da sexualidade infantil, que a teoria freudiana se focou para entender a sexualidade em si, os problemas que a repressão à pequenas ações que representam a sexualidade infantil, podem causar na vida adulta, e também os problemas que podem acarretar com a permanências de algumas perversões sexuais infantis, quando não há o domínio dessas pela genitalidade.


Cada um desses atos, Freud chama de pulsões parciais: pulsão oral, no caso do prazer de sucção; anal. No caso da defecação; escópica, no caso do olhar.
Assim, Freud revela que a pulsão sexual, tal como a vemos em ação de um adulto, é na verdade composta daquelas pulsões parciais, cuja ação se observa nas preliminares de qualquer ato sexual. Antes do advento e do domínio do interesse genital, tais pulsões parciais são vividas livremente pela criança, cujo interesse pela questão genital – pela cópula propriamente dita – ainda não foi despertado.

KUPFER, M.C p. 41.(3ª edição).

Bem, nessa perspectiva é importante salientar a questão da repressão aos atos que correspondem à sexualidade infantil, a sublimação e a educação sexual infantil tendo em vista o próprio educador. Como foi dito, reprimir moralmente algumas praticas relacionada à sexualidade pode acarretar vários problemas de origem psicológicas, pois bem, alem de diagnosticar essa forma de problema, Freud, também destacou a substituição de um ato sexual em um ato não-sexual, chama-se isso de sublimação, ou seja, a dessexualização do ato. Em outras palavras, Freud deseja em transferir a energia derivada de um desejo libidinoso em uma outra ação não relacionada à sexualidade, por exemplo, tendo em vista a pulsão anal, em certos momentos, ocorre na criança uma curiosidade sobre o material que é expelido da sua região anal – as fezes. É natural que muitas dessas crianças manifestem o desejo de manipular essas fezes, porém com absoluta certeza elas serão reprimidas pelos seus pais, porém além de reprimir essa ação, seria mais racional, transferir o desejo em manusear as fezes pelo manuseio da argila, acarretando assim um incentivo a praticas artísticas na criança. É nessa e em outras vertentes que o processo de sublimação vai atuar na criança, satisfazendo assim as suas necessidades e ao mesmo tempo atuando como forma educativa. Dando continuidade a tal raciocínio, Freud buscou relacionar a sexualidade com a educação com o intuito de focalizar a psicanálise como uma ferramenta estimuladora de praticas artísticas e intelectuais, tendo em vista também a supressão dos processos de repressão moral das pulsões sexuais no ambiente escolar e social.
A teoria freudiana está totalmente sustentada na estrutura da mente que concebemos por inconsciente, uma vez que, ele atribuía que as causas de certos sintomas ou de nossas ações estão dentro do inconsciente humano, pois é nesse local que está o conflito entre o superego e o id. O modo como se resolve esses conflitos estão manifestados em nosso ego, que atua como uma estrutura apaziguadora entre os impulsos natural e a conduta moral de um indivíduo. Exemplo pode-se atribuir o medo a insetos, como uma forma disfarçada da manifestação do temor a ladrões.
Quando Freud buscou conhecer o inconsciente humano ele constatou a grande importância que os atos falhos e os sonhos tinham para o entendimento de uma pessoa, pois como a própria teoria freudiana explica, o homem não é senhor de sua mente, ou seja, não reinamos sobre nossas vontades, e sim somos passivos aos conflitos em nosso subconsciente, uma vez que, os resultados de tais conflitos resultam em nosso comportamento.

Estrutura tripartite da mente.

Freud buscou inspiração na cultura Grega, pois a doutrina platônica com certeza o impressionou em seu curso de Filosofia. As partes da alma de Platão correspondem ao Id, o Superego e o Ego da sua teoria das partes ou órgãos da mente (1923 - "O Ego e o Id").

Id - Freud buscou funções físicas para as partes da mente. O Id, regido pelo "princípio do prazer", tinha a função de descarregar as tensões biológicas. Corresponde à alma concupiscente, do esquema platônico: é a reserva inconsciente dos desejos e impulsos de origem genética e voltados para a preservação e propagação da vida.


Ego - lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Racionaliza em favor do Id, mas é governado pelo "princípio de realidade". É a parte racional da alma, no esquema platônico. É parte perceptiva e a inteligência que devem, no adulto normal, conduzir todo o comportamento e satisfazer simultaneamente as exigências do Id e do Superego através de compromissos entre essas duas partes, sem que a pessoa se volte excessivamente para os prazeres e sem que, ao contrário, se imponha limitações exageradas à sua espontaneidade e gozo da vida.
O Ego ou o Eu é a consciência, pequena parte da vida psíquica, subtraída aos desejos do Id e à repressão do Superego. Obedece ao principio da realidade, ou seja, á necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao Id sem transgredir as exigências do Superego.
É parte perceptiva e a inteligência que deve, no adulto normal, conduzir todo o comportamento e satisfazer simultaneamente as exigências do Id e do Superego através de compromissos entre essas duas partes, sem que a pessoa se volte excessivamente para os prazeres e sem que, ao contrário, se imponha limitações exageradas à sua espontaneidade e gozo da vida.
O Ego é pressionado pelos desejos insaciáveis do Id, a severidade repressiva do Superego e os perigos do mundo exterior. Se submete ao Id, torna-se imoral e destrutivo; se submete-se ao Superego, enlouquece de desespero, pois viverá numa insatisfação insuportável; se não se submeter á realidade do mundo, será destruído por ele. Por esse motivo, a forma fundamental da existência para o Ego é a angústia existencial. Estamos divididos entre o principio do prazer (que não conhece limites) e o principio de realidade (que nos impõe limites externos e internos). Tem a dupla função de, ao mesmo tempo, recalcar o Id, satisfazendo o Superego, e satisfazer o Id, limitando o poderio do Superego. No indivíduo normal, essa dupla função é cumprida a contento. Nos neuróticos e psicóticos o Ego sucumbe, seja porque o Id ou o Superego são excessivamente fortes, seja porque o Ego é excessivamente fraco.

Superego - que é gradualmente formado no "Ego", e se comporta como um vigilante moral. Contem os valores morais e atua como juiz moral. É a parte irascível da alma, a que correspondem os "vigilantes", na teoria platônica.
O Superego, também inconsciente, faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se á consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa. O Superego ou censura desenvolve-se em um período que Freud designa como período de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e o inicio da puberdade ou adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social (1923 "O Ego e o Id").

Fases do desenvolvimento sexual.

Freud descobriu as fases da sexualidade humana que se diferenciam pelos órgãos que sentira prazer e pelos objetos ou seres que dão prazer. Essas fases se desenvolvera entre os primeiros meses de vida e os 5 ou 6 anos, ligadas ao desenvolvimento do Id:

1.
A fase oral, quando o desejo e o prazer localizam-se primordialmente na boca e na ingestão de alimentos e o seio materno, a mamadeira, a chupeta, os dedos são objetos do prazer;
2.
A fase anal, quando o desejo e o prazer se localizam primordialmente nas exercesse e as fezes, brincar com massas e com tintas, amassar barro ou argila, comer coisas cremosas, sujar-se são os objetos do prazer;
3.
A fase fálica, quando o desejo e o prazer se localizam primordialmente nos órgãos genitais e nas partes do corpo que excitam tais órgãos. Nessa fase, para os meninos, a mãe é o objeto do desejo e do prazer; para as meninas, o pai.
4.
A fase de latência, quando a criança está em processo de aquisição de habilidades, valores morais e papeis culturalmente aceitos, transferindo assim o impulso sexual para um segundo plano, devido à prática de outras atividades – a leitura, a escrita, atividades artísticas; enfim, é o período escolar, onde o impulso sexual é impedido de se manifestar devido aos papeis morais impostos pela educação.
5.
A fase genital, quando o indivíduo domina todas as suas pulsões parciais pela genitalidade, seja com fins orgásticos, seja com fins de procriação.


A psicanálise e a Educação

Ao tratar sobe o tema da sexualidade infantil, Freud defende que as crianças devem receber uma educação sexual assim que demonstrar um interesse sobre tal assunto. Ao contrário do que muitos pais e educadores se comportam diante de tal situação, ou seja, tentar educar as crianças com certos mitos que reprimem ainda mais o interesse sobre a sexualidade infantil.
No entanto, é válido ressaltar que no momento em que os educadores ou os pais passam a lidar com esse tipo de situação diante de uma criança, fica muito difícil saber concretizar tal aprendizado, uma vez que, por não lembrarem de sua época de infância, logo, fica praticamente impossível visualizar as verdadeiras duvidas que a criança realmente tem. Nesse contexto, qualquer explicação que os educadores proporcionar a uma criança, não vai adiantar, uma vez que, muito do que fora explicado, nada iria servir para a mentalidade infantil se o seu inconsciente não se satisfazer com tais explicações. Justamente por isso que o próprio inconsciente da criança irá gerar as suas próprias explicações sobre a sexualidade.
Nessa perspectiva, os professores devem abordar o seu conhecimento, sem resumir-se a métodos pedagógicos, pois tais métodos trilham objetivos, resultados e metodologias, uniformizando assim o aprendizado e não respeitam as estruturas inconscientes do subjetivismo. O professor deve lidar com uma sala de aula, negando todo o seu papel repressor imposto culturalmente e aceitar que cada aluno irá digerir o conhecimento proporcionado por ele de uma maneira singular, ou seja o aluno só irá aprender o que lhe fazer realmente sentido, tendo em vista as suas necessidades psicológicas.
Enfim, o profissional da educação deve ser menos repressor e aceitar que ao atuar em uma sala de aula, ele vai está diante de diferentes subjetividades, logo, os seus resultados esperados, não será de maneira alguma uniformizado. Portanto, o papel de um professor orientado psicanaliticamente é orientar os seus alunos a se ocuparem em atividades intelectuais, estimulando assim, o próprio processo de sublimação.


Conclusão

A extraordinária popularidade da psicanálise poderá, talvez, ser explicada, em parte, pela sua ousada concepção da motivação humana, ao colocar o sexo, - objeto natural de interesse das pessoas e também sua principal fonte de felicidade -, como único e poderoso móvel do comportamento humano. A novidade foi recebida com divertido espanto e prazerosa excitação. Em que pese os detalhes picarescos de muitas narrativas clínicas, a abordagem do sexo sob um aspecto científico, em plena era vitoriana, representou uma sublimação, que permitiu que a sexualidade fosse, sem restrições morais, discutida em todos os ambientes, inclusive nos conventos. Essa permeabilidade subjetiva confundiu-se com profundidade científica, e a teoria foi levada à aplicação em todos os campos das relações sociais, nas artes, na educação, na religião, em análises biográficas, etc.
A Psicanálise é a ciência que estuda o inconsciente humano. Nesse contexto, o homem é manipulado pelo inconsciente, ou seja, as ações conscientes são guiadas pelo inconsciente. A grande descoberta da psicanálise se deu ao grande destaque sobre a questão da sexualidade como força central da vida.
Freud notou que na maioria dos pacientes que teve desde o início de sua prática clínica, os distúrbios e queixas de natureza hipocondríaca ou histérica, estavam relacionados a sentimentos reprimidos com origem em experiências sexuais perturbadoras. Assim ele formulou a hipótese de que a ansiedade que se manifestava nos sintomas era conseqüência da energia ligada à sexualidade; a energia reprimida tinha expressão nos vários sintomas que serviam como um mecanismo de defesa psicológica. Essa força, o instinto sexual, não se apresentava consciente devido à "repressão" tornada também inconsciente; Revelação da "repressão" inconsciente era obtida pelo método da livre associação (inspirado nos atos falhados ou sintomáticos, em substituição à hipnose) e interpretação dos sonhos (conteúdo manifesto e conteúdo latente).
A vida psíquica dá sentido e coloração afetivo-sexual a todos os objetos e a todas pessoas que nos rodeiam e entre os quais vivemos. Por isso, sem que saibamos por que desejamos e amamos certas coisas e pessoas odiamos e tememos outras. As coisas e os outros são investidos por nosso inconsciente com cargas afetivas de libido. É por esse motivo que certas coisas, certos sons, certas cores, certos animais, certas situações nos enchem de pavor, enquanto outras nos enchem de bem-estar, sem que o possamos explicar. A origem das simpatias e antipatias, amores e ódios, medos e prazeres estão totalmente ligados aos primeiros meses e anos de nossa vida, quando se formaram as primeiras relações afetivas entre a criança e o meio. Essa dimensão imaginária de nossa vida psíquica - substituições, sonhos, lapsos, atos falhos, prazer e desprazer com objetos e pessoas, medo ou bem-estar com objetos ou pessoas indica que os recursos inconscientes para surgir indiretamente á consciência possuem dois níveis: o nível do conteúdo manifesto (no sonho; a palavra esquecida e a pronunciada, no lapso, no ato falho) e o nível do conteúdo latente, que é o conteúdo inconsciente real e oculto (os desejos sexuais).
E justamente por não controlar as nossas manifestações provenientes da nossa inconsciência, que buscar um método que faça com que a psicanálise se torne uma ferramenta em prol à educação é ser contrário ao próprio dinamismo que a psicanálise busca explicar, nas ações dos homens.


Bibliografia
KUPFER, M.C. Freud e a Educação: o mestre do impossível. 3ª edição. São Paulo, Editora Scipione, 1997.
Textos:
PSICANÁLISE: SUA CONTRIBUIÇÃO À EDUCAÇÃO.
DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL: A TEORIA DE FREUD.

Ao usar este artigo, mantenha os links e faça referência ao autor:
Contribuição da Psicanálise Freudiana na Educação publicado 25/06/2009 por Wallace Melo Gonçalves Barbosa em http://www.webartigos.com

Fonte: http://www.webartigos.com/articles/20341/1/Contribuicao-da-Psicanalise-Freudiana-na-Educacao/pagina1.html#ixzz1Jj3oRJqP

quinta-feira, 31 de março de 2011

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APSIBRA
CNPJ:10.503.169/0001-18

Associação Psicanalítica de Brasília - APSIBRA criada em 02 de outubro de 2008, é uma sociedade, de caráter civil, sem fins lucrativos e de direito privado, constituída por prazo indeterminado, cujo objeto central é a psicanálise. Tem sede provisória em Brasília no Ed. Montblant SQS- 705/905 sala 530 e foro jurídico em Brasília- Distrito Federal. A Associação Psicanalítica de Brasília – APSIBRA tem por finalidade: a) promover o estudo, o desenvolvimento e a aplicação da psicanálise, criada por Sigmund Freud e seus seguidores; b) promover a formação de psicanalistas; c) promoção de cursos, seminários, debates, simpósios, grupos de estudos, treinamentos e quaisquer outras atividades na formação continuada dos profissionais da psicanálise e de áreas afins; d) manter intercâmbio com outras organizações Psicanalítica Internacional; e) fazer intercâmbios com entidades de quaisquer outras áreas, desde que não contrariem sua finalidade.
Para se associar o candidato (a) deverá ter a especialização em Psicanálise e concluir todas as exigências curriculares, ou seja, análise didática, supervisão, seminários e participação em grupo de estudos.
Toda a documentação será entregue no ato da filiação formando assim um processo que será devolvido ao associado após análise pela Comissão Diretora conforme rege o Estatuto da Apsibra. Se admitido, o associado receberá a Carteira Social no prazo de quinze dias e pagará a taxa de anuidade no valor de R$250,00. Caso não seja admitido receberá a devolução de todos os documentos apresentados.



FICHA DE FILIAÇÃO


INSCRIÇÃO Nº_________DATA DA INSCRIÇÃO: _________/________/20

DADOS PESSOAIS

Nome:___________________________________________________________________
Data de Nascimento____/___/___
Endereço:_________________________________________________________________
Cidade:___________________________UF:_________________CEP________________
Telefones: residencial______________________________celular____________________
Estado Civil:_______________Naturalidade________________Nacionalidade__________
RG:________________Órgão Expedidor:______________CPF:_____________________
Filiação:________________________________________________e__________________________________________________________________________________________
Email____________________________________________________________________
Formação (Graduação/Especialização):






Declaro estar de acordo com o Estatuto da Apsibra e dela me tornar associado(a)


Assinatura do Associado(a): _________________________________________________

Assinatura do Presidente ___________________________________________________


Brasília,_______/______/_______


Maiores informações contactar via email: gicileideferreira@yahoo.com.br