quinta-feira, 15 de julho de 2010

Recordar, Repetir e Elaborar

(Novas Recomendações sobre a Técnica da Psicanálise)



No texto Recordar, Repetir e Elaborar, Sigmund Freud levanta uma série de considerações para o aprimoramento da técnica psicanalítica. Nessa primeira fase (a catarse de Breuer) recordar e ab-reagir, com auxílio era o que se visava . A psicanálise buscava através da hipnose, reproduzir o trauma original causador do sintoma do paciente. Este seria o tipo ideal de lembrança, vez que ele se manifestaria sem interferência nenhuma da repressão. Revelando-se limitada, foi deixada de lado e substituída pela recordação por meio das associações livres do paciente. Nesse momento, a resistência passa a ser considerada e contornada pelo trabalho da interpretação. As situações que haviam ocasionado a formação do sintoma e as outras anteriores ao momento em que a doença irrompeu conservaram seu lugar como foco de interesse e finalmente, o analista abandona a tentativa de colocar em foco um momento ou problemas específicos e passa a estudar tudo o que se ache presente, de momento, na superfície da mente do paciente e emprega a arte da interpretação principalmente para identificar as resistências tornando-as conscientes para o paciente.
Ao vencer suas próprias resistências, o paciente relaciona sem dificuldades as situações esquecidas. Freud chama atenção para os casos em que o paciente, em vez de recordar aquilo que ele reprimiu e esqueceu expressa-o pela atuação.(acting-out). A experiência em questão não é reproduzida pela lembrança, mas como ação; repete-o, sem, naturalmente, saber que o está repetindo. Logo, percebemos que a transferência é, ela própria, apenas um fragmento da repetição e que a repetição é uma transferência do passado esquecido para todos os outros aspectos da situação atual.
O paciente se submete à compulsão, à repetição, que substitui o impulso a recordar em cada diferente atividade e relacionamento que podem ocupar sua vida na ocasião. Quanto maior a resistência, mais extensivamente a atuação (acting out) substituirá o recordar, pois o recordar ideal do que foi esquecido, que ocorre na hipnose , corresponde a um estado no qual a resistência foi posta completamente de lado. Portanto, vimos que o paciente repete ao invés de recordar, repete suas inibições, atitudes inúteis, traços patológicos de caráter, sintoma (compulsão à repetição). Esta compulsão aumenta com o início da análise , e deve tratar a doença, não como um acontecimento do passado, mas como uma força atual.
O recordar (induzido pela hipnose) dava a impressão de um experimento de laboratório. O repetir ( no tratamento analítico) implica evocar um fragmento da vida real. A deterioração durante o tratamento era inevitável.
O instrumento principal para reprimir a compulsão à repetição e transformá-la num motivo para recordar reside no manejo da transferência e em substituir sua neurose comum para uma neurose de transferência, da qual pode ser curado pelo trabalho terapêutico.
A transferência cria assim uma região intermediária entre a doença e a vida real, através da qual a transição de uma para a outra é efetuada. A nova condição representa uma doença artificial acessível a nossa intervenção. O primeiro passo para superar as resistências ocorre com a revelação feita pelo analista ao paciente sobre elas. Então, deve-se dar ao paciente tempo para conhecer melhor a resistência e elaborá-las. Esta elaboração das resistências pode, na prática, revelar-se uma tarefa árdua para o sujeito e uma prova de paciência para o analista. Contudo, trata-se da parte do trabalho que efetua as maiores mudanças no paciente e que distingue o tratamento analítico de qualquer tipo de tratamento por sugestão.

Gicileide Ferreira

EGO E O ID

Estritamente falando a partir do ponto de vista fenomenológico, qualquer elemento mental que em determinado momento não pertença à consciência, há que ser considerado fora da consciência e portanto, inconsciente. Contudo, do ponto de vista psicanalítico, a palavra inconsciente se reveste de um significado muito mais específico, já que não se refere, apenas, ao fato de determinados elementos, em determinado momento não estarem presentes na consciência e sim, a par dessa circunstância, que os tais elementos não são acessíveis à consciência, pois para que se tornem conscientes, um esforço muito especial há que ser feito. Por isso mesmo, veremos que os elementos mentais não-conscientes podem ser divididos em dois grupos: 1- elementos inconscientes, ou seja, aqueles que não são acessíveis à consciência ou o são depois de muitas dificuldades e 2- elementos pré-conscientes, que são aqueles que não sendo conscientes no momento em que se intenta a sua recuperação, acabam por se tornar conscientes em função de um ato concentrado de atenção.
Com base na obra de Freud volume XIX diz que: todo o nosso conhecimento está invariavelmente ligado a consciência. Só podemos conhecer o Inconsciente tornando-o consciente. Freud ainda assinala que é nas lacunas das manifestações conscientes que temos de procurar o caminho do inconsciente. A consciência é a superfície do aparelho mental podendo se dizer que é o primeiro sistema a ser atingido a partir do mundo externo não apenas no sentido funcional, mas também no sentido de dessecção anatômica. Todas as percepções sensoriais recebidas de dentro e de fora são conscientes desde o início. A diferença real entre uma idéia inconsciente é uma idéia pré-consciente consiste que a primeira é efetuada em algum material que permanece desconhecido, enquanto que a idéia de pré-consciente é colocada em vinculação com representações verbais que são resíduos de lembranças que foram antes percepções e como todos os resíduos mnêmicos podem tornar-se conscientes. Pensamos nos resíduos mnêmicos como se estivessem contidos em sistemas que são diretamente adjacentes ao sistema Pcpt-Cs de modo que as catexias desses resíduos podem se estender, de dentro, para os elementos do último sistema.
Os resíduos verbais derivam primariamente das percepções auditivas de maneira que o sistema Pcs possui uma fonte sensória especial. Em essência, uma palavra é, em última análise o resíduo mnêmico de uma palavra que foi ouvida. Não podemos esquecer também a importância dos resíduos mnêmicos ópticos, quando são de coisas ou a negar que seja possível o processo de pensamentos tornarem-se consciente mediante uma reversão a resíduos visuais. Portanto, esta é a maneira pela qual algo que é, em si próprio, inconsciente, se tornar pré-consciente.
A relação das percepções externas com o ego é bastante perspícua, enquanto que as das percepções internas e, o mesmo exige, uma investigação especial, pois produzem sensações de processo que surgem nos mais diversos ,e, certamente nos mais profundos estratos do aparelho mental. No entanto, apenas se conhece e muito pouco sobre essas sensações e sentimentos os que pertencem à série prazer-desprazer. As sensações de natureza prazerosa não tem nada de inerentemente impelente nelas, enquanto que as desprazerosas o têm no mais alto grau. A experiência clínica nos tem demonstrado que deve ser transmitidos primeiro o sistema perceptivo para tornar-se consciente. Todavia, a diferença é que, enquanto que com as idéias Isc. devem ser criados vínculos de ligação antes que elas possam serem trazidas para o Cs, com os pensamentos que são transmitidos diretamente, isto não ocorre. Consciente e Pré-consciente não tem significado no que concerne a sentimento o Pcs é posto de lado e os sentimentos são ou consciente ou inconsciente.
Georg Groddeck, insiste em dizer que aquilo que chamamos de nosso ego comporta-se essencialmente de modo passivo na vida e que, como ele o expressa nós somos “vividos” por forças desconhecíveis e incontroláveis. No entanto, Freud propõe chamar a entidade que tem início no sistema Pcpt. e começa por ser Pcs. de “EGO”, e a outra parte da mente que se estende e se comporta como se fosse Ics., de “ID.”
O Ego procura aplicar a influência do mundo externo ao id, e às tendências deste, e esforça-se por substituir o princípio de prazer, que reina irresistivelmente, no id, pelo princípio de realidade. Para o ego, a percepção desempenha o papel que do id cabe ao instinto.O ego representa o que pode ser chamado de razão e senso comum, em contraste com o id, que contém paixões.O ego tem o hábito de transformar em ação a vontade do id, como se fosse sua própria.. O ego recalcado se dilui também no id, e é uma parte dele tendo em vista que foi modificada diretamente do mundo externo. Podemos dizer em última análise que o ego deriva das sensações corporais, principalmente das que se originam da superfície do corpo. Ele pode ser assim encarado como uma projeção mental da superfície do corpo, além de, como vimos acima, representar as superfícies do aparelho mental.

Gicileide Ferreira
O FUTURO DE UMA ILUSÃO
Em o futuro de uma ilusão, Freud toma como modelo o cristianismo tal como é praticado no Ocidente, e considera que a religião é fundamentada na necessidade de ilusão que habita o ser humano, que tenta se proteger dos perigos da existência. Ele reafirma que a religião é “neurose obsessiva universal da humanidade”. Nessa obra ele dialoga com um interlocutor imaginário, em que se reconhece seu amigo e correspondente suíço o pastor Oskar Pfister, a quem ele declara sua fé inquebrantável na ciência.Este amigo é envolvido por Ferud não apenas como pastor em O futuro de uma ilusão, mas também como psicanalista não-médico.
Em um futuro de uma ilusão, Freud dedica os dois primeiros capítulos a demonstrar a necessidade para a civilização de recorrer a altos valores morais afim de se proteger das tendências destrutivas provenientes dos indivíduos que as compõe. Entre estes valores morais ele engloba valores de ordem psicológica, os ideais culturais, a arte, assim como as idéias religiosas. Diz também que as criações humanas são facilmente destruídas, e a ciência e a tecnologia que as construíram, também pode ser utilizada para sua aniquilação.
Segundo Freud, as idéias religiosas, no sentido mais amplo do termo, constituem o valor moral mais importante para a manutenção da civilização. Ele nos sugere imaginar o caos que se seguiria caso se suprimissem todas as proibições instintivas e se permitisse aos homens voltar ao estado natural. Assim, as idéias religiosas teriam surgido da necessidade de tornar suportável o desamparo humano em face dos perigos da natureza e do destino e em face dos danos causados pela sociedade humana, as idéias religiosas são ensinamentos e afirmações sobre fatos e condições da realidade externa ou interna que nos dizem algo que não descobrimos por nós mesmos e que reivindicam nossa crença. Visto que, nos fornecem informações sobre o que é mais importante e interessante para nós na vida. Todo ensinamento exige uma crença em seu conteúdo, mas não sem produzir fundamentos para sua reivindicação. Esses ensinamentos são apresentados como o resultado resumindo de um processo mais externo de pensamento, baseado na observação e, decerto, também em inferências.
Ainda, segundo Freud, as idéias religiosas embora tão importantes para o nosso patrimônio cultural são fundadas paradoxalmente em provas poucos sólidas; não se poderia considerar como prova válida o fato de que nossos ancestrais já acreditavam nisso ou de que as provas datam de tempos primitivos. Sabemos aproximadamente em que períodos, e por que tipo de homens, as doutrinas religiosas foram criadas. Se, ademais, descobrirmos os motivos que conduziram a isso, nossa atitude para com o problema da religião experimentará um acentuado deslocamento. Dir-nos-emos que seria muito bom se existisse um Deus que tivesse criado o mundo, uma Providência benevolente, uma ordem moral no universo e uma vida posterior, constitui, porém, fatos bastante notáveis que tudo seja exatamente como estamos fadados a desejar que seja. E seria mais notável se nossos lamentáveis ignorantes e espezinhados ancestrais tivessem conseguido solucionar todos esses difíceis enigmas do universo.
Freud afirma que as idéias religiosas são ilusões, isto é, que elas constituem a realização dos mais fortes desejos da humanidade. Desejos estes, que se baseiam no desamparo infantil e na angústia em face dos perigos da existência que encontram um consolo nas idéias de que reinam uma Providência, uma justiça e uma vida após a morte. Tudo isso, são ilusões, realizações dos mais antigos, fortes e prementes desejos da humanidade. Para não chocar seu interlocutor e seus leitores, Freud esclarece e distingue uma ilusão de um erro, acrescenta ainda que, a religião sem dúvida contribuiu enormemente para manter a civilização durante milênios, contribuiu muito para domar os instintos associais, mas não o suficiente. Dominou a sociedade humana por milhares de anos como já foi citado e teve tempo para demonstrar o que pode alcançar. Se houvesse conseguido tornar feliz a maioria da humanidade, confortá-la, reconciliá-la com a vida, e transformá-la em veículo de civilização, ninguém sonharia em alterar as condições existentes, Porém, em vez disso, o que vemos é, estarrecedoramente um número de pessoas extremamente insatisfeitas e infelizes com a civilização, sentindo-a como um jugo do qual gostariam de se libertar; e que essas pessoas fazem tudo que se acha em seu poder para alterar a civilização , ou então vão tão longe em sua hostilidade contra ela, que nada têm a ver com a civilização ou com uma restrição do instinto.
Hoje, na medida em que a religião tem menos influência sobre os homens, a civilização pode estar ameaçada e essa ameaça não vem certamente de cientistas e de homens cultos, e sim da grande multidão de homens sem cultura e dos insatisfeitos com a civilização.Dessa forma, ou essas massas perigosas terão de ser muito severamente submetidas e com todo cuidado mantidas afastadas de qualquer possibilidade de despertar intelectual, ou então o relacionamento entre civilização e religião terá de sofrer uma revisão fundamental.
As idéias religiosas não são apenas realizações de desejos, segundo Freud, são também reminiscências históricas relacionadas com o pai da horda primitiva, deificado após sua morte. Diz também que, a religião seria o equivalente da neurose que se observa durante os primeiros anos de vida e que desaparece ao longo de seu desenvolvimento. Essas neuroses infantis são superespontaneamente no decurso do crescimento, sendo isso especialmente verdadeiro quanto às neuroses obsessivas da infância. O remanescente pode ser eliminado mais tarde ainda, através do tratamento psicanalítico. Por isso, Freud afirma: “que a religião seria a neurose obsessiva universal da humanidade; tal como a neurose obsessiva das crianças, ela surgiu do complexo de Édipo, do relacionamento com o pai”.
Em suma, no capítulo final, em resposta às objeções levantadas por seu interlocutor, Freud começa se defendendo de ser um sonhador e de se deixar levar por suas próprias ilusões. Ao contrário, ele mostra muita esperança na primazia da inteligência e do espírito científico, ainda que esse momento esteja distante. Reitera ainda dizendo: “acreditamos ser possível ao trabalho científico conseguir um certo conhecimento da realidade do mundo, conhecimento através do qual podemos aumentar nosso poder e de acordo com o qual podemos organizar nossa vida. Se essa crença for uma ilusão, então nos encontraremos na mesma posição que você. Mas a ciência, através de seus numerosos e importantes sucessos, já nos deu provas de não ser uma ilusão. Não, nossa ciência não é uma ilusão. Ilusão seria imaginar que aquilo que a ciência não nos pode dar, podemos conseguir em outro lugar”.




GICILEIDE FERREIRA

Doença Silenciosa

Segundo o Manuual estatístico de transtorno mentaid, 4ª edição, da Associação Psiquiatra Americana (DMS-IV, para diagosticar os transtorno depressivos, os profissionais devemlevar em conta os seguintes critérios:
  • Humor depripmido na maior parte do tempo;
  • Interesse diminuido ou perda de prazer na reallização das atividades de rotina;
  • Sensação de inutilidade ou culpa excessivas;
  • Indecisão ou diminuição da capacidade de pensar e concentrar-se;
  • Fadiga ou falta de energia;
  • Perda ou ganho significativo de peso;Ideais recorrentes de morte ou suicídio.

Os transtornos depressivos são classificados em três grupos, de acordo com o número de itens acima detectados.

  • Depressão menor: dois ou quatro sintomas por duas ou mais semanas, incluido humor deprimido;
  • Distimia: três ou quatro sintomas, incluindo humor deprimido, durante dois anos, no mínimo;
  • Depressão maior: cinco ou mais sintomas por duas semanas ou mais, incluindo humor deprimido ou anedonia.

Depressão

Daqui a 20 anos a depressão deverá afetar mais possoas que o câncer ou as doenças cardíacas, constituindo a segunda maior causa de comprometimento funcional e gerando altos custos econômicos e sociais.Essa estimativa surpreendente da Organização Mundial da Saúde(OMS) dá o que pensar. Seriam os estados depressivos hoje mais diagnosticados que antes? Ou estaríamos mais suscetíveis ao transtorno, em razão do estresse e do isolamento cada vez maiores a que estamos submetidos? Fica aí um alerta para as autoridades na prevenção dessa doença do século. (Grazila Costa Pinto, editora).

Conhecida desde a Antiguidade sob o nome de melancolia, a depressão toma por inteiro a presonalidade acometida, levando-a expreimentar a negatividade da vida de modo irremediável, sob a forma de sentimentos de culpa, exclusão e inferioridade; diante disso, cabe aos profissionais de saúde reconhecer, entrentar e respeitar as experiencias -limite da existência que descortinam o sentido antropológico do sofrer humano (Marco Maldonato).

Psicanálise e Educação

A função da escola sofreu alterações através dos séculos. A escola da idade Média acolhia da mesma maneira crianças, jovens e velhos; ela acolhia àqueles interessados nos hábitos escolares. Os pedagogos da Idade Média não privilegiando medidas educacionais no período da infância e da adolescência estendiam-na a toda duração da vida humana.
Só no final do século XVII, que a educação começa a privilegiar crianças e adolescentes. Foram homens detentores da autoridade,da razão e do saber que compreenderam a particulariidade da infância e a importância tanto moral como social da educação; e da formação das crianças em instituições especiais adaptadas a esta finalidade.
Vários métodos educacionais foram inventados no decorrer dos séculos. Em alguns, a palavra da criança não se escutava, não podendo haver nenhuma manifestação de seu desejo. Ficando a criança como modelo em função dos ideais de seus pais e professores. E em outros, ditos liberadores, os educadores não tinham a preocupação de transmitir conhecimentos, as crianças não eram obrigadas a aprender.

A esperança de S. Freud de que a psicanálise podia contribuir para que nossas crianças fossem menos neuróticas do que seus antecessores certamente fracassou. Mas é possível que sua maior inteligência seja mais do que uma mera impressão. É bem possível que nossos atuais pedagogos, valendo-se de uma torção psicanalítica do discurso, ainda sem sabê-lo plenamente, estejam abrindo um bom caminho para que o sujeito do inconsciente possa manifestar o que sabe sem tropeçar com educadores que, brandindo à destra e à sinistra as espadas já forjadas do conhecimento, dediquem-se, como nas épocas douradas do racionalismo, a recortar mais e mais a imaginação.
Na Europa e na América do Norte, os conhecimentos derivados da psicanálise vêm sendo usada na educação já há um bom tempo. A psicanálise para quem lida com educação Não é um tratamento. A psicanálise é constituída de duas partes: As teorias sobre o funcionamento humano em termos psicológicos, e as técnicas de tratamento, o conhecimento psicanalítico fornece fundamentos para uma série de atividades, tais como a educação, a psicologia (individual e social), agora a psicopedagogia, etc.
Falar em psicanálise e educação, não podemos deixar de citar Winnicott que foi pediatra por 40 anos, além de psicanalista, e teve um contato muito prolongado com um número enorme de crianças que só estavam doentes fisicamente, e podiam ser consideradas psicologicamente saudáveis. Esse contato com as crianças que não tinham qualquer comprometimento psicológico o convenceu, de que a psicanálise não podia restringir-se à compreensão da doença psíquica, precisava ir além e tentar entender o funcionamento da mente humana sem a interferência da doença..
O ponto mais importante na abordagem de Winncott na questão da educação e da aprendizagem é que ele percebeu uma coisa que outros psicanalistas não viram, e que é a espontaneidade e tudo aquilo que gira em torno dela ou de sua ausência, por exemplo, um aluno que aprende bem porque é submisso e outro que aprende bem porque é espontâneo. A diferença está em que o aluno espontâneo talvez não tire notas tão boas quanto o submisso, mas terá muito mais curiosidade, terá muito mais idéias próprias, fará muito mais ligações entre as várias coisas aprendidas, e assim por diante. Conseqüência: ele usará bem melhor os conhecimentos adquiridos quando estiver fora da escola. Essa diferença não era muito apreciada, até pouco tempo atrás. E então as escolas começaram a se preocupar com a espontaneidade e a não-submissão. Winnicott discute tudo isso, mas a partir das próprias bases iniciais do desenvolvimento emocional da criança, e esse conhecimento é fundamental para quem quer ter realmente uma boa noção de como funcionam crianças normais.
Winnicott deu grande importância ao fenômeno da espontaneidade. É como se até então a psicanálise considerasse que o indivíduo age a partir do esquema estímulo – resposta, e ele foi o primeiro a dar importância ao comportamento que na verdade não está respondendo a estímulo nenhum. Por isso ele fala da diferença entre agir e reagir, e o que sabemos é que muita gente – criança ou não – quase nunca consegue agir, em geral fica esperando que ocorra um estímulo para então reagir a ele. (Muita gente não sabe o que fazer nos fins de semana, por exemplo, ou num feriado. Fica perdida.) Winnicott percebeu que o indivíduo humano é naturalmente criativo desde o início, e que o bebê inventa brincadeiras espontaneamente. Disso todo o mundo sabe, é claro, mas até então ninguém percebeu o quanto isso era importante. Ora, justamente por isso essa espontaneidade poderia ser reprimida, impedida, e isso acontece muitas vezes desde muito cedo na vida do bebê. Quando esse desastre não acontece, a espontaneidade e a criatividade da criança naturalmente agem no sentido de fazer coisas, e de aplicar a fantasia (o “produto” da criatividade) aos movimentos e à manipulação de objetos – aquilo que chamamos de ‘brincar’. Com isso, a criança age sobre o mundo à sua volta, descobrindo coisas e inventando outras, pelo puro prazer de fazê-lo. Ela se sente agente, sujeito, ou outro nome que se dê a isso, e isto cria a capacidade de aprender como conquista, como exercício da própria vontade, o que é muito diferente de aprender como submissão à vontade do outro. E é justamente essa atividade – o brincar – que permite a esse processo de aprendizagem como conquista instalar-se e transformar-se na base de tudo aquilo que nós adultos chamamos de aquisição da cultura. O conhecimento, a cultura, portanto, do ponto de vista de Winnicott, podem ser algo de que a gente se apossa, ou algo que se apossa da gente
“A Psicanálise é como um caminho que pode propiciar uma ética que valoriza a tolerância, a singularidade e o desejo possível ao homem, principalmente porque esta depende dele mesmo, de algo que o ajude em seu sofrimento, ao levá-lo a tomar posse de si mesmo”.

Como se dá o processo psicanalítico institucional?
Ora, sabemos que nas escolas temos uma diverssidade cultural enorme e pode desencadear violências irreparáveis. Então o processo psicanalítico institucional se dá pela posição em que o psicanalista se coloca, da escuta de uma subjetividade, no limbo onde as palavras, os suspiros e os ritmos fazem uma dança diferente do que o conteúdo de seus enunciados poderia nos fazer pressupor. É porque a palavra é destituída de seu valor comunicacional usual que o processo analítico se instala. Pela atenção flutuante do analista, que pode tê-la por seu próprio inconsciente analisado e da associação livre do aluno (a) vez detectada a queixa.
Para a Psicanálise, é uma fantasmática que estrutura o comportamento da vida de cada ser, as estruturas fantasmáticas procurando se exprimir, encontrar uma saída para a consciência e ação e, por isso, seu material não é só feito da sexualidade infantil recalcada e, portanto, inconsciente, mas também de novos materiais que são atraídos a ele. O fantasma é tal qual um espantalho, composto de pedaços de coisas desconexas, cada um de um lugar, resíduos de frases escutadas, restos de imagens, uma espécie de montagem surrealista construída em cima de um pensamento simples e curto que por várias razões teve de ser reprimido. A interpretação psicanalítica visa dissipar o fantasma e nesse sentido o psicanalista é um caçador de fantasmas que, em sua posição, permite àquilo que é de outra cena, marcada pela sexualidade infantil, se manifestar.
A escuta psicanalítica percorre um árduo caminho para pulverizar o fantasma no vazio entre os corpos em que ele se instalou, restituindo-o a seus corpos de origem, para
O que a Psicanálise traz de precioso para qualquer situação é seu dispositivo de escuta, a eficácia mágica do deixar falar, os conteúdos latentes que surgem, os não ditos, as recorrências e repetições, as redes e interligações de novas falas que este dispositivo de escuta permite. É

Possibilidades da psicanálise

Este dispositivo de escuta psicanalítica, ou melhor, seus pressupostos, que permitem uma abertura inédita ao discurso do outro, em que o outro se vê ativamente podendo assumir um discurso mais problemático e complexo, mas mais verdadeiro, sobre si e sobre seu meio de trabalho, que está ganhando espaço em outras áreas de atuação. Isto vale para o campo da Saúde, mas também para o campo da Educação, cujos ecos vemos na abordagem construtivista do ensino/aprendizagem. Por exemplo, seja num aconselhamento relativo à AIDS ou em situações de violência, se você não singulariza, se você não conhece as condições de vida da pessoa para saber porque é que é naquele momento e não em outro que ela está procurando ajuda, você não consegue ouvi-la de verdade, o que dificultará em muito a ela também escutar você. Isto é uma verdade que se torna cada vez mais evidente no campo da prevenção. Agora, se você “gasta” um encontro para saber da própria pessoa porque ela está ali, como é a vida dela, o que ela está sentindo ou como está afetada, você consegue um envolvimento que permite um engajamento com aquilo que você tem a propor que também se modifica com aquilo que você ouve. I


A psicanálise contribui para a pratica psicopedagogia na avaliação e interpretação do comportamento e no tratamento do educando com déficit de aprendizagem ou distúrbio comportamental que comprometa seu desenvolvimento escolar, e ou do grupo no qual ele esteja inserido.Considerando a psicanálise um método criado por Sigmundo Freud e aperfeiçoado por seus discípulos, ela poderá auxiliar a psicopedagogo na análise das desordens mentais e emocionais que constituem a e emocionais que constituem a estrutura dos neuroses psicoses do educando, por meio de uma investigação profunda dos processos mentais conscientes e inconscientes do indivíduo.
Psicanálise, portanto, trouxe muito instrumental para pensar que existe uma verdade que é sempre singular, provisória, que se desfaz e se reconstitui e que tem um movimento. Se é assim para o homem singular, talvez o seja também no movimento dos saberes, das formas constantemente reinventadas de produção de conhecimento. A descoberta da noção de inconsciente produziu um deslocamento fantástico, a de que “o homem não é senhor em sua própria casa”, considerada por Freud a terceira ferida narcísica da humanidade, depois de o homem descobrir que a terra não era o centro do universo e que o homem descendia do macaco. Agora, o próprio inconsciente não é algo estático, um saquinho que contém coisas escondidas, fruto do recalque, esperando para serem descobertas como um tesouro pronto. Ele é pura associação virtual, que se precipita, que pode se atualizar, partindo de um sonho, de traços de memória de certos pensamentos, desejos infantis de cunho sexual no sentido amplo.
Muito se tem falado sobre a problemática da educação: professores insatisfeitos, alunos desinteressados, drogas nas escolas, violência de alunos a colegas e professores, defasagem escolar, índices de analfabetismo, promessas de melhores salários e muito mais. A que se deve a instalação desse caos que hora se apresenta, angustiando pais e professores e toda uma sociedade e tornando a escola também vítima da violência? Todo respeito e valor que a escola tinha outrora caíram por terra e a instituição se apresenta à mercê da transgressão, do descrédito e desrespeito de discentes e docentes. Não se deve esquecer que a educação busca ignorar a realidade da condição humana, quando procura enquadrar o aluno a normas que acredita o façam aprender, tornar-se um ser ideal. A educação é por si só normativa, violenta, repressiva porque visa adaptar a criança à aceitação social, o que vai de encontro a tudo que ela viveu no ambiente familiar. A relação com a educação é ambígua, contraditória, antagônica podendo-se falar numa relação de amor e ódio, uma vez que a amamos porque dela necessitamos e ao mesmo tempo a odiamos pelo fracasso que às vezes nos traz. Os educadores deveriam conhecer toda influência que sofre a formação psíquica da criança desde seus primeiros anos de vida no ambiente familiar na sua relação com pais, irmãos, avós e babás. Influências estas que vão se refletir na sua personalidade e que irão perdurar por toda sua vida adulta. Possuidores desse conhecimento, o professor precisa se reconciliar com a criança que habita em cada um e a partir daí entender melhor seu aluno para que o papel de professor e educador seja realmente entendido por ele. Conceitos e postura ética deverão ser revistos na tentativa de se evitar abusos do poder que sua posição lhe confere, não submetendo o aluno a esse poder e tendo sempre em vista os limites de sua ação. Deve refletir sua prática pedagógica, estar atento ao que se passa na mente de seus alunos, procurar conhecer sua individualidade psíquica através de pequenos gestos que às vezes escapam, tais como mudanças de atitude e de comportamento no seu dia a dia em sala de aula. Atitudes como essas revelam amor, carinho, atenção, sentimentos esses que muitas crianças não têm com seus familiares e às vezes nem mesmo os tem. Autoridade e limites não podem nem devem ser esquecidos, pois também são gestos de carinho e atenção, afinal somente quem ama cuida. O aluno precisa e deve entender que o professor é amigo, companheiro, porém a escala hierárquica deve ser observada e entendida por ele. As diferenças individuais devem ser respeitadas pelo professor, que muitas vezes por não saber lidar com a rejeição, rejeita o aluno responsabilizando-o pela ausência do desejo de aprender. O conhecimento é o objeto do desejo que se propaga na relação professor-aluno, é fruto da identificação que o aluno tem com o professor, que tem papel fundamental em despertar esse desejo.
O mestre funciona como dirigente desse processo que se dá nessa relação triangular. Triangular sim, pois o aluno aprende quando se identifica com o professor, vendo-o como alguém que lhe foi muito querido, lembrança dos primórdios de sua infância. O aluno imagina que o professor detém todo o saber e o mestre precisa estar atento a isto, sabendo que este conhecimento não é absoluto, podendo ser ampliado, modificado e acrescido, pois novos saberes sempre são adquiridos. O desejo de aprender é muito mais importante que métodos e técnicas. Não existem fórmulas mágicas para solucionar os problemas de aprendizagem, mas sempre ir ao encontro de conhecimentos teóricos que sejam valiosos para sua prática pedagógica, refletindo e dando novo significado a sua atuação diária, modificando-a. Especialistas da escola juntamente com o corpo docente precisam buscar um espaço de fala e escuta regular, onde ocorram trocas de idéias e experiências, mesmo que seja nos cursos de formação continuada, onde as pessoas envolvidas com a educação possam re-significar suas convicções, vontades e ações como profissionais que buscam uma prática mais eficiente para todos. O desafio que se coloca é buscar o ponto de equilíbrio que se faz necessário para a educação de forma que ela se torne mais producente e prazerosa para professores e alunos; que ela possa orientar a criança nos seus limites; que os professores tenham um auto-conhecimento tal que lhes permita não se sentirem senhores absolutos nem um ser esvaziado de seu desejo; que a singularidade de cada sujeito envolvido no processo seja preservada e que os diálogos sejam alicerçados com base na ética e no respeito ao outro, seja ele professor ou aluno. Diante de tudo isso, conclui-se que a Educação pode ser realizada com a colaboração de determinados conhecimentos de si mesmo e do outro por parte do docente, tornando-a talvez menos problemática e mais producente para os envolvidos no processo, mas conscientes de que jamais se dará de forma completa, integral. Sempre se fará presente como obstáculo o desejo e a falta humana que fazem parte da estrutura do sujeito e é impossível de ser preenchida com objeto real, mas a busca é incessante e surge como ausência de um objeto que povoou suas fantasias infantis e que foi para sempre perdido.
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Referencias
Neusa Lais Coelho Psicanalista - Membro da Escola da Causa Analítica Instituto Tempos Modernos.
Liria Helena Moreira Gomes Littig- Professora de matemática pós-graduada em planejamento educacional, psicanalista pós-graduada em teorias psicanalíticas e Práticas Educacionais.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Caso Leidy

Aluna: Leidy
Data de nascimento: 08/09/90

Leidy vem de uma família de nove irmãos, sendo a sétima gestação de sua mãe, que veio a falecer quando tinha três anos de idade, vítima de doença decorrente do parto.
Leidy nunca, nunca teve a presença do pai, visto que a mãe, tinha outros parceiros. Esta sofreu com a fome, falta de carinho da mãe, abandono da família, moradia, desnutrição, feridas, piolhos, etc.
Sua guarda foi entregue a outras famílias, na cidade de Passagem, Franca MA. Depois de sofrer maus tratos, sua irmã, a época com dezesseis anos, trouxe-a para a capital federal, onde esta morou em várias casas, trabalhando como doméstica. Sua irmã após adquirir a maior idade, deu luz a duas crianças; alugou uma casa juntamente com Leidy, na época com dez anos de idade e seus filhos.
Sua irmã para manter a casa, tinha que sair todos os dias e Leidy, já com onze anos, cuidava dos afazeres domésticos e das crianças.
Leidy foi vítima de estupro momento este que se encontrava sozinha no interior da casa e na ausência da irmã. Seu agressor foi seu vizinho, que a agrediu sexualmente.
Matriculada aos doze anos no Centro Especial, foi transferida alguns anos depois para o Centro de Ensino Fundamental 07, onde novamente foi abusada por colegas de classe, moradores de sua quadra e um Senhor de aproximadamente quarenta anos. Este Senhor a aguardava todos os dias na porta da escola. Fruto deste relacionamento, houve a suspeita de ter engravidado e abortado espontaneamente.
Foi influenciada por maiores a usar drogas e bebidas alcoólicas e a ingressar no sexo promiscuo.
Hoje há nela uma vontade de morrer e muita tristeza em seu coração. Sente complexo de feiúra e de inferioridade por estar bem aquém da faixa etária dos meninos da serie a qual estar cursando.
Atualmente estar apaixonada por um garoto que estuda em sua escola em um turno contrario ao dela. Ela acha que ele não dela e que a acha feia.
Leidy gosta muito da sala de recursos, pois segunda seu relato, todas as professoras da sala a tratam com bastante carinho; há nas professoras da sala de recursos um amor de mãe por ela.
A professorar titular de Leidy disse que ela seria aprovada, o que lhe trouxe grande felicidade
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ATIVIDADES

ATIVIDADES DA APSIBRA

O que a APSIBRA oferece hoje:

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Análise Individual
· Análise Didática
· Grupo de Estudos.
· Atendimento supervisionado
· Cinemateca (com vídeos,filmes, biografias,documentários, etc)
· Estudos Temáticos ( com amplo apoio audiovisual e mesas redondas)

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terça-feira, 13 de julho de 2010

Estatuto

Estatuto Social

CAPÍTULO I
DENOMINAÇÃO, NATUREZA, SEDE, PRAZO, FINALIDADE E ORGANIZAÇÃO GERAL
Art. 1º A Associação Psicanalítica de Brasília - APSIBRA criada em 02 de outubro de 2008, é uma sociedade, de caráter civil, sem fins lucrativos e de direito privado, constituída por prazo indeterminado, cujo objeto central é a psicanálise.
§ único : Tem sede provisória em Brasília no Ed. Montblant SQS- 705/905 sala 530 e foro jurídico em Brasília- Distrito Federal.
Art. 2° A Associação Psicanalítica de Brasília – APSIBRA tem por finalidade:a) promover o estudo, o desenvolvimento e a aplicação da psicanálise, criada por Sigmund Freud e seus seguidores;b) promover a formação de psicanalistas;c) promoção de cursos, seminários, debates, simpósios, grupos de estudos, treinamentos e quaisquer outras atividades na formação continuada dos profissionais da psicanálise e de áreas afins; d) manter intercâmbio com outras organizações Psicanalítica Internacional;e) fazer intercâmbios com entidades de quaisquer outras áreas, desde que não contrariem sua finalidade.
Art. 3° Organização Geral:I - Assembléia Geral;II - Comissão Diretora;III - Instituto de Psicanálise.
CAPÍTULO II
MEMBROS
Art. 4º A Associação Psicanalítica de Brasília- APSIBRA será formada pelas seguintes categorias de membros:
A - Membros Fundadores;
B- Membros Titulares;C - Membros Associados.
Art. 5° Serão Membros Fundadores;
a) Aqueles que assinarem a ata de fundação da APSIBRA
Serão Membros Titulares;
a) Aqueles que cumprirem todas as exigências neste artigo;
a.1) Para se tornar um Membro Titular, o Associado terá que ter a formação psicanalítica clínico e estar atuando por 2 anos, pelo menos, e ter manifestado, por escrito, à Comissão Diretora o desejo de passar à categoria de Membro Titular;
a.2) Possuírem conhecimentos de psicanálise, evidenciados através de trabalhos teóricos e teórico-clínicos, através do seguinte sistema de créditos, o Membro Associado que tiver alcançado um total de 100 (cem) pontos será promovido à categoria de Membro Titular:1) supervisão durante um ano com analista didata: 30 pontos (no máximo);2) coordenador de seminário no Instituto: 10 pontos ( no máximo);3) colaborador em seminários: 5 pontos para cada seminário (20 pontos no máximo);4) participar de grupo de estudos, da APSIBRA ou de outra Associação Psicanalítica por mais de dois anos. 30 ( pontos no máximo); 5) participação em congresso na área da psicanálise 10 ( pontos no máximo);
a.3) O Membro Associado que quiser ficar desobrigado do a.2), poderá optar pela apresentação de um trabalho teórico-clínico ou um trabalho escrito conforme as normas a serem determinadas pela APSIBRA o qual deverá ser entregue à Diretoria que o encaminhará, a fim de ser avaliado, por uma comissão constituída pelo presidente. Essa comissão deverá convidar um membro titular para integrá-la. Caberá à coordenação, em caso de aprovação, marcar uma data para que seja apresentado o novo Membro Titular.
Art.6° Serão Membros Associados:
a) Os candidatos com formação em Psicanálise, após concluírem todas as exigências curriculares, ou seja, análise didática, supervisão, seminários e participação em gurpo de estudos. Solicitar, por escrito, à Comissão Diretora a sua integração como Membro Associado
a.1) A Comissão Diretora solicitará o informe da Direção do Instituto uma declaração sobre o cumprimento das exigências curriculares citadas;
a.2) A Comissão Diretora deverá aceitar ou não o pedido do candidato, em sua primeira reunião após o pedido e levar à primeira Assembléia Geral Ordinária seu parecer. A Assembléia Geral aprovará ou não o parecer da Comissão Diretora em votação secreta.
Art.7° a) Convidados: Membros de outras sociedades psicanalíticas , que desejarem participar da APSIBRA terão de apresentar um pedido por escrito à Comissão Diretora, com um currículo e carta de apresentação de sua sociedade de origem, enviada de sociedade a sociedade. Após a avaliação do pedido, a Comissão Diretora apresentará o seu parecer à Assembléia Geral Ordinária. A decisão sobre a admissão dos postulantes se dará por votação secreta e maioria simples e deverá ser comunicada por escrito ao interessado.
a.1) O tempo de permanência mínimo na categoria de Convidado será de 2 (dois) anos. Após esse período, o Convidado poderá solicitar o seu ingresso para Membro Associado ou Titular, conforme o seu título em sua sociedade de origem. O postulante deverá encaminhar o seu pedido acompanhado de um trabalho inédito de sua autoria, a ser apresentado em reunião extraordinária. A Comissão Diretora, num prazo hábil, após fazer sua avaliação, dará o seu parecer, que deverá ser encaminhado à próxima Assembléia Geral Ordinária para votação nos moldes do a 1. 2) do artigo 6º.
b) Visitantes: Os Membros, que desejarem comparecer a atividades da APSIBRA como Visitantes, terão de apresentar um pedido por escrito à Comissão Diretora.
c) Colaboradores: Pessoas de notório saber que desejarem colaborar com a sociedade, terão de apresentar um pedido por escrito à Comissão Diretora.
d) Alunos em formação no curso de Psicanálise, só poderá tornar-se-á Membro Associado após cumprirem as exigências do artigo 6º linha a.

CAPÍTULO III
DEVERES, DIREITOS E PENALIDADES
Art. 8°
São direitos dos Membros Fundadores
Permanecer com 1/3 dos cargos da diretoria;
Serem votados e votar;
Concorrerem a todos os cargos eletivos
Art.9º
São direitos dos Membros Titulares:a) concorrerem a todos os cargos eletivos.b) participarem das Assembléias Gerais com direito a voz e voto.
Art. 10º São direitos dos Membros Associados:a) participarem das Assembléias com direito a voz e voto;b) tornarem-se Membros Titulares da APSIBRA sempre que cumpram os requisitos estatutários;c) participarem da comissão diretora como vogais
Art. 10° São deveres de todos os Membros:a) cumprir e respeitar o presente Estatuto;b) pagar as contribuições estabelecidas pela Comissão Diretora. Os membros em atraso com a tesouraria não poderão exercer o direito de votar e/ou serem votados; c) desempenhar corretamente os cargos para os quais foram eleitos, após aceitação explícita e por escrito; d) apresentar renúncia, por escrito, dos cargos ou das categorias, para se desobrigarem;e) trabalhar para o respeito e o progresso da Associaç Psicanalítica de Brasília, não permitindo que interesses particulares prejudiquem o interesse coletivo do grupo;f) ter como norma de conduta profissional o código de ética psicanalítica;
g) participar das responsabilidades administrativas da Associação e do Instituto;
§ único Os membros não respondem, solidária ou subsidiariamente, pelas obrigações da Associação Psicanalítica de Brasília, mesmo exercendo mandato administrativo, assim como, a Administração não é responsável coletivamente pelos atos praticados por seus membros.
Art. 11° O não cumprimento de qualquer dos deveres estabelecidos neste Estatuto acarretará à aplicação ao infrator, por escrito, das penalidades pela Comissão Diretora da Associação Psicanalítica de Brasília, a saber:a) Advertência;b) Perda do direito de votar ou ser votadoc) Perda de cargo;d) Suspensão da afiliação, conforme a gravidade da falta cometida, assegurando-se amplo direito de defesa do interessado, perante a Comissão Diretora e, a pedido do interessado, à Assembléia Geral.
Art. 12° ·Na aplicação das penalidades previstas no artigo anterior, serão consideradas, para fins de atenuação, as seguintes circunstâncias: ·
a) a ausência de qualquer penalidade anteriorb) o exercício assíduo e eficiente de mandato ou encargo em qualquer órgão da Associação Psicanalítica de Brasília - APSIBRA;c) a prestação de serviços relevantes à psicanálise.
Art. 13° As penalidades aplicadas deverão ser homologadas por dois terços dos presentes na Assembléia Geral, salvo se o penalizado declinar, por escrito, da homologação e aceitar a penalidade aplicada.
Art. 14° As penalidades aplicadas por falta de pagamento das contribuições dar-se-ão após o sexto mês consecutivo de inadimplência.
CAPÍTULO IV
ASSEMBLÉIAS GERAIS
Art. 15° Haverá dois tipos de Assembléias Gerais:a) Ordinárias, realizadas em número de três (3) no ano, preferencialmente, nos meses de março, junho e novembro, e convocadas pelo Presidente, por escrito, para tratar de assuntos administrativos e gerais, com antecedência mínima de 10 (dez) dias da data da sua realização e com ordem do dia específica.b) Extraordinárias, realizáveis a qualquer tempo, podendo ser convocadas por escrito:* pelo Presidente;* por dois terços da Comissão Diretora; por 10 (dez) Membros para tratarem de assuntos urgentes e graves, com ordem do dia clara e explícita, com antecedência de dez dias da data da realização.
A Assembléia extraordinária e ordinária é constituída pelos Membros Fundadores, Membros Titulares e Membros Associados da Associação Psicanalítica de Brasília - APSIBRA para discutirem e tomarem decisões com relações as obrigações em dias estatutárias.
§ 1º O Presidente para a Assembléia Geral Ordinária e Extraordinária será escolhido no momento da Assembléia e o mesmo indicará o Secretário.
§ 2º Caberá à Assembléia Geral Ordinária eleger a Comissão Diretora.
Art. 16° As Assembléias Gerais só poderão deliberar sobre os assuntos constantes na ordem do dia.
§ 1º As Assembléias Gerais decidirão sobre as taxas de Contribuição, mediante proposta do Tesoureiro.
§ 2º Será da competência exclusiva da Assembléia Geral Extraordinária deliberar sobre a alteração parcial ou total do Estatuto da Sociedade com observância do disposto no artigo 18 do Estatuto.
Art. 17° As Assembléias Gerais são soberanas nas suas deliberações desde que não contrariem este Estatuto ou as disposições legais aplicáveis.
Art.18° As Assembléias Gerais realizar-se-ão, em primeira convocação, com o quorum de dois terços dos membros e, em segunda convocação, meia hora após a primeira, com o quorum de qualquer número.
Art. 19° As deliberações das Assembléias Gerais terão de ter a aprovação da maioria simples.
Art.20° Para alteração parcial ou total do Estatuto, para suspensão de filiação, para compra ou alienação de Patrimônio, o quorum é de dois terços da totalidade dos membros. Fica vedado o voto por procuração nos assuntos referentes a este artigo.
Art. 21° Para dissolução da Associação deve haver o quorum de 2/3 dos membros.
Art.22° As votações nas Assembléias Gerais serão por escrutínio secreto, exceto os casos determinados pela Assembléia Geral.
CAPÍTULO V
ELEIÇÕES
Art.23° As eleições para a Comissão Diretora da Associação Psicanalítica de Brasília – APSIBRA e do Instituto realizar-se-ão no mês de novembro. A posse será no mês seguinte. As comissões que se criarão serão renovadas em cada eleição.
Art. 24° Um mês antes das eleições, a Comissão Diretora convocará, por edital e individualmente, todos os membros para apresentarem chapas e programas de realizações, bem como indicará data, local e horário da Assembléia Geral Ordinária que elegerá a Comissão Diretora.
Art.25° As chapas que se apresentarem deverão fazê-lo até 15 (quinze dias) antes da data das eleições, inscrevendo-se na Sede da Secretaria da Associação de Psicanálise de Brasília, enviando a todos os membros o programa de realização, e os membros componentes da chapa, por escrito.
Art. 26° Os mandatos eletivos terão a duração de dois anos, podendo haver uma reeleição para um novo período.
Art.27° A eleição será por chapa e não por indivíduos e será proclamada eleita a chapa que obtiver o maior número de votos.
CAPÍTULO VI
ADMINISTRAÇÃO
Art. 28° A Associação Psicanalítica de Brasília, será administrada por uma Comissão Diretora, assim constituída:* Presidente;* Secretário;* Tesoureiro;* Coordenador da Comissão Científica; e um Diretor de Marketing* 3 (três) Vogais;
Art. 29° A Comissão Diretora da Associação Psicanalítica de Brasília terá de ser formada por Membros Fundadores,Titulares e Associados (Vogais).
Art. 30° Na ausência ou impedimento do Presidente, este será substituído pelo Secretário; na ausência ou impedimento do Secretário, este será substituído pelo Tesoureiro.
§ único: Não perceberá a Comissão Diretora qualquer tipo de remuneração pelo exercício do respectivo cargo.
Art. 31° Compete ao Presidente:a) administrar e representar a Associação Psicanalítica de Brasília e em todos os atos oficiais, e ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;b) convocar membros da Associação de Psicanalítica de Brasília para as tarefas administrativas;c) assinar as atas, com o Secretário;d) assinar, com o Tesoureiro, contratos que envolvam alienação de bens móveis e imóveis e/ou direitos que venham a ser adquiridos;e) convocar Assembléia Geral Ordinária, Assembléia Geral Extraordinária e Reuniões da Comissão Diretora;f) coordenar o bom andamento das Assembléias Gerais e Reuniões da Comissão Diretora;g) resolver qualquer caso urgente, tomando as medidas adequadas, "ad referendum" dos outros membros da Comissão Diretora e, quando for o caso, da Assembléia Geral;h) dar posse à Comissão Diretora sucessora;i) nomear delegados e representantes da Associação Psicanalítica de Brasília – APSIBRA, para solenidades, congressos e entidades, "ad referendum" da Comissão Diretora;j) receber solicitações para ingresso ou promoção de novos colegas e fazer as entrevistas necessárias, segundo os artigos 5°, 6° e 7° deste Estatuto Social. Observar a data limite de trinta dias para responder a tais solicitações;k) nomear e constituir advogados para defender a Associação Psicanalitica de Brasília em juízo ou fora dele.
Art. 32° Compete ao Secretário:a) substituir o Presidente, no impedimento deste;b) coordenar os serviços administrativos, organizando-os e fiscalizando-os;c) assinar, com o Presidente, os certificados oficiais;d) expedir convocação e avisos aos membros sobre Assembléias Gerais, e Reuniões da Comissão Diretora;e) assistir às Assembléias Gerais e às Reuniões da Comissão Diretora, redigindo as respectivas atas;f) manter atualizada a lista dos nomes e endereços dos membros;g) elaborar um relatório anual da Comissão Diretora;h) organizar os arquivos da Associação Psicanalítica de Brasília i) encarregar-se de toda a correspondência.
Art. 33° Compete ao Tesoureiro:a) substituir o Secretário, no impedimento deste;b) organizar, dirigir e fiscalizar os serviços de Tesouraria e Escrituração regular de Contabilidade;c) passar recibos e realizar pagamentos;d) organizar balanço anual;e) propor à Comissão Diretora e às Assembléias Gerais as taxas de contribuição;f) decidir, em casos de urgência, e com a Comissão Diretora, sobre as taxas de contribuição, "ad referendum" da Assembléia Geral;g) realizar as compras e vendas autorizadas;h) manter em dia o inventário dos bens e dos valores da Asssciação Psicanalítica de Brasília – APSIBRA ;i) abrir conta bancária sempre em conjunto com o Presidente e administrar os fundos para fins institucionais;j) assinar, em conjunto ou isoladamente, cheques e/ou contratos para pagamentos das despesas e/ou gastos operacionais. No impedimento do tesoureiro, o presidente poderá assinar os cheques.

CAPÍTULO VII
INSTITUTO DE PSICANÁLISE
Art. 34° O órgão de ensino desta Associação se denominará Instituto de Psicanálise e terá por objetivo o constante no item "b" do artigo 2° deste Estatuto Social.
§ único O Instituto será regido por regimento interno, aprovado pela Assembléia Geral.

CAPITULO VIII
DISPOSIÇÕES GERAIS:
Art. 36° Qualquer assunto não previsto neste Estatuto será decidido pela Comissão Diretora, "ad referendum" da Assembléia Geral.
Art. 37° A Comissão Diretora da Associação Psicanalítica de Brasília - APSIBRA deverá empenhar-se para criar, regulamentar e manter:a) um Setor de Pesquisa;b) uma Comissão de Ética Profissional;c) um Setor de Publicações Científicas - revista, boletim;d) um setor de informática, junto ao Administrativo;d) uma Biblioteca; e) um Setor de Patrimônio;f) um Setor de Infância e Adolescência; g) uma Clínica de Atendimento à Comunidade
Art. 38° Considerar-se-ão Membros Fundadores da Associação Psicanalítica de Brasília, além das categorias referidas no artigo 4º deste instrumento, os signatários da Ata de Fundação da Associação.
Art. 39° Se ocorrer a dissolução da Associação, o patrimônio será destinado a entidade filantrópica, a ser votada e aprovada pela Assembléia Geral.
Art. 40° Os casos omissos no presente Estatuto serão resolvido
s em Assembléia Geral e pela legislação vigente aplicável às sociedade civis privadas, sem fins lucrativos de natureza científica.